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Teatro

- Publicada em 25 de Junho de 2017 às 16:22

Teatro Opus SP: Inovação e tradição

Quero registrar, hoje, a visita que fiz ao novo Teatro Opus, sediado no Shopping Villa Lobos, em São Paulo. Já escrevi, há algum tempo, a respeito dos teatros que a Opus vem idealizando em várias capitais do Brasil. A Opus iniciou-se em Porto Alegre, há quatro décadas, como produtora receptora de grandes espetáculos culturais. Enveredou para a parceria com bancos e supermercados, assumindo a administração de grandes teatros, como no Rio de Janeiro, aqui mesmo, em Porto Alegre, e outras cidades.
Quero registrar, hoje, a visita que fiz ao novo Teatro Opus, sediado no Shopping Villa Lobos, em São Paulo. Já escrevi, há algum tempo, a respeito dos teatros que a Opus vem idealizando em várias capitais do Brasil. A Opus iniciou-se em Porto Alegre, há quatro décadas, como produtora receptora de grandes espetáculos culturais. Enveredou para a parceria com bancos e supermercados, assumindo a administração de grandes teatros, como no Rio de Janeiro, aqui mesmo, em Porto Alegre, e outras cidades.
Na própria São Paulo, a Opus já administrava o Teatro Bradesco. Pois, há cerca de um ano, no shopping Villa Lobos, foi inaugurado este outro centro, o Teatro Opus, que leva o nome da própria empresa, construído no topo do centro de compras, num espaço de 1.890 metros quadrados, com projeto do arquiteto Carlos Bratke. O teatro guarda todos os requisitos técnicos mais modernos para a qualidade dos espetáculos. São 720 lugares, para um palco de 12 metros de largura, na boca de cena, com 8 metros de altura e 12 metros de fundo. Uma atração especial é o foyer ao ar livre disponível, com uma vista extraordinária.
A atração que se encontrava disponível, na semana em que fui conhecer a sala, era um musical infantil, A bela adormecida, baseado no clássico de Charles Perrault, em adaptação de Lilio Afonso e do italiano Billy Bond, que é também o responsável pela direção do espetáculo. Com 180 figurinos, trilha sonora que mescla clássicos como Tchaikovsky e composições originais da dupla Vilabond (na verdade, o próprio diretor com um parceiro advindo do grupo Secos e Molhados, já que Billy Bond, que fez carreira no Brasil, foi responsável, dentre outros, pelas produções de Ney Matogrosso, ao longo dos anos).
O elenco é formado por intérpretes relativamente pouco conhecidos, como Nicole Rosemberg (Bela Adormecida) e Caio Mutai (Príncipe Filipe), pois atuam mais no âmbito paulista, ainda que tenham passagens pela televisão. Mas quem atrai o público (sobretudo papais e mamães) é a Bruxa Malévola, por ser interpretada por Adriane Galisteu - aliás, muito bem, e que aproveitou para fazer estrear o filho, Vittorio, que vive o Príncipe Filipe quando pequeno, e que demonstra se sentir muito à vontade no palco. Em meio à trama, a presença das Fadas Flora (Luana Marthin), Fauna (Ana Saguia) e Primavera (Letícia Rios), esta, sim, com maior experiência de palco, mobilizando e envolvendo toda a plateia.
O espetáculo tem duas sessões a cada dia, pela tarde e início da noite. A produção traz inovações: para além da coreografia de Ítalo Rodrigues e Paula Perillo, a grande novidade é a perfeita interação entre a encenação teatral, propriamente dita, e a projeção de filmes animados que compõem toda a narrativa, como se um filme se desenrolasse ao vivo à nossa frente. Para isso, a cenografia de Sílvio Galvão e do próprio Billy Bond guardaram espaços brancos nos telões, onde as imagens são projetadas, além das laterais. Assim, as passagens de tempo e as trocas de espaço não interrompem o espetáculo, e quando isso é necessário, entram em cena as fadas. Os filmes de George Feller e Lucas Médici, e os efeitos especiais de Gabriele Fantine têm esta grande vantagem de se adequarem perfeitamente ao ritmo narrativo do espetáculo.
O que a Opus está fazendo com seu teatro é, em tempo de crise, buscar alternativas de sobrevivência, com públicos até certo ponto alternativos, ou garantindo que espectadores de classe média, impedidos de assistir a tais espetáculos por eventuais altos preços, tenham promoções. Por exemplo, no caso de A bela adormecida, há ofertas de pacotes que reúnem até quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) a preços promocionais. A nova faixa de oferta de espetáculos da Opus, claramente, abre um novo caminho. Não se trata de um trabalho pobre: a experiência de Billy Bond mostra isso. Mas procura construir, com meios mais baratos, espetáculos igualmente atrativos e bem-acabados. Neste sentido, lançar mão de tecnologias é uma alternativa criativa e inovadora, que não resolve apenas problemas de produção, mas sugere novos caminhos de criação para a linguagem teatral.
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