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Protestos

- Publicada em 28 de Abril de 2017 às 16:26

Greve geral reúne cerca de 20 mil pessoas no Centro de Porto Alegre

Manifestantes percorreram avenidas centrais e chegaram a subir no arco em frente à Trensurb

Manifestantes percorreram avenidas centrais e chegaram a subir no arco em frente à Trensurb


JONATHAN HECKLER/JC
O ato que marca o desfecho da greve geral em Porto Alegre, nesta sexta-feira (28), reuniu cerca de 20 mil manifestantes, conforme o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, e a coordenadora intersindical, Neiva Lazzarotto. A caminhada teve início no Centro Histórico, na região do Largo Glênio Peres, no começo da tarde, em direção à avenida Loureiro da Silva, em frente ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, passando pelo túnel da Conceição. Segundo a EPTC, não há registros de vandalismo ou conflitos.
O ato que marca o desfecho da greve geral em Porto Alegre, nesta sexta-feira (28), reuniu cerca de 20 mil manifestantes, conforme o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, e a coordenadora intersindical, Neiva Lazzarotto. A caminhada teve início no Centro Histórico, na região do Largo Glênio Peres, no começo da tarde, em direção à avenida Loureiro da Silva, em frente ao Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, passando pelo túnel da Conceição. Segundo a EPTC, não há registros de vandalismo ou conflitos.
Nespolo disse que, com a mobilização, os trabalhadores entraram para a discussão das reformas do governo Temer. “A grande greve geral do dia 28 colocou a classe trabalhadora na mesa de debates. Vão ter que nos escutar. Hoje eles aprenderam que levar essa reforma de forma acelerada, como estão levando, não vai levar a lugar algum, pelo contrário, vai levar a uma grande greve no Brasil”, afirmou o dirigente da CUT-RS. “Nós vamos para cima no Senado. Ano que vem trocam dois terços dos senadores e queremos debater com eles”, respondeu sobre a possível mudança de posição dos senadores com o ato.
A passeata chamou atenção pela pluralidade de grupos e posições. “Nem os protestos a favor do impeachment, nem os contra o golpe, foram tão grandiosos como essa greve. É a maior desde os anos 80. A unidade entre as centrais foi fundamental, porque o ataque à classe trabalhadora é muito grande e agressivo”, disse a coordenadora intersindical. Para Neiva, a força da manifestação dá suporte a novas convocações como a do dia 1º de maio. “Acho que dá para construir manifestações maiores do que essas. Essa energia que vimos hoje, essa disposição de resistência e luta motiva as sindicais a convocar mais manifestações no dia do trabalhador e na semana da votação no senado”, concluiu.
No palanque montado em um caminhão, outros dirigentes de centrais sindicais fizeram discursos. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Estado, Guiomar Vidor, combateu o que chama de "pejotização", que seria instaurada com a reforma trabalhista. "Neste modelo, acabam férias, 13º e FGTS", critica Vidor. A alegação se deve a possibilidades de contratos como terceirizados e microempreendedor individual. O movimento também se rebela contra a reforma da Previdência. O tema foi alvo de refrões repetidos ao longo do protesto como: "Oh, Michel Temer, vou te falar, a juventude também quer se aposentar".
O dia de protestos provocou lentidão e engarrafamento para motoristas que vinham pela avenida da Legalidade, oriundos da Região Metropolitana. Piquetes montados em 13 garagens de ônibus impediram a saída dos coletivos. Porto Alegre ficou sem ônibus. Lotações e vans escolares acabaram virando alternativa a muitos usuários. Até as 19h os ônibus ainda não haviam saído das garagens.
Veja outras imagens da passeata e seus efeitos no trânsito

Funcionários públicos divergem sobre efeito da greve geral

Liana Moraes de Oliveira (e) e Mariana Freitas (d) tem opiniões diferentes sobre efeitos do ato

Liana Moraes de Oliveira (e) e Mariana Freitas (d) tem opiniões diferentes sobre efeitos do ato


Bárbara Lima/JC
Apesar de surpreender positivamente os manifestantes, a repercussão do ato na votação da reforma trabalhista no Senado diverge opiniões. As amigas e colegas de trabalho, Liana Moraes de Oliveira e Mariana Freitas, funcionárias da CEEE, ficaram contentes com a adesão dos rodoviários e bancários, porque acham que essa união é necessária para defender o patrimônio público e os direitos dos trabalhadores. Liana, no entanto, não acredita que isso vá mudar a posição dos senadores quanto as reformas, “acho difícil’’, disse. Já Mariana acredita que com o engajamento da sociedade a reforma pode ser barrada. “Não adianta vir só o trabalhador, tem que vir a família, os amigos, a sociedade no geral, aí acho que não passa [a reforma]”, concluiu.

"Pressão popular pode até influenciar os senadores, mas é a paralisação bancária que faz a diferença"

Vitor Prado destacou a paralisação econômica do país

Vitor Prado destacou a paralisação econômica do país


Bárbara Lima/Especial/JC
Representando a parcela estudantil do movimento, o aluno de Jornalismo da Ufrgs, Vitor Prado, defendeu não só os problemas que os trabalhadores jovens irão enfrentar, mas o adiamento da aposentadoria para os mais velhos. “Como estudante de jornalismo vejo que o povo está unido em torno dessa causa que afeta a todos, não só o trabalhador mais novo, que só vai ter a previdência privada para recorrer no futuro, mas também os indivíduos que estão no fim da carreira e vão ter sua aposentadoria adiada.” Sobre a pressão popular, Prado afirmou que a maior influência é a paralisação dos bancários. “As pressões populares podem até influenciar os senadores, mas a paralisação dos bancários é que mais pesa nas bolsas e, logo, na política que, infelizmente, está muito ligada a economia”, contou.