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Economia

- Publicada em 11 de Junho de 2017 às 18:58

Controladores da JBS promoveram nova venda de ações no mês de maio

Donos da empresa podem ser multados e perder habilitação para operar

Donos da empresa podem ser multados e perder habilitação para operar


/EVARISTO SA/AFP/JC
À semelhança do que ocorreu em abril, os acionistas controladores da JBS - a FB Participações e o Banco Original - promoveram uma venda milionária de ações da companhia em maio. Desta vez, o montante foi de R$ 155,288 milhões, envolvendo cerca de 18,6 milhões de papéis. As vendas ocorreram nos dias 16, 17, 22, 29, 30 e 31 de maio, por intermédio da corretora Bradesco.
À semelhança do que ocorreu em abril, os acionistas controladores da JBS - a FB Participações e o Banco Original - promoveram uma venda milionária de ações da companhia em maio. Desta vez, o montante foi de R$ 155,288 milhões, envolvendo cerca de 18,6 milhões de papéis. As vendas ocorreram nos dias 16, 17, 22, 29, 30 e 31 de maio, por intermédio da corretora Bradesco.
No dia 16, foram vendidas 984.900 ações, ao preço de R$ 10,11. Nesse pregão, o papel recuou 8,62%, a R$ 9,86. No dia seguinte, os controladores se desfizeram de 3.635.000 ações, ao preço de R$ 9,66. A desvalorização ao fim do pregão foi de 3,65%, a R$ 9,75. Mais tarde, nesse mesmo dia, notícias sobre a delação de Joesley e Wesley Batista vieram à tona, depois que a bolsa de valores fechou.
Já em 22 de maio, foram vendidas 682.600 ações, à cotação de R$ 7,81. O declínio do papel nesse pregão foi de 31,34%, a R$ 5,98.
Em 29 de maio, eles venderam 7.004.100 ações, ao preço de R$ 7,86. O papel encerrou a sessão com queda leve de 0,13%, a
R$ 7,70. Em 30 de maio, foram vendidas 2.220.000 ações, à cotação de R$ 7,64. O papel caiu 3,90%, a R$ 7,4. Por fim, em 31 de maio, os controladores se desfizeram de 4.109.100 ações, à cotação de R$ 8,00, sendo que o papel subiu 9,05%, a R$ 8,07.
As negociações de papéis pelos donos da JBS, assim como operações no mercado de câmbio às vésperas da delação dos irmãos Batista, estão sendo investigadas pela Polícia Federal (PF) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em abril, os controladores do frigorífico venderam cerca de R$ 300 milhões em ações da empresa, a primeira operação desse tipo em mais de um ano. Na ocasião, eles já haviam fechado acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Na sexta-feira, dia 9, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da JBS, em São Paulo. Batizada de Tendão de Aquiles, a operação apura o suposto uso indevido de informações privilegiadas pela JBS e por sua controladora, a FB Participações, no mercado financeiro. Foram apreendidos documentos, mídias, celulares e informações de HDs.
Em nota, a JBS afirmou que as empresas entregaram os materiais e documentos solicitados pela Polícia Federal e que segue à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos. Sobre a compra e venda de moedas, ações e títulos, diz que as operações realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores foram feitas dentro da lei. Sobre as operações de câmbio, afirma que gerencia "de forma minuciosa e diária" a sua exposição cambial e de commodities. "A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais", afirmou.
Se as investigações concluírem que houve mesmo procedimentos atípicos e ganhos elevados, os envolvidos podem ser punidos com multas e perda de habilitação para operação. Na quinta-feira, o governo, atendendo a um antigo pleito da CVM, reforçou as penalidades. A multa aplicada agora é de R$ 500 milhões por infração. No entanto, como as operações são anteriores a essa data, fica valendo a penalidade anterior: multa de R$ 500 mil ou três vezes o valor do ganho, se for comprovado.
A JBS tem uma das maiores estruturas para operar câmbio numa empresa não financeira, e essa não é a primeira vez que ela se envolve em polêmicas no mercado financeiro. Já causa incômodo entre os operadores acertos recorrentes da JBS às alterações nas taxas de juros e de câmbio anunciadas pelo Banco Central - que lhes renderam ganhos superiores ao de instituições financeiras. Em 2015, a companhia registrou ganhos no mercado cambial superiores até aos conseguidos vendendo seus produtos.
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