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Clima

- Publicada em 01 de Junho de 2017 às 21:47

Chuvarada causa prejuízos em 74 municípios gaúchos

Rio Uruguai subiu 13,62 metros em Porto Mauá

Rio Uruguai subiu 13,62 metros em Porto Mauá


VILSON WINCKLER/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de enfrentar o oitavo dia consecutivo de chuva, o Rio Grande do Sul registrava 74 municípios prejudicados até o final da tarde desta quinta-feira. Neles, há 2.944 pessoas desalojadas, que precisaram sair de casa e se hospedar na residência de amigos e familiares, e 1.846 desabrigadas, que precisaram ser encaminhadas para abrigos provisórios em suas cidades. Trinta cidades decretaram situação de emergência.
Depois de enfrentar o oitavo dia consecutivo de chuva, o Rio Grande do Sul registrava 74 municípios prejudicados até o final da tarde desta quinta-feira. Neles, há 2.944 pessoas desalojadas, que precisaram sair de casa e se hospedar na residência de amigos e familiares, e 1.846 desabrigadas, que precisaram ser encaminhadas para abrigos provisórios em suas cidades. Trinta cidades decretaram situação de emergência.
Diante dos efeitos da chuva em todo o Estado, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) entregou ao governador José Ivo Sartori a solicitação para um decreto estadual de emergência. A medida pode agilizar o atendimento às famílias prejudicadas.
O presidente da Famurs, Luciano Pinto, também requisitou o pagamento de recursos em atraso da área da saúde para os municípios em situação de emergência, a recuperação de estradas e a cedência de maquinário. No entanto, o chefe da Defesa Civil, coronel Alexandre Martins, argumentou que a situação ainda não requer emergência estadual.
Um dos municípios mais atingidos é São Jerônimo, na Região Metropolitana. Ao todo, 170 famílias (720 pessoas) estão desalojadas e outras 40 famílias (170 pessoas) seguem desabrigadas. Já em Itaqui, cidade do Sudoeste gaúcho que faz fronteira com a Argentina, 546 pessoas de 130 famílias ficaram desalojadas, enquanto outras 53 famílias e 223 pessoas ficaram desabrigadas. Moradores também tiveram que deixar suas casas nos municípios de São Sebastião do Caí, Uruguaiana, São Borja, Campo Novo, Estrela, Cachoeira do Sul, Montenegro, Iraí, Porto Vera Cruz, Porto Xavier, Porto Mauá e Barra do Guarita.
A cheia do rio Uruguai, de mais de 13 metros, provocou a interrupção da travessia por balsa entre Brasil e Argentina nas cidades de Porto Mauá, Porto Xavier, Porto Vera Cruz e Tiradentes do Sul. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informa que o nível do rio Uruguai está subindo nas regiões de São Borja, Itaqui, Iraí e Uruguaiana.
Rodovias em diversos pontos do Norte e Noroeste registram trechos interditados ou que demandam cuidado redobrado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) bloqueou o tráfego pesado no km 2 da BR-153, em Marcelino Ramos, na divisa com Santa Catarina, devido a fissuras no asfalto. O tráfego para carros leves ocorre em meia pista. A queda de uma árvore bloqueou parcialmente a BR-116, entre os quilômetros 186 e 187, em Nova Petrópolis, no começo da manhã.

Nível do Guaíba chega a 2,10 metros e volume do rio atinge situação de cheia

O nível do rio Guaíba chegou a 2,10 metros na tarde desta quinta-feira, o que indica situação de cheia. O Centro Integrado de Comando da Capital (Ceic) estima que o nível pode aumentar ainda mais, uma vez que o volume já acumulado não contava a contribuição da vazão de outras bacias, como as dos rios dos Sinos e Gravataí.
Em Porto Alegre, a média para maio, com alguma variação em cada região da cidade, é de 95 milímetros de chuva. De acordo com o Ceic, desde a quinta-feira da semana passada, choveu em torno de 222 milímetros no Centro da Capital, o equivalente a quase dois meses de chuva no período de oito dias. Ao final da tarde de quinta-feira, contando somente as últimas 24 horas, o Centro tinha acumulado de 83,8mm, com Sarandi (77,2mm), São João (58,7mm) e Menino Deus (46,7mm) também registrando altos índices.
A Defesa Civil da Capital se reuniu com a população da região das ilhas para debater ações de prevenção. Os moradores expuseram as necessidades que encontram durante os períodos de cheia e definiram equipes para servirem de contato entre o órgão e a população.

Em Porto Alegre, pontos de alagamento afetaram moradores e motoristas

No Humaitá, veículos ficaram parados devido ao acúmulo de água

No Humaitá, veículos ficaram parados devido ao acúmulo de água


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER/JC
A chuva que atingiu Porto Alegre a partir da madrugada de quinta-feira causou alagamentos significativos em várias regiões, em especial na Zona Norte. Ao longo das avenidas Sertório e Voluntários da Pátria, foram registrados pontos de acúmulo de água, dificultando ou não permitindo o fluxo de veículos, conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Outros locais que apresentaram tráfego complicado pela chuvarada foram as vias Ceará, Dona Teodora, Carlos Gomes, Farrapos, Emílio Lúcio Esteves com Assis Brasil, Itapeva com Assis Brasil, Garibaldi (próximo à rodoviária) e Presidente Franklin Roosevelt.
Os bairros Humaitá e Anchieta foram bastante afetados. Durante a tarde, a reportagem do Jornal do Comércio constatou vários pontos de alagamento em vias como A.J. Renner, José Pedro Boéssio e Palmira Gobbi. Na Padre Leopoldo Brentano, veículos chegaram a ficar parados no meio do trajeto, incapazes de avançar diante do acúmulo de água. No bairro Anchieta, os moradores de ruas como Vitor Valpirio e Jaime Vignoli também sofreram. Segundo eles, a situação se agravou no começo da tarde, quando a casa de bombas que atende à área teria sido desativada.
De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, a unidade do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) na Vila Farrapos alagou e teve que ser desligada, por volta do meio-dia de ontem. A água acumulada chegou próximo do painel de controle da unidade, o que poderia causar curto-circuito. Até o final da tarde, o DEP aguardava que o nível da água baixasse para religar as bombas, o que ainda não tinha previsão de ocorrer.
O funcionamento do Trensurb também foi afetado. Durante boa parte do dia, as estações Mercado, Rodoviária e São Pedro estiveram fechadas devido ao acúmulo de água nos trilhos. Ônibus levavam os passageiros até a estação Farrapos, primeira com funcionamento normalizado, mas tinham dificuldade de chegar ao local, devido aos engarrafamentos no entorno. O serviço foi retomado em todas as estações no final da tarde.
 

Sol deve retornar ao Estado neste fim de semana

Para quem já não aguenta mais a chuva, a meteorologia garante que haverá trégua em solo gaúcho. A precipitação para na madrugada desta sexta-feira e só volta após o domingo, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O tempo seguirá nublado a princípio, com a chegada mais consistente do sol durante o fim de semana. 
Nesta sexta-feira, a temperatura ficará entre 14 e 18 graus na Capital. O frio mais intenso deve ocorrer na Serra, com mínimas em torno dos 8 graus. No Estado, a máxima poderá chegar a 19 graus.
O amanhecer de sábado deve ser bastante frio, com mínimas se aproximando dos 6 graus em algumas regiões. O giro no clima marca a despedida da frente fria que estava estacionada no Rio Grande do Sul e agora se desloca para Santa Catarina e Paraná.
Nesta quinta-feira, a temperatura oscilou entre 8 graus, em São José dos Ausentes, e 19,6, em Quaraí. Na maioria das regiões, a chuva foi deixando de cair no decorrer do dia. Na Capital, houve pouca amplitude térmica, com temperatura oscilando entre 15,1 e 17,2 graus.