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Economia

- Publicada em 25 de Abril de 2017 às 20:08

Brookfield compra a Odebrecht Ambiental

Concessão de água e esgoto na cidade gaúcha é alvo da Lava Jato

Concessão de água e esgoto na cidade gaúcha é alvo da Lava Jato


CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/PALÁCIO PIRATINI/JC
Após seis meses de negociações, a Odebrecht oficializou ontem a venda de sua empresa de saneamento para a Brookfield. O negócio havia sido anunciado em outubro, mas só agora foi possível finalizar as tratativas com o grupo canadense.
Após seis meses de negociações, a Odebrecht oficializou ontem a venda de sua empresa de saneamento para a Brookfield. O negócio havia sido anunciado em outubro, mas só agora foi possível finalizar as tratativas com o grupo canadense.
Com a assinatura do contrato, o grupo baiano passará a fatia de 70% que tem na companhia e receberá de imediato um reforço de cerca de R$ 2,5 bilhões em seu caixa - outros R$ 300 milhões serão pagos pela Brookfield se a empresa der o resultado esperado.
A injeção de capital só foi possível graças a um novo acordo firmado pela Odebrecht com bancos credores. Inicialmente, o dinheiro da venda da Odebrecht Ambiental iria para esses bancos e, em troca, a empresa resgataria ações da Braskem que foram dadas em garantia. Mas, com receitas em queda e uma dívida bilionária, o grupo necessita do dinheiro para manter seu negócio de pé. Frente à situação, os bancos concordaram em liberá-la do compromisso de quitar parte do financiamento agora.
A Odebrecht afirma que o montante será suficiente para manter por mais dois anos as operações do conglomerado, que enfrenta a pior crise de sua história. O grupo espera que, até lá, sua construtora tenha se recuperado e que outros ativos sejam vendidos, reduzindo seu endividamento. As empresas do grupo Odebrecht tinham dívida de R$ 93 bilhões ao final de 2016, quando havia R$ 17 bilhões em caixa.
No Rio Grande do Sul, a empresa opera desde 2011 - então com o nome Foz do Brasil - o saneamento da cidade de Uruguaiana. O município foi o primeiro do Estado a conceder os serviços de água e esgoto para a iniciativa privada. O contrato de concessão entre a prefeitura municipal e a empresa previa investimentos de R$ 170 milhões para tratar 100% do esgoto, em cinco anos, e redução nas tarifas. Atualmente, a Operação Lava Jato investiga o pagamento de propinas para políticos da cidade na época em que foi realizada a aquisição dos serviços.
Em nota, o presidente da Odebrecht, Newton de Souza, afirmou que o grupo baiano está "pagando caro por seus erros", mas os contratos assinados permitiram que a companhia "olhe para o futuro". "Estes acordos nos permitem investir na liquidez e na retomada dos negócios de construção e infraestrutura, sempre com ética, integridade e transparência", afirmou Souza na nota.
Alvo da Lava Jato e com seu ex-presidente Marcelo Odebrecht preso desde 2015, a Odebrecht fez um acordo com as autoridades e confessou ter praticado uma série de crimes, como subornar políticos e funcionários públicos.
O ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, é um dos 78 delatores do grupo que admitiram ter cometido irregularidades. Ele comandou a empresa de 2008 a 2016.
A Odebrecht Ambiental, que tem contratos de fornecimento de água e tratamento de esgoto em 12 estados, passará a chamar BRK Ambiental. A Brookfield terá controle do negócio, com os 70% que eram da Odebrecht. O fundo de investimento FI-FGTS seguirá sócio com 30% da companhia.
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