Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

CENÁRIO/INFRAESTRUTURA

- Publicada em 02 de Maio de 2017 às 18:05

Investimentos em infraestrutura ficam aquém das necessidades

Praticamente paradas, obras da BR-116 agravam problemas de escoamento da safra gaúcha

Praticamente paradas, obras da BR-116 agravam problemas de escoamento da safra gaúcha


JOÃO MATTOS/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Os investimentos em obras de infraestrutura ainda estão longe de atender às necessidades do País. Conforme dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em 2016 foram investidos R$ 55 bilhões a menos que em 2014 e, para este ano, a confirmação da expectativa de uma retomada consistente do cronograma das grandes obras públicas de infraestrutura depende dos resultados do pacote de R$ 45 bilhões do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que inclui projetos nas áreas de energia, transportes e saneamento, anunciado em março pelo governo federal. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) informa que o valor autorizado para o investimento em infraestrutura de transporte é de R$ 13,70 bilhões, mas representa um corte de 44,2% do orçamento previsto.
Os investimentos em obras de infraestrutura ainda estão longe de atender às necessidades do País. Conforme dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em 2016 foram investidos R$ 55 bilhões a menos que em 2014 e, para este ano, a confirmação da expectativa de uma retomada consistente do cronograma das grandes obras públicas de infraestrutura depende dos resultados do pacote de R$ 45 bilhões do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que inclui projetos nas áreas de energia, transportes e saneamento, anunciado em março pelo governo federal. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) informa que o valor autorizado para o investimento em infraestrutura de transporte é de R$ 13,70 bilhões, mas representa um corte de 44,2% do orçamento previsto.
Para o primeiro semestre, está previsto o anúncio de R$ 1 bilhão por parte do governo de Michel Temer para obras de saneamento básico, drenagem e pavimentação. Essa área enfrenta atrasos históricos e, segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, para universalizar o acesso aos serviços de saneamento básico no País, seriam necessários investimentos de R$ 317 bilhões até 2035. Até 2015 (último dado disponível), 83,3% da população tinha acesso à água, e 50,3% contava com a coleta de esgoto.
No Rio Grande do Sul, a safra recorde de soja expôs novamente o problema de escoamento pelas deficiências de armazenagem e dificuldades de transporte pela BR-116, por onde passa cerca de 70% da produção gaúcha, e cujas obras de duplicação estão praticamente paradas. Em abril, o governo federal liberou R$ 39 milhões para a duplicação do trecho entre Guaíba e Pelotas. "Essa duplicação é a principal obra do Estado, juntamente com a travessia Pelotas-Santa Maria", afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do Estado (Sicepot-RS), Ricardo Lins Portella Nunes.
A boa notícia do trimestre foi o leilão de quatro aeroportos em março, permitindo que grupos estrangeiros com experiência na administração de outros terminais, em diversos países, operem esses serviços no Brasil. Os investimentos previstos para os quatro aeroportos - Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Florianópolis - são de R$ 6,61 bilhões. As empresas terão que investir na ampliação dos terminais de passageiros (exceto Florianópolis, que terá um novo terminal), dos pátios das aeronaves e das pistas de pouso e decolagem. Também estão previstos aumentos do número de pontes de embarque e dos estacionamentos de veículos. A empresa alemã Fraport, que será a administradora dos aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza, atualmente opera seis aeroportos na Europa, entre eles o de Frankfurt, na Alemanha, considerado um dos mais modernos do mundo, além dos terminais de Hannover, também na Alemanha, outros dois na Bulgária, um na Rússia e outro na Eslovênia. O aeroporto de Porto Alegre foi arrematado por R$ 290,5 milhões, com ágio de 852,12%.
Em relação a outros setores, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Antunes Sessegolo, constata que o ritmo ainda é muito lento. "Existem pouquíssimas obras industriais, e as públicas também estão paradas", observa. "A máquina precisa voltar a funcionar", enfatiza. Uma das expectativas dos empresários é a evolução das negociações entre a Eletrosul e o grupo chinês Shanghai Electric para os projetos de transmissão de energia. Os empreendimentos envolvem cerca 2,1 mil quilômetros de linhas de transmissão e oito subestações de contrato obtido em licitação de 2014, com investimentos estimados em R$ 3 bilhões.
Na contratação de mão de obra houve uma pequena elevação no início do ano, e dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que os canteiros de obras de infraestrutura e montagem industrial contabilizavam no Estado, em fevereiro, um total de 30.734 trabalhadores com carteira assinada. Esse número representa uma evolução de 1,1% em comparação ao mês anterior, mas ainda reflete uma queda de 6% no acumulado de 12 meses.

Desembolsos do Bndes somam R$ 15,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) divulgou que as estatísticas operacionais do primeiro trimestre de 2017 reforçam a expectativa de melhora da atividade econômica, com recuperação gradual da demanda por recursos da instituição ao longo do ano. Para o banco, um sinal importante é o desempenho da linha Bndes Finame, que financia a aquisição de máquinas e equipamentos. As aprovações dessa linha subiram 32% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2016. Foram R$ 4,6 bilhões aprovados entre janeiro e março deste ano, contra R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre do ano passado.
As consultas para financiamentos na área de infraestrutura também cresceram 25% no primeiro trimestre de 2017, com projetos somando R$ 9,3 bilhões. Outro destaque positivo no trimestre foi a alta de 46% dos desembolsos para inovação, que somaram R$ 590 milhões. A maior parcela dos desembolsos do Bndes foi para a infraestrutura, que respondeu por 33,5% do total, com pouco mais de R$ 5 bilhões no trimestre. Apesar de essa cifra significar queda de 13% em relação ao primeiro trimestre de 2016, três segmentos de infraestrutura destacaram-se positivamente. Transporte ferroviário e energia elétrica tiveram, respectivamente, alta de 106% e 9%. Já o setor de telecomunicações somou desembolsos de R$ 693 milhões nos três primeiros meses do ano, alta de 929% ante igual período do ano passado, com uma concentração de investimentos em modernização de redes.
Os números globais de desembolsos do Bndes, no entanto, ainda refletem o quadro econômico de baixa demanda por financiamentos dos últimos dois anos. Nesse cenário, o total de desembolsos nos três primeiros meses deste ano somou
R$ 15,1 bilhões, com queda de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apenas no mês de março, o Bndes desembolsou R$ 5,1 bilhões, com queda de 18% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram desembolsados R$ 6,2 bilhões.