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Endividamento

- Publicada em 17 de Julho de 2017 às 18:35

Empresas inadimplentes devem R$ 119,2 bilhões


STOCKVAULT/DIVULGAÇÃO/JC
O número de empresas inadimplentes no Brasil chegou a 5,1 milhões em maio, o maior volume registrado desde março de 2015, quando o levantamento da Serasa Experian começou a ser feito. Na comparação com maio de 2016, houve aumento de 15,9%. O montante alcançado pelas dívidas das empresas foi de R$ 119,2 bilhões, com cada uma tendo em média 11 dívidas, o que totaliza um valor médio de R$ 23 mil.
O número de empresas inadimplentes no Brasil chegou a 5,1 milhões em maio, o maior volume registrado desde março de 2015, quando o levantamento da Serasa Experian começou a ser feito. Na comparação com maio de 2016, houve aumento de 15,9%. O montante alcançado pelas dívidas das empresas foi de R$ 119,2 bilhões, com cada uma tendo em média 11 dívidas, o que totaliza um valor médio de
R$ 23 mil.
Segundo o levantamento, a maioria das empresas inadimplentes é do setor de serviços (46,7), que - comparado a maio do ano passado - teve aumento de 1,5 ponto percentual. No comércio, houve queda de 1,3 ponto percentual, fazendo com que o setor corresponda a 43,7% do total do índice. A indústria responde por 8,7% da inadimplência, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao ano anterior. Segundo economistas da empresa que fez a pesquisa, a retração nas vendas e no ritmo de produção, devido à longa recessão pela qual passa a economia brasileira, tem debilitado o fluxo de caixa das empresas.
Ao mesmo tempo, as dificuldades de acesso ao crédito, que se mantém caro e escasso, prejudicam a gestão financeira das companhias. "Tudo isso leva a inadimplência das empresas a patamares recordes, sendo absolutamente necessário que processos de renegociação ocorram entre credores e devedores para que tais dívidas possam ser equacionadas e regularizadas", dizem os economistas.
De acordo com os dados da Serasa, mais da metade das empresas em situação de inadimplência está no Sudeste do País (53,6%). O Nordeste tem 16,7% do total de empresas com dívidas atrasadas; e a região Sul tem 15,7% do total. O Centro-Oeste aparece com 8,5%; e o Norte, com 5,4% do total dos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) em negativo no País.
Entre os estados, São Paulo apresenta o maior número de empresas negativadas: 32,3% do total. Em seguida vêm Minas Gerais (11,1%) e Rio de Janeiro, em terceiro (8,1%).
Empresas que desejarem sair da inadimplência podem renegociar as dívidas atrasadas diretamente com seus credores por meio de um serviço on-line no site da Serasa. Para isso, deverá se cadastrar gratuitamente no Recupera PJ, pelo site www.sersarecupera.com.br, onde serão apresentadas as pendências e os canais de atendimento disponíveis para efetivar a negociação.
"Nosso objetivo com o Recupera PJ (Pessoa Jurídica) é reinserir essas empresas no mercado de crédito. Entendemos que este momento de crise econômica é propício para incentivar a aproximação de quem está devendo e quer pagar com quem vendeu ou prestou o serviço e precisa receber", disse o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Serasa Experian, Victor Loyola.

Afundada em dívidas que somam R$ 3,4 bilhões, UTC entra com pedido de recuperação judicial

A UTC Participações entrou com pedido de recuperação judicial, nesta segunda-feira, distribuído à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Fórum Central Civil de São Paulo. Com a medida, a companhia espera repactuar suas dívidas com os credores e reestruturar suas operações para dar continuidade às atividades empresariais do grupo, "cumprindo com as suas obrigações junto aos funcionários, parceiros e fornecedores".
O Grupo UTC fez parte do cartel de empreiteiras que se apossaram de contratos bilionários da Petrobras entre 2004 e 2014 e distribuíram propinas a ex-dirigentes da estatal petrolífera e a políticos.
A recuperação, segundo informações da Assessoria de Imprensa da UTC, permitirá o cumprimento das obrigações previstas no Acordo de Leniência com o Ministério da Transparência, Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU), no último dia 10, o primeiro a ser celebrado pela CGU e pela AGU em decorrência da Operação Lava Jato.
O pedido de recuperação engloba 14 empresas do grupo: UTC Participações, UTC Engenharia, Constran Construções e Comércio, UTC Investimentos, Niterói Reparos Navais Ltda., Mape Construções e Comércio, UTC Desenvolvimento Imobiliário, Norteoleum Exploração e Produção, Complexo Logístico Industrial Alfandegário, Patrimonial Volga, Iguatemi Energia, Cobrazil, Transmix Engenharia Indústria e Comércio e Cobrena Reparos Marítimos e Terrestres.
Ao todo, a dívida que será negociada é de R$ 3,4 bilhões. O escritório Leite, Tosto e Barros Advogados e a Starboard Restructuring Partners lideram o processo de recuperação judicial.
Segundo a Assessoria da UTC, a decisão do grupo de recorrer à recuperação judicial se deve à forte crise financeira enfrentada desde 2014, inicialmente por causa da grave recessão que assolou o País a partir desse período, resultando na queda da receita de contratos vigentes, decorrentes do contingenciamento de verbas de obras públicas contratadas e o impedimento de obtenção de novos negócios, por exemplo, com a Petrobras.
Em dezembro de 2014, a UTC Engenharia sofreu bloqueio cautelar no cadastro da estatal, um de seus principais clientes, o que inviabilizou a assinatura de aditivos aos contratos existentes.
A Petrobras negou a assinatura dos aditivos previstos em contratos de manutenção de plataformas marítimas em Macaé (RJ), "nos quais a UTC Engenharia atingiu comprovado desempenho técnico nos padrões exigidos pela estatal".
"Essa decisão da Petrobras de negar aditamento de tais contratos, contrariando não apenas a previsão contratual, mas também o que histórica e tradicionalmente são adotados pela Unidade Operacional da Petrobras, contribuiu para ampliar a dificuldade financeira enfrentada pelo grupo."