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Infraestrutura

- Publicada em 05 de Junho de 2017 às 22:56

Ponta Grossa sofre com barro e alagamentos

Vias cheia de barro e buracos dificultam vida de moradores

Vias cheia de barro e buracos dificultam vida de moradores


JONATHAN HECKLER/JC
A continuidade da chuva, que não deve dar trégua até o final desta semana, tende a complicar ainda mais a vida dos moradores da extrema zona Sul de Porto Alegre. Em várias vias públicas de bairros como Serraria e Ponta Grossa, a pavimentação ainda não chegou, e a presença do poder público é, segundo os moradores, apenas esporádica, com constantes alagamentos e interrupções no fornecimento de energia elétrica.
A continuidade da chuva, que não deve dar trégua até o final desta semana, tende a complicar ainda mais a vida dos moradores da extrema zona Sul de Porto Alegre. Em várias vias públicas de bairros como Serraria e Ponta Grossa, a pavimentação ainda não chegou, e a presença do poder público é, segundo os moradores, apenas esporádica, com constantes alagamentos e interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Os alagamentos são comuns na frente da Escola Municipal de Educação Infantil Ponta Grossa, localizada na estrada Retiro da Ponta Grossa. Segundo a vice-diretora da escola, Cristiane Souza Freitas, qualquer chuva de maior duração torna o caminho praticamente intransitável. "Se choveu durante a noite, a gente já sabe que, pela manhã, vai estar o caos", afirma ela, que trabalha há sete anos no local. Os carros têm dificuldades de estacionar, e os alunos da instituição, que atende crianças do berçário até cinco anos e 11 meses de idade, precisam enfiar o pé na água para entrar nas salas de aula.
Freitas afirma que vários protocolos sobre o problema foram encaminhados à prefeitura nos últimos anos, sem que providências concretas fossem tomadas. Segundo moradores da área, a fonte mais provável dos alagamentos, que atingem também parte da Avenida da Serraria, é um valão localizado em terreno do Ministério da Agricultura. Como não foi feita nenhuma canalização, a água acaba transbordando em chuvas mais fortes, invadindo a via pública.
"Quando da última chuva, cheguei a ficar com medo da situação ali", diz o comerciante Rona Ramos, proprietário de uma ferragem nas proximidades. Segundo ele, a situação é uma "covardia" com as crianças que estudam ali. "O principal problema aqui é a (falta de ações da) prefeitura", lamenta ele, que está há mais de 30 anos na região da Ponta Grossa.
Na medida em que o asfalto desaparece, o problema de deslocamento passa a ser mais acentuado. Moradora do bairro há dez anos, a diarista Elinês Rosa diz que teve que tirar as botas do armário durante a semana passada para conseguir chegar no trabalho, em uma das residências dos moradores mais abastados da região. "De moto não dá, é muito barro. Melhor vir caminhando mesmo", assegura. Nas casas menos nobres, como as do Beco da Ponta Grossa, a situação fica "horrível" a cada chuva mais forte e é preciso contar com a patrola da prefeitura para aplainar os buracos e deixar o terreno mais transitável. Mas a melhora, além de temporária, não é garantida. "Às vezes, a patrola passa aqui (no Retiro) e não sobe lá (no beco)", lamenta Rosa.
Aos problemas enfrentados nas idas e vindas do dia a dia, somam-se os longos períodos sem luz. De acordo com o autônomo Júlio César Rocha Pinto, que reside há 16 anos na Ponta Grossa, não é raro enfrentar a falta de energia elétrica em duas ou mais vezes por semana. "A rede é velha", acredita ele, que diz sempre receber respostas evasivas do poder público. "A luz só volta quando para a chuva. Às vezes, leva até dois dias. A nossa sorte (durante a última chuva) foi o vento sul", acentua, atribuindo a isso a manutenção da eletricidade durante os momentos de chuva mais forte.
 

Obras englobam seis bairros da zona Sul, mas Ponta Grossa e Serraria não estão contemplados

A zona Sul da Capital está incluída em obras previstas para este ano, dentro do montante de recursos provenientes da Confederação Andina de Fomento (CAF). No entanto, áreas da Serraria e da Ponta Grossa não estão inclusas em nenhum dos cinco lotes, com vias públicas eleitas como prioritárias pelo Orçamento Participativo (OP). As obras são coordenadas pela Secretaria Municipal de Infraestrura e Mobilidade Urbana (Smim). 
O primeiro dos cinco lotes, referentes ao Extremo Sul, priorizam obras na região do Belém Novo, como as ruas David Dutra Soares, Irineu Francisco da Silva e Natal Condotta. Duas das intervenções previstas, na João Pestana Aragão e na Lauro Motta Duarte, já estão em execução. As primeiras obras devem ser entregues em agosto deste ano, em um pacote com conclusão prevista para fevereiro do ano que vem.
Os moradores da zona Sul também devem ser contemplados pelo quinto lote das obras, referente à região Centro-Sul e cujas obras correm paralelamente aos demais. As vias atendidas estão localizadas nos bairros Cavalhada, Camaquã, Vila Nova, Aberta dos Morros e Campo Novo. As primeiras obras, nas ruas Everest, João Francisco Barbosa e Mara Martins de Martins, começaram em março. As iniciativas, que incluem melhorias na infraestrutura e a pavimentação das vias, devem estar concluídas no próximo mês de janeiro.
Ao todo, os cinco lotes (Extremo Sul, Lomba do Pinheiro, Ilhas, Centro-Sul e Eixo-Baltazar/Nordeste/Leste/Partenon) somam 10,5 quilômetros de vias. O custo orçado para as obras é de R$ 24,5 milhões. As ruas que não estão inclusas no pacote, porém, terão que esperar, já que a Smim não deve dar início a novas obras antes do segundo semestre.