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Economia

- Publicada em 26 de Junho de 2017 às 22:06

Futuro das empresas depende da Indústria 4.0

Marcos Troyjo destaca mudanças nas relações de trabalho

Marcos Troyjo destaca mudanças nas relações de trabalho


/JONATHAN HECKLER/JC
Patricia Knebel
O renascimento da cultura empresarial, tema central da edição 2017 do CEO Fórum que acontece hoje na Capital, é uma necessidade e não mais uma opção - e este movimento é dependente não só das novas tecnologias como de uma mudança de atitude das corporações. É o que defende o professor da Columbia University (Nova Iorque), diplomata e cientista social, Marcos Troyjo. Ele participa do evento realizado pela Câmara Americana de Comércio - Amcham Porto Alegre no Teatro do Bourbon Country, e terá ao seu lado o economista Gustavo Franco, o CEO da Holding Azul Linhas Aéreas, José Mario Caprioli e o CEO da Big Data, Gustavo Ioschpe.
O renascimento da cultura empresarial, tema central da edição 2017 do CEO Fórum que acontece hoje na Capital, é uma necessidade e não mais uma opção - e este movimento é dependente não só das novas tecnologias como de uma mudança de atitude das corporações. É o que defende o professor da Columbia University (Nova Iorque), diplomata e cientista social, Marcos Troyjo. Ele participa do evento realizado pela Câmara Americana de Comércio - Amcham Porto Alegre no Teatro do Bourbon Country, e terá ao seu lado o economista Gustavo Franco, o CEO da Holding Azul Linhas Aéreas, José Mario Caprioli e o CEO da Big Data, Gustavo Ioschpe.
Jornal do Comércio - Por onde passa o desafio do renascimento da cultura empresarial?
Marcos Troyjo - Existem duas coisas extremamente importantes acontecendo hoje no mundo. Uma delas é a tendência da desglobalização, de um maior protecionismo comercial e desenvolvimento de políticas de conteúdo local. A outra é o advento da Indústria 4.0, que é uma revolução tão importante quanto as três que a antecederem. Primeiro tivemos a evolução da máquina à vapor, depois o estabelecimento do método de produção em série e, então, a terceira fase, que foi o advento dos microprocessadores e da computação pessoal. A quarta era é a que vivemos agora, a Indústria 4.0, que traz o uso intensivo em tecnologias como computação em nuvem, inteligência artificial, realidade aumentada e robótica. Mas não é só isso. Tem um aspecto de atitude organizacional, de como as empresas se preparam para essa nova realidade, que precisa ser considerado rapidamente.
JC - Qual é a principal mudança de postura que precisa acontecer nas empresas?
Troyjo - As corporações estão sendo rapidamente solavancadas por essa nova fase da economia industrial, que é a Indústria 4.0, e terão que rever aquela velha ideia de que precisam estar presas ao seu nicho de atuação. Vamos pensar na Samsung. A empresa nasceu com três nichos prioritários: exportação de frutas, de peixes e de perucas. Se tivesse ficado atrelada ao seu core, nunca teria saído destes setores e se tornado essa gigante de eletrônicos de hoje. Se você tem uma empresa de diagnóstico médico, talvez o seu principal concorrente do futuro não seja outro laboratório, mas uma rede social como Facebook ou WhatsApp, que tem a capacidade de, remotamente, atingir mais pessoas. O mesmo acontece no setor financeiro. Se uma pessoa tem R$ 5 mil e quer fazer uma aplicação, dificilmente vai conseguir um investimento que lhe remunere com mais de 0,5% ao mês; já se deve R$ 5 mil ao banco, não conseguirá taxa inferior a 1%. Era evidente que em algum momento surgiria alguma nova operação com um modelo que fosse mais vantajoso para o consumidor, como já vemos acontecer com as fintechs. Os modelos de negócios estão mudando.
JC - Qual o papel dos líderes neste processo de mudança?
Troyjo - É um papel muito importante e delicado, porque muitas vezes é difícil falar para pessoas o que elas não querer ouvir, tirá-las da sua zona de conforto. Em se tratando de Indústria 4.0, a pior máxima que devemos seguir é a do futebol, que diz que em time que está ganhando não se mexe. Na estratégia negocial, é em time que está vencendo que se mexe, e as lideranças estão sendo constantemente demandadas a estimular esta transformação.
JC - Que transformações esta nova realidade traz para o mercado de trabalho?
Troyjo - A principal é que o trabalho presencial deixa de fazer sentido. E passamos a conviver não só com home office, mas com a ideia de que o escritório pode ser em qualquer lugar. Outra mudança é que é uma característica da tecnologia eliminar posições e criar novas - a velocidade de destruição é a mesma da criação de outras funções, como os analistas de dados e de social media que estão surgindo. Dos milhões de desempregados no Brasil, muitos são reflexo da barbeiragem conjuntural do País. Porém, não tenho dúvida de que essa realidade também é reflexo dos novos tempos, de pessoas que não se encaixaram mais nas posições do novo mercado de trabalho. O grande desafio das sociedade contemporânea é retreinar e recapacitar as pessoas para o desenvolvimento de funções que vão além da sua atividade original.
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