Sejam denúncias ou ilações, os fatos estão agora na esfera da Câmara dos Deputados, inicialmente, encaminhados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que só dará a palavra final sobre as denúncias contra o presidente Michel Temer (PMDB) dentro dos preceitos constitucionais que devem ser e, até agora, têm sido obedecidos. Ou seja, se dois terços da Câmara ou 342 deputados chancelarem a denúncia.
A instabilidade política no País prossegue e, mesmo com o clima tenso, deve haver nova queda da taxa de juros. Apesar dos reclamos de entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por um movimento mais rápido, analistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de corte de 0,75 ponto percentual do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), a taxa básica de juros, em julho, para 9,50% ao ano.
Esta expectativa consta do último Relatório de Mercado Focus. O corte de 0,75 ponto já era a projeção mediana verificada em semanas anteriores, antes mesmo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em 31 de maio. Na ocasião, a taxa básica caiu 1 ponto percentual, para 10,25% ao ano.
No entanto, no comunicado e na ata que acompanharam a decisão, o Copom sinalizou a intenção de promover redução menor da Selic em seu próximo encontro, justamente agora em julho. O fato, muito bom, é que os juros estão caindo e, assim, como é por demais sabido, facilitam a retomada dos negócios em geral.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o caminho da desinflação e da redução da taxa de juros está dado. A discussão é sobre o ritmo e a extensão dos cortes.
Mas, em meio ao turbilhão político entre Rodrigo Janot, da Procuradoria-Geral da República (PGR), e Michel Temer, presidente da República, o movimento de baixa dos juros prosseguirá, sendo influenciado pela inflação e pela atividade econômica.
Mas, pela paralisia que afeta o Brasil e faz cair o consumo com a ausência de milhões de pessoas desempregadas, foi mantida a projeção de recuo de 0,20% para o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2017, ante o mesmo período de 2016. Isso é péssimo para o País, evidentemente.
Por isso continua sendo fundamental equilibrar as contas da União, fazendo com que a arrecadação federal, que caiu em maio, fique o mais próximo possível das despesas, compulsórias ou não, do governo, o que não tem sido obtido, até agora.
O que se deseja é a retomada do crescimento econômico, com a geração dos ansiosamente esperados empregos para 14 milhões de brasileiros que perambulam em busca de uma atividade formal, com carteira assinada.
Enfim, o que todos desejam é a normalização da vida política, embora não se possa negar que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão funcionando, mesmo que se discorde desta ou daquela decisão. Com enfrentamentos até, mas trabalhando dentro do ordenamento constitucional.
Milhões de brasileiros, mesmo maldizendo o ambiente ruim em que o País está mergulhado, continuam na sua faina diária em busca do sustento próprio e, na maioria das vezes, da família.
E são eles, trabalhadores e empresários de todas as áreas, os que sustentam o agora frágil arcabouço administrativo do País, até que tudo se resolva. Espera-se que isso termine antes do final do ano. A normalidade institucional é boa para o País.