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- Publicada em 08 de Junho de 2017 às 17:40

Dezesseis dígitos

O economista Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios - que é um estudioso em infraestrutura -, fez um levantamento sobre o custo da corrupção nas obras públicas no País nos últimos 45 anos. Fundada em 1991, a Inter. B. presta consultoria financeira, estratégica e econômica para instituições sem fins lucrativos, governos, empresas e instituições financeiras.
O economista Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios - que é um estudioso em infraestrutura -, fez um levantamento sobre o custo da corrupção nas obras públicas no País nos últimos 45 anos. Fundada em 1991, a Inter. B. presta consultoria financeira, estratégica e econômica para instituições sem fins lucrativos, governos, empresas e instituições financeiras.
Tomando por base que, entre 1970 e 2015, a roubalheira foi crescente e, a partir de 2003, chegou a um sobrepreço médio de 35%, o estudo concluiu que o Brasil perdeu, em valores corrigidos - mas sem juros -, R$ 2,1 trilhões. Em estranha grafia, são "dois trilhões e um bilhão de reais". Para escrever em numerais, serão necessários 16 dígitos.

Romance forense: Quase Dia dos Namorados no foro!


REPRODUÇÃO/JC
Onze de junho, véspera do Dia dos Namorados, audiência de conciliação em comarca grande do interior gaúcho. A esposa (de afazeres domésticos, separada de fato) busca formalizar a pensão alimentícia para os filhos e quer 30% a mais do que o valor oferecido pelo marido.
- Ela está querendo muito, sempre foi ambiciosa. Assim não vai sobrar nada pra mim - afirma o homem, que é pequeno comerciante e astuto vereador.
- Não é muito, não, doutor. Ele pode pagar, porque, como todo político, tem caixa-2. E, afinal, eu fiquei com três filhos para criar - responde a mulher.
- Três filhos não! São dois! - rebate o homem, já avermelhando.
- São três! - insiste a mulher.
O juiz folheia os autos, para esclarecer a controvérsia.
- Minha senhora, pela petição inicial e certidões juntadas, vejo que são dois os filhos havidos no casamento.
- Eram dois até o mês passado, mas é que fiz um exame nesta semana e descobri que estou grávida, por isso estou gordinha. Vai nascer no final de dezembro - a mulher fala baixinho, falando com ternura.
O silêncio na sala dura meio minuto, enquanto os litigantes trocam ternos olhares.
- Grávida mais uma vez, e por que não me contaste!? - o homem questiona, num misto de estupefação e alegria.
- Já estavas fora de casa e achei que ficarias brabo. Mas o filho é nosso! - explica a mulher.
O homem coça o queixo e faz uma ponderação típica de político ligeiro.
- Bem, excelência... acho que advogados, juízes e promotores chamam isso de fato novo,
não é? Peço, então, que o senhor suspenda o processo para que a gente tente se entender.
- É isso que a senhora quer? Reconciliar com o seu esposo e esperar junto com ele o nascimento do novo bebê? - pergunta o magistrado.
A mulher maneia a cabeça, afirmativamente.
- E os senhores procuradores, têm algo a dizer? - questiona o magistrado.
- Em briga ou paz de marido e mulher, eu é que não vou meter a colher! - brinca o defensor do réu, parafraseando o ditado popular.
- Constato a expressão de felicidade de minha cliente - reconhece o advogado da autora.
O juiz suspende o processo por 60 dias.
Audiência encerrada, os cônjuges saem de mãos dadas. Uma semana depois, ingressa a petição conjunta de desistência da ação.
O amor é lindo!
 

R$ 1,1 bilhão em remédios

O Laboratório Alexion, fabricante do Soliris - um dos medicamentos mais caros do mundo -, recebeu, há dois meses, a autorização para vender a droga no Brasil. Ela se destina a pacientes com HPN, uma doença rara, que ataca a medula óssea. No entanto, até hoje, o fabricante não informou à Anvisa o preço-teto do medicamento, o que impede que ele seja precificado e, portanto, vendido no Brasil.
Técnicos da Anvisa suspeitam que seja uma maneira de o laboratório continuar fornecendo o remédio somente após decisões judiciais dadas a pacientes que recorrem à Justiça por não terem como comprá-lo no Brasil. O valor considerado nas ações judiciais é o do mercado de varejo dos EUA, muito superior ao que será praticado no Brasil. Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde foi obrigado pela Justiça a comprar
R$ 1,1 bilhão em Soliris.

A propósito

Os irmãos Batista (ou, melhor, uma de suas empresas) estão comprando um G-650, o jato executivo mais rápido e caro do mundo, vendido por US$ 74 milhões.
A aeronave pode levar até 18 passageiros e tem autonomia para voar de São Paulo a Nova Iorque sem escalas. A família já possui um G-550, mais... "modesto".

Harmoniosa simbiose

Para o vice-procurador eleitoral Nicolau Dino, que propõe a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o valor de R$ 150 milhões que a Odebrecht doou "é, por si só, forte evidenciador de abuso de poderio econômico".
Dino alfinetou "a espúria relação entre setor empresarial e setor partidário, que vivem em harmoniosa simbiose, em troca de benefícios vultosamente monetarizados".

Momentos difíceis

Ticiana Tanajura Villas Boas Batista, ex-apresentadora do Jornal da Band e que ultimamente trabalhava no SBT comandando reality shows, foi às redes sociais para uma despedida temporária. Esposa de Joesley Batista, ela escreveu, de Nova Iorque, explicando que se afastará dos contatos por um período para "resguardar" a família.
Reconheceu, em seu perfil, que ela e a família estão passando por "momentos difíceis". Arrematou: "não estou forte nem preparada ainda para falar do assunto". E mais não disse.

Índios, parasitas e avestruzes

O julgamento que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE não teve grandes avanços práticos até agora, mas foi preenchido por momentos embaraçosos, descontraídos e acalorados. O principal embate foi travado entre o relator, Herman Benjamin, e o presidente do tribunal, Gilmar Mendes.
Benjamin adotou inusitada estratégia: passou longo tempo lendo votos antigos de outros ministros, sobre o atual e outros casos, para constrangê-los a não se contradizerem nesta votação. Rememore algumas das frases originais.
De Hermann Benjamin:
"Só os índios não contatados da Amazônia não sabiam que a Odebrecht havia feito colaboração premiada".
"Nenhuma empresa parasitou mais a Petrobras do que a Odebrecht".
"Vossa Excelência, senhor presidente, tem que pedir desculpas a si mesmo, pelas suas contradições".
De Gilmar Mendes:
"Um Barusco corresponde a US$ 100 milhões nesta corruptocracia".
De Luiz Fux:
"Somos uma corte. Avestruz é quem enfia a cabeça. É impossível uma corte descobrir fatos e não levar em consideração".

'Rádio-corredor'

"Se maio teve tanta corrupção comprovada, imaginem em junho, que é mês de quadrilha."
(Nesta semana, nos corredores da OAB-RS, pouco depois de haver pimpongado a notícia da prisão do ex-ministro e ex-governador Henrique Eduardo Alves.)