O publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O anúncio foi feito ontem pelo vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino, durante o início do julgamento da chapa Dilma Rousseff (PT)-Michel Temer (PMDB) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O casal foi responsável pelo marketing da campanha de Dilma nas eleições de 2010 e 2014.
Apesar de estar em sigilo, a informação foi anunciada para justificar a inclusão de depoimentos do casal de publicitários no processo em que o PSDB pede a cassação da chapa.
Santana e Mônica Moura foram presos na 23ª fase da Operação Lava Jato, em fevereiro do ano passado por determinação do juiz federal Sérgio Moro, mas foram soltos após pagarem fiança de R$ 31,4 milhões e ficarem proibidos atuar em campanhas eleitorais até uma nova decisão sobre o caso.
Durante as investigações da força-tarefa, em depoimento ao juiz, Mônica Moura, que era responsável pela parte financeira da empresa de marketing do casal, informou que recebeu US$ 4,5 milhões em uma conta off shore na Suíça.
Segundo Mônica Moura, o repasse era referente a uma dívida por serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores durante a campanha de Dilma Rousseff para a presidência, em 2010. A empresa do casal fez o trabalho de marketing político da campanha. Após o depoimento, o PT declarou que todas as "operações do partido foram feitas dentro de legalidade". O partido também ressaltou que as contas de campanha eleitoral de 2010 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.