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Campeonato Gaúcho

- Publicada em 07 de Maio de 2017 às 22:36

Noia conquista o Estado

Após seis vice-campeonatos, equipe do Vale do Sinos faz história ao bater o Colorado em Caxias do Sul

Após seis vice-campeonatos, equipe do Vale do Sinos faz história ao bater o Colorado em Caxias do Sul


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Nem sempre a lógica e o merecimento entram em campo. No entanto, ontem, na segunda partida da final do Campeonato Gaúcho, o Novo Hamburgo mostrou a força que o tornou o melhor time durante toda a competição, sendo merecedor do título. Sem perder para os grandes do Estado, a equipe do Vale do Sinos faturou o inédito troféu depois de um novo empate em 1 a 1 no tempo normal e, assim como fez com o Grêmio, bateu o Inter nas penalidades. Em 2017, o Rio Grande do Sul volta a ser azul, mas o azul é anil.
Nem sempre a lógica e o merecimento entram em campo. No entanto, ontem, na segunda partida da final do Campeonato Gaúcho, o Novo Hamburgo mostrou a força que o tornou o melhor time durante toda a competição, sendo merecedor do título. Sem perder para os grandes do Estado, a equipe do Vale do Sinos faturou o inédito troféu depois de um novo empate em 1 a 1 no tempo normal e, assim como fez com o Grêmio, bateu o Inter nas penalidades. Em 2017, o Rio Grande do Sul volta a ser azul, mas o azul é anil.
Nem mesmo as 45 conquistas do todo-poderoso colorado intimidaram a força do Interior. Foram necessárias seis finais até a primeira grande conquista do Novo Hamburgo. O time já havia chegado à decisão em 1942, 1947, 1949, 1950 e 1952. Neste ano, a campanha anilada não deixou sombra de dúvidas sobre sua superioridade.
Ontem, no estádio Centenário, após uma primeira etapa em que foi superior, o Novo Hamburgo foi massacrado no segundo tempo, mas segurou o ímpeto vermelho e levou a decisão para os pênaltis. Pela segunda vez nesta edição do Gauchão, o goleiro Matheus brilhou, defendeu uma cobrança e ajudou o Noia a levantar a taça, acabando com o sonho do heptacampeonato do Colorado.
A última vez em que o troféu tinha ficado com um time do Interior havia sido em 2000, coincidentemente com o dono da casa onde ocorreu a partida de ontem. Na ocasião, o Caxias de Tite, hoje técnico da seleção brasileira, superou o Grêmio de Ronaldinho Gaúcho. Após 17 anos, Beto Campos, mostrando qualidades semelhantes às do comandante da equipe nacional, armou o time com maestria, com linhas de marcação bem postadas, comprometimento tático linear e uma tranquilidade há muito tempo não vista em um clube do Interior.
Na primeira fase, o Noia venceu sete partidas, empatou duas e perdeu outras duas. Nas quartas de final, passou pelo São José, com duas vitórias por 1 a 0. Nas semifinais, o time parou o badalado elenco do Grêmio. Após dois empates em 1 a 1, a vaga na final veio nas cobranças de pênaltis, com mais uma grande atuação do goleiro Matheus.
Do lado vermelho, a decepção estava estampada na cara dos atletas depois da cobrança de Pablo, que garantiu o título. Com um aproveitamento de apenas 42% no Gauchão, o Colorado chegou à final aos trancos e barrancos. Tendo um desempenho bem irregular na fase de grupos, a vaga para o mata-mata veio com uma sofrida sétima colocação. Contra o Cruzeiro a classificação até foi fácil, mas o sonho do heptacampeonato quase parou no Caxias. A vitória veio nos pênaltis, o que não se repetiu ontem. Agora, é juntar as forças para a batalha da Série B, que começa no próximo sábado, diante do Londrina, no Paraná.

Em partida de dois tempos distintos, Colorado não consegue superar a defesa anilada

Destaque nos pênaltis, goleiro Matheus defende a cobrança de Nico Lopéz

Destaque nos pênaltis, goleiro Matheus defende a cobrança de Nico Lopéz


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O jogo de ontem teve dois tempos bem diferentes, com o primeiro favorável ao Noia, e o segundo, ao Colorado. Logo no segundo minuto de bola rolando, Assis cobrou lateral, após desvio no poste, e João Paulo, livre na pequena área, cabeceou para fora. Cinco minutos depois, Nico López cruzou da direita, e Brenner reclamou ter sido agarrado dentro da área. Leandro Vuaden mandou o jogo seguir. O técnico Antônio Carlos Zago ficou na bronca e bateu boca com o árbitro, que o advertiu. Em seguida, D'Alessandro cobrou falta da intermediária e Matheus fez ótima defesa, colocando para escanteio.
E foi na bola aérea que o "mandante" do confronto abriu o placar. Mas o gol foi contra. Aos 21, Assis cobrou lateral, a defesa afastou e a bola ficou novamente com Assis. Ele levantou na área, e Ernando cabeceou contra o próprio patrimônio. Depois disso, o time do Vale do Sinos controlou a partida e manteve a posse de bola. Em uma das poucas chances, aos 36, a zaga anilada deu bobeira, Nico apareceu e bateu de bate-pronto, mas a bola saiu à direita da meta defendida por Matheus.
O Colorado voltou com alteração para a etapa final. Zago sacou Ernando e colocou Carlos. Os visitantes começaram em cima e não demoraram para empatar. Aos três minutos, depois de cobrança curta de escanteio pela direita, D'Ale cruzou, Brenner e Léo disputaram a bola e ficaram no chão. Na sobra, dentro da área, Dourado chutou para deixar tudo igual em Caxias.
A segunda chance clara de gol do Inter aconteceu aos 16 minutos. Brenner recebeu na direita, dominou e cruzou na medida para Carlos. O camisa 11 parou, pensou e concluiu para fora. Em seguida, D'Ale acionou Uendel pela direita. Ele se livrou da marcação, mas bateu alto, longe do gol. Aos 23, foi a vez de Brenner tocar com açúcar para D'Ale, mas o capitão concluiu forte, para fora. Aos 40, a única falha do goleiro do Noia: depois de levantamento no segundo poste, Matheus não achou a bola, Uendel cabeceou para o meio da área, mas Júlio Santos surgiu para salvar. Já nos acréscimos, D'Ale lançou William, mas o lateral perdeu a chance de matar o jogo. Mesmo melhores no segundo tempo, os comandados de Zago não conseguiram transformar as chances em gols. A decisão acabou nos pênaltis.
A primeira cobrança foi desperdiçada por D'Alessandro, que acertou o travessão. Pelo Noia, João Paulo converteu. Na segunda penalidade, Víctor Cuesta também carimbou o travessão. O mesmo fez o zagueiro Léo, do Anilado, desperdiçando a chance de ampliar. Na terceira tentativa colorada, foi a vez de Nico parar nas mãos de Matheus. Na sequência, Júlio Santos marcou. Apenas na quarta batida, William balançou as redes para o Inter. Mas de nada adiantou: na quarta cobrança, o Noia, nos pés de Pablo, fez 3 a 1 e conquistou o Rio Grande do Sul.