Justiça manda tirar do ar vídeo de Danilo Gentili atacando Maria do Rosário

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou a retirada imediata do vídeo veiculado no Twitter, YouTube e Facebook com agressões proferidas pelo apresentador Danilo Gentili à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). 

No pedido que inclui ainda indenização por dano moral, a deputada gaúcha se refere ao vídeo gravado por Gentili onde aparece rasgando uma notificação remetida pela Câmara dos Deputados, colocando os pedaços de papel dentro das calças e novamente no envelope, "com indicações ofensivas e obscenas e, também, com incitação ao ódio e violência contra a autora", diz o TJ-RS.

A decisão foi publicada no site do tribunal. Até o começo da tarde deste sábado (3), o vídeo continuava a ser exibido no Youtube, com 565 mil visualizações, 82,6 mil curtidas e 2,5 mil não curtidas, além de 6.524 comentários.   

Em nota, a deputada considerou a decisão "uma vitória de todas as mulheres brasileiras que desejam construir uma sociedade livre do ódio e dos preconceitos cotidianos”. A notificação extrajudicial solicitava que Gentili parasse de postar notícias consideradas falsas sobre a filha da parlamentar, que é menor de idade. O vídeo com a cena do apresentador foi ao ar em 29 de maio. A liminar para retirar o conteúdo do ar foi negada em primeira instância, levando Rosário a recorrer ao TJ-RS.

O desembargador Túlio de Oliveira Martins considerou que a deputada foi "agredida e humilhada" e considerou a peça de natureza misógina, "representando agressão despropositada a uma parlamentar e às instituições, materializando-se virtualmente em crime que, se for o caso, deverá ser apurado em instância própria".

Martins diz ainda que “o conteúdo apresentado naquilo que seria um vídeo humorístico em verdade não é notícia, nem informação, nem opinião, nem crítica, nem humor, mas apenas agressão absolutamente grosseira marcada por prepotência e comportamento chulo e inconsequente”. A decisão prevê multa diária a partir da notificação em caso de eventual descumprimento. 

Em nota, Maria do Rosário disse que é “impossível aceitarmos o desrespeito e a humilhação contra qualquer ser humano. Por este motivo, decidi mover todas as ações possíveis contra os que agem desta forma contra mim. Penso que assim estamos contribuindo para que todas as meninas cresçam sabendo que tem direitos".