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tecnologia

- Publicada em 09 de Julho de 2017 às 23:15

Inteligência artificial habilita novos negócios


PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Existe uma expressão que diz: quando o tempo é das máquinas a vapor, são máquinas a vapor em todos os lugares. Houve uma época que, se a empresa não estivesse usando uma máquina a vapor, não era competitiva. Hoje, podemos fazer essa mesma analogia com a Inteligência Artificial (IA). 
Existe uma expressão que diz: quando o tempo é das máquinas a vapor, são máquinas a vapor em todos os lugares. Houve uma época que, se a empresa não estivesse usando uma máquina a vapor, não era competitiva. Hoje, podemos fazer essa mesma analogia com a Inteligência Artificial (IA). 
"A IA estará em todos os lugares. Aqueles que não a abraçarem terão dificuldades em competir nos próximos anos", projeta o VP internacional da Hewlett Packward (HP), Jon Brewster.
A IA saiu do plano lúdico, dos filmes de ficção científica, e chegou aos negócios. Um bom exemplo para entender essa evolução é analisando o case do Watson, a plataforma de computação cognitiva da IBM. O sistema foi apresentado ao mundo em 2011, quando venceu o Jeopardy!, tradicional jogo de perguntas e repostas da televisão americana. Detalhe: competiu com humanos.
Na época do desafio, o Watson apenas conseguia ler textos e responder perguntas. Hoje, já é capaz de analisar imagens e áudio, inclusive de exames médicos. "De lá para cá, fizemos enormes investimentos para nos prepararmos para atender o mercado", comenta o líder de Watson na IBM Brasil, Guilherme Novaes. A IBM estima que até 2025 haverá uma oportunidade de mercado US$ 2 trilhões para aplicações cognitivas.
Estudo recente realizado pela Accenture Research aponta que esta tecnologia tem potencial para adicionar até 1 ponto percentual nas taxas de crescimento econômico anual das principais economias da América do Sul, em 2035. Quando tratada pelas empresas como um fator de produção, a IA proporciona aceleração ao crescimento por meio da automação inteligente (criação de uma força de trabalho virtual), da aceleração das inovações na economia e da intensificação das competências na força de trabalho.
"O modelo tradicional de expansão econômica vem sofrendo um forte declínio. A partir disso, algumas soluções aliadas à IA, como robótica e Big Data, poderiam ser a solução para o atual cenário em que a produção de capital e a mão de obra já não geram taxas de crescimento consistentes", analisa o diretor executivo da Accenture Research para a América Latina, Armen Ovanessoff.
Players de todos os segmentos estão evoluindo nestes projetos. Um case é o Bradesco que utiliza o Watson no seu call center interno. O banco alimentou o sistema com seus dados e o robô responde no chat as perguntas dos próprios funcionários sobre suas rotinas de trabalho. A ferramenta aprende a cada questionamento feito e vai armazenando todo esse conhecimento para consultas futuras.
A autoaprendizagem, aliás, é um aspecto importante no avanço que a IA proporciona em relação à automação tradicional, que é mais estanque. Quanto maior o banco de dados e as vivências diárias, mais o algoritmo aprende e mais recomendações é capaz de produzir.
É no que aposta a Gerdau, que está usando um robô que aprende a cada compra de materiais feitas por um dos seus departamentos internos. Com isso, otimiza os processos futuros, tornando a aquisição de insumos mais eficiente. Na Ambev, a área de recursos humanos desenvolveu um algoritmo que compreende os processos seletivos da companhia, auxiliando no recrutamento e seleção.
"Muito do potencial da Inteligência Artificial consiste em fazer as máquinas ajudarem as empresas a terem conversas mais válidas com seu público", analisa o cientista de dados especialista em business Analytics, Ricardo Cappra, que está envolvido nestes dois projetos.
Isso que estamos apenas no começo. O executivo chefe de Inovação do SAP Labs Latin America, Daniel Duarte, comenta que o mercado de uma forma geral vive a fase inicial da IA, o estágio fraco. Isso significa que as empresas estão ensinando as máquinas a fazerem algo com a imensidão de dados disponíveis atualmente. No caso da gigante alemã, por exemplo, um dos projetos atuais está sendo feito com o Incor - Instituto do Coração, e envolve a criação de algoritmos que apontam quando um paciente está estável e, desta forma, pode ser removido para um quarto. Consequentemente, isso levará a um aumento da disponibilidade de leitos na UTI.
No setor agrícola, existem projetos para prever o melhor momento de aplicação de determinado adubo na terra, com base na velocidade do vento, tipo de cultura e chuvas. "Cobrimos 25 verticais hoje e para 10 delas já temos projetos de IA sendo desenvolvidos pelo Labs Latin America, e outros em vias de acontecer", relata.
Já a chamada fase forte da IA deve acontecer nos próximos 10 ou 15 anos. "Isso será uma realidade quando as máquinas conseguirem tomar decisões como os seres humanos tomam. Ou seja, mesmo que não tenham todos os dados disponíveis, conseguirão ter um direcionamento com base nas suas experiências do que deve ser feito", relata Duarte.

Potencial vai do engajamento ao apoio nas decisões

Brewster, da HP, afirma que todas as atividades do dia a dia se tornarão parte de uma experiência integrada

Brewster, da HP, afirma que todas as atividades do dia a dia se tornarão parte de uma experiência integrada


EDUARDA PEREIRA/EDUARDA PEREIRA/PUCRS/DIVULGAÇÃO/JC
O potencial da aplicabilidade da IA nos negócios começa com a capacidade de melhorar o engajamento das empresas com os clientes, facilitando as experiências vividas com a marca. A startup gaúcha Mecasei.com, por exemplo, criou a Meeka, assistente pessoal de casamentos que auxilia os noivos com as dúvidas sobre o casamento. Outro destaque é a facilidade com que usuário consegue buscar informações sobre determinado assunto e usar como insight para a tomada de decisão. É o caso dos hospitais que estão usando estes sistemas para decidir qual o melhor tratamento a ser seguido.
Sem falar que com esta tecnologia, a empresa ganha escala, porque a máquina não descansa. Isso permite atender um volume de pessoas maior, já que são robôs executando tarefas repetitivas. "A IA leva a uma eficiência operacional brutal e aumento de vendas, sem falar na inovação que traz para o mercado", comenta Guilherme Novaes, da IBM.
Esta tecnologia tem sido usada também para o diagnóstico preditivo para hardware, como motores a jato, carros e impressoras 3D. A lógica aqui é conseguir passar da percepção de que um equipamento falhou para a visão antecipada de que algo poderá acontecer.
A ideia também é facilitar a vida das pessoas, como ao criar a possibilidade de você estar no carro, pedir uma pizza e ter a ajuda do seu assistente de voz, que vai sugerir um pedido com base nos últimos sabores e na pizzaria que você costuma chamar. Ou na medida em que as máquinas aprender sobre o perfil de consumo das pessoas e começam a recomendar músicas ou livros. "Posso pedir que um robô me leve para onde eu quero ir, que me entretenha durante o trajeto e sugira um almoço. Tudo na nossa vida vai se tornar parte de uma experiência integrada de IA", afirma o VP internacional da HP, Jon Brewster.

Chatbots são as aplicações que mais crescem

18/02/2017 Foto.Claudio Gatti/Divulgação Marcelo Sarralha 2 Divulgação Visa

18/02/2017 Foto.Claudio Gatti/Divulgação Marcelo Sarralha 2 Divulgação Visa


CLAUDIO GATTI/CLAUDIO GATTI/VISA/DIVULGAÇÃO/JC
Muitas empresas estão iniciando a sua jornada no mundo da Inteligência Artificial por meio dos chatbots, assistentes de comunicação virtual. A maioria usa a plataforma Facebook Messenger - uma das que primeiro abriram as APIs para que pudessem ser desenvolvidas soluções em cima dela. É o caso da Visa, que tem diversas iniciativas neste sentido. A mais recente foi o lançamento de um robô que responde às perguntas dos consumidores, detalha benefícios personalizados do cartão e oferece promoções.
O chatbot do perfil VisaBr no Facebook Messenger é capaz de responder a até 90% das questões mais corriqueiras dos usuários sem recorrer a ajuda de humanos. O robô também foi projetado para oferecer serviços agregados. Ao informar os seis primeiros dígitos do cartão, a ferramenta apresenta os benefícios atrelados e mostra ofertas e promoções feitas sob medida. "A AI veio para ficar e pode trazer grandes ganhos para os negócios", aposta o diretor de produtos da Visa, Marcelo Sarralha.
A companhia já tem um bot do programa de educação financeira Finanças Práticas e um desenvolvido em parceria com o ShopFácil.com, no qual é possível comprar produtos nesta plataforma de conversação. Além disso, o robô atua como uma espécie de personal shopper, auxiliando o consumidor nas suas escolhas.
Muitos destes projetos têm sido realizados em parceria com startups - a Visa tem uma aceleradora com cerca de 21 jovens operações. Uma delas é a Hoo.box Robotics, especializada em utilizar tecnologia 3D e inteligência artificial para entender e prever comportamentos humanos. A empresa criou o Wheelie, o primeiro programa de computador capaz de traduzir expressões faciais em comandos para controlar coisas. "A IA aumenta de forma considerável as possibilidades de entendermos os perfis de consumidores", cita Sarralha.
Ele comenta que é possível criar aplicações em que o robô consiga entender o momento de vida do consumidor e, assim, indicar produtos de forma mais certeira. Dois amigos da mesma idade podem ter o mesmo poder de compra e gostar de eletrônicos, mas se um deles é solteiro e o outro vai ser papai em breve, provavelmente o primeiro terá mais chances de comprar um novo televisor super tecnológico do que o outro, que pode estar mais propenso a compra de um carrinho de bebê. "Quando pensamos no futuro, vemos a ajudando o consumidor na sua jornada completa, para que ela seja o mais intuitiva possível", projeta Sarralha.
O uso de robôs para o atendimento permite a otimização de tempo e recursos. Ao invés de ter vários humanos repetindo frases ao telefone, a empresa coloca uma máquina treinada e, agora com a AI, com capacidade a aprender e melhorar a sua performance a cada interação. Além disso, é possível desenvolver aplicações híbridas, como nos serviços de suporte pós-venda. Um robô pode coletar informações do cliente a partir de interações anteriores, como a compra de produtos, comunicação direta ou posts nas redes sociais. A partir disso, passa ao atendente humano informações sobre o humor do cliente e outros dados relevantes, que podem impactar na venda.
O cientista de dados especialista em business Analytics, Ricardo Cappra, alerta que o desafio agora é ensinar melhor as máquinas, sob pena de os sistemas ficarem limitados. "Temos visto algumas frustrações com alguns modelos de chatbots, por não conseguirem conduzir uma conversação mais qualificada. Ainda não estamos educando suficientemente as máquinas, mas já sabemos como fazer isso, o que é um grande passo", avalia.

Mãe de Deus adota Watson para tratamentos de câncer

Ferla compara a resistência atual à AI na medicina ao advento do computador e eletrônicos

Ferla compara a resistência atual à AI na medicina ao advento do computador e eletrônicos


CLAITON DORNELLES /CLAITON DORNELLES /JC
O Hospital do Câncer Mãe de Deus é o primeiro da América do Sul a utilizar a plataforma de inteligência artificial Watson for Oncology, desenvolvida pela IBM. O recurso fornece aos profissionais opções terapêuticas baseadas em evidências científicas mundiais.
A meta é usar a tecnologia para abreviar a busca pelo melhor tratamento possível. Até porque, estar atualizado sobre todos os tipos de câncer é quase impossível. Por isso, ter acesso a uma ferramenta quem tem 15 milhões de informações científicas no seu banco de dados, com capacidade de aprender e para a qual os médicos conseguem dar feedbacks é uma grande oportunidade, afirma o médico oncologista e responsável pelo projeto piloto no hospital, Matheus Ferla. "Agora podemos dizer para o paciente que estamos usando toda a informação cientifica disponível no mundo para avaliar o seu caso."
O Watson for Oncology utiliza como base evidências científicas mensalmente atualizadas e classificadas por ordem de relevância por profissionais usuários de diversos países. No Hospital do Câncer Mãe de Deus, os médicos poderão utilizar a solução para obter informações sobre tratamentos de sete tipos de cânceres: colo do útero, pulmão, mama, intestino, reto, estômago e ovário. Até o fim do ano, a plataforma deve contar com 18 categorias da doença catalogadas.
Ferla comenta que serão inseridos na plataforma dados de cada caso e o sistema vai gerar resultados com sugestões de tratamento ranqueadas por eficiência. Cada uma delas gera relatórios detalhados sobre tratamentos, efeitos colaterais e interações medicamentosas. Tudo de forma muito acessível.
"Quando indicamos um tratamento, precisamos considerar as medicações que o paciente já usa, pois pode ter inferências no tratamento. O Watson será importante nisso", projeta. Se houver uma mudança no tratamento pelo fato de o paciente não tolerar algum medicamento, novos dados são inseridos e respostas atualizadas passarão a ser
geradas.
Ferla admite que as resistências para o uso da IA na medicina existem. Mas, podem ser comparadas com as que surgiram com o advento do uso do computador ou dos estetoscópios eletrônicos. "A IA não vai substituir a relação médico paciente, e os médicos não precisam do Watson para fazer um diagnóstico ou definir um tratamento. Mas, a ferramenta pode ajudar muito a empoderar os profissionais", projeta.
O Watson, que fica na nuvem, já está disponível no computador dos médicos. O profissional coloca os dados do paciente, o tipo de doença e vão surgindo as perguntas. Quando ele estiver satisfeito com as informações, o Watson dá a sugestão de tratamento. "A parte complexa de todo esse processo é a discussão que vem depois disto, e que envolve justamente o médico e o paciente para, juntos, escolherem o melhor tratamento", avalia.

Big Data ativa nova tecnologia

Quanto mais informação é gerada para bancos de dados, mais qualificada é a mensagem recebida, diz Cappra

Quanto mais informação é gerada para bancos de dados, mais qualificada é a mensagem recebida, diz Cappra


/CAPPRA DATA SCIENCE/DIVULGAÇÃO/JC
Há um boom no uso das soluções que se utilizam do conceito de recriar a inteligência humana em máquinas. Do ponto de vista mercadológico, isso se explica, porque os players de tecnologia que comercializam estas soluções fizerem bem o trabalho de casa. Investiram pesado em marketing para apresentar a tecnologia, e as empresas ficaram curiosas. "As pessoas estão entendendo melhor a aplicabilidade da IA nos negócios. A demanda já está forte neste ano, mas em 2018 tende a crescer ainda mais", projeta Guilherme Novaes, líder de Watson na IBM Brasil.
Mas os esforços de marketing não dariam em nada se não fosse um cenário tecnológico em evolução. A explosão de dados não estruturados disponíveis hoje no mundo e a existência de aplicações cientificas mais sofisticadas para analisá-los foram passos importantes.
A partir disto, explica o cientista de dados especialista em business Analytics, Ricardo Cappra, foi possível criar modelos aos quais podem ser aplicadas regras de repetição. "Isso nos permitiu começar a ensinar as máquinas a aprender e a, constantemente, incorporar novos comandos automáticos." É o que, na prática, conhecemos como os algoritmos capazes de fazer recomendações. Se as máquinas a vapor foram habilitadas pelo aço excelente, pela compreensão da dinâmica térmica e por algumas outras invenções-chave, a IA está sendo ativada pelo Big Data e pela capacidade de computação extrema, como por meio da nuvem. "À medida que a inteligência ambiental se tonar mais interessante em casa, no escritório ou no carro, é sinal que estas três tecnologias estão por trás disso", comenta o VP internacional da HP, Jon Brewster. Ele esteve em Porto Alegre para participar de evento promovido pelo Global Tecnopuc que debateu as tendências tecnológicas para os próximos 30 anos.

Evolução coloca ética dos robôs na berlinda

Prestes é professor do Instituto de Informática da Ufrgs e membro do IEEE

Prestes é professor do Instituto de Informática da Ufrgs e membro do IEEE


ARQUIVO PESSOAL/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Os robôs estão entre nós, e o aumento da presença da inteligência artificial em diversos aspectos da vida moderna levanta preocupações quanto à tomada de decisões pelas máquinas e suas relações sociais com os humanos. O professor do Instituto de Informática da Ufrgs, Edson Prestes, é um dos colaboradores ativos nos grupos de trabalho do IEEE, organização mundial dedicada à tecnologia do qual ele é membro sênior, sobre as Considerações Éticas em Inteligência Artificial e Sistemas Autônomos. A preocupação é tanta que levou a entidade a criar recentemente um documento que incentiva tecnólogos a priorizar considerações éticas na criação de tecnologias autônomas e inteligentes.
JC Empresas & Negócios - O que é a ética na robótica?
Edson Prestes - A robô-ética é uma subárea da ética aplicada à tecnologia que se preocupa em estudar as implicações do uso de robôs no cotidiano das pessoas. É um tema que está em franca expansão, o que se deve, principalmente, à mudança na maneira como as pessoas veem a tecnologia. Agora, a grande pergunta que fazemos é: a tecnologia está alinhada ao que realmente a sociedade espera? Será que ela promoverá ou aumentará a qualidade de vida das pessoas? Será que causará algum dano a médio ou longo prazo? São questões importantes quando pensamos que vivemos imersos em um mundo de tecnologias e que robôs coexistirão com as pessoas.
Empresas & Negócios - Os robôs são éticos?
Prestes - Em aspectos rudimentares, robôs são éticos. O desenvolvimento de robôs segue padrões rígidos de segurança e qualidade, porém as discussões conduzidas pela IEEE, tem um viés mais holístico. Existem inúmeros fatores psicológicos, sociais e legais que precisam ser considerados. Por exemplo, qual o impacto do uso dos robôs no chão de fábrica? Isso causará um aumento do desemprego? Se sim, que medidas administrativas em nível governamental devem ser tomadas para minimizar estes impactos? Salário-mínimo universal? Máquinas recolhendo INSS? Taxação de empresas baseadas no número de robôs? Quando pensamos no uso dos robôs no dia a dia das pessoas, nos seus lares, existem outros questionamentos. Por exemplo, no caso de robôs cuidadores, pode existir o aumento da demência em idosos devido à diminuição da interação com humanos? Para responder a estas perguntas é necessário um esforço conjunto de especialistas de inúmeras áreas do conhecimento.
Empresas & Negócios - Você pode citar situações onde a falta deste cuidado pode gerar impactos negativos nas empresas?
Prestes - Antes de tudo, é importante frisar que o objetivo da robótica é melhorar a qualidade de vida das pessoas e não criar desempregos em massa. Empresas que não tenham esta visão alinhada aos valores da sociedade estarão fadadas ao fracasso, pois o desenvolvimento de produtos alinhados eticamente é uma tendência mundial. Em relação às empresas, elas precisam ter confiança no robô que estão adquirindo para garantir a segurança de seus clientes e funcionários; e fazer auditorias quando necessário. Por exemplo, um hospital adquirirá um robô que não é capaz de transferir o seu controle a um cirurgião quando necessário? Ademais, discussões sobre ética também ajudam a entender como as empresas podem aumentar sua produtividade e seu lucro mantendo seus funcionários, e criando assim uma sinergia entre homem e máquina.
Empresas & Negócios - Quais os possíveis impactos negativos na vida das pessoas?
Prestes - Em relação às pessoas podemos ter problemas associados à privacidade de dados - um hacker pode capturar dados das residências ou do cotidiano das pessoas usando as câmeras do robô. Notem que isto também pode acontecer com smartphones, televisores inteligentes, entre outros dispositivos. Outra situação é quando usuários estabelecem vínculos afetivos profundos com a máquina, podendo apresentar casos graves de depressão quando elas forem retiradas do seu convívio. Criar vínculos emocionais é mais comum do que se parece. Quantos de nós não criamos um relacionamento empático com um personagem fictício? Quantas pessoas não se sentem próximas de artistas de televisão?