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Economia

- Publicada em 10 de Abril de 2017 às 22:10

Com um discurso pró-regionalismo e anti-Brasília, Gianetti ganha o público

'Temos Brasília demais e Brasil de menos', afirmou o palestrante

'Temos Brasília demais e Brasil de menos', afirmou o palestrante


MARCO QUINTANA /MARCO QUINTANA /JC
Thiago Copetti
Com uma frase aparentemente simples, mas cheia de simbologia, e desferida quase ao final de sua fala no Fórum da Liberdade, o economista Eduardo Gianetti arrancou aplausos do público ao resumir, de certa forma, o espírito do evento. Dando sequência ao breve discurso do colega economista e ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, Gianetti encerrou sua explanação sobre a inexplicável carga tributária de 45% que assalta os brasileiros levantando uma bandeira: "Temos Brasília demais e Brasil de menos! Os recursos públicos devem ser gastos o mais perto possível de onde são arrecadados. O dinheiro não deveria ir até Brasília e voltar. Até porque não volta", defendeu o Gianetti, PhD em Economia pela Universidade de Cambridge e ícone de uma geração de executivos, gestores e universitários que lotava a plateia.
Com uma frase aparentemente simples, mas cheia de simbologia, e desferida quase ao final de sua fala no Fórum da Liberdade, o economista Eduardo Gianetti arrancou aplausos do público ao resumir, de certa forma, o espírito do evento. Dando sequência ao breve discurso do colega economista e ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, Gianetti encerrou sua explanação sobre a inexplicável carga tributária de 45% que assalta os brasileiros levantando uma bandeira: "Temos Brasília demais e Brasil de menos! Os recursos públicos devem ser gastos o mais perto possível de onde são arrecadados. O dinheiro não deveria ir até Brasília e voltar. Até porque não volta", defendeu o Gianetti, PhD em Economia pela Universidade de Cambridge e ícone de uma geração de executivos, gestores e universitários que lotava a plateia.
Antes que qualquer alusão ao muito frequente separatismo gaúcho pudesse ser feita, ressaltou, porém, que era favorável, também, a que estados mais ricos contribuíssem com um fundo de apoio aos mais fracos. E seguiu com sua defesa de federalismo descentralizado.
"Só deveria ir para Brasília os recursos para funções que apenas ao governo federal cabe fazer, e são poucos, como segurança e diplomacia externa, por exemplo", ponderou o economista. A distribuição deveria seguir, ainda segundo o economista, a adoção de uma educação voltada à cidadania tributária, com melhor e mais correta divulgação sobre os caminhos (e descaminhos) dos recursos públicos.
Crítico ferrenho da demasiada intervenção estatal brasileira, Gianetti citou a obra do sociólogo e cientista político Sérgio Abranches para ilustrar ao público sua visão do mal do Estado brasileiro. "O governo é um Leviatã anêmico. No Brasil, o governo está demais onde não deve e de menos onde deveria", diz Gianetti. Na sequência, versando sobre o mau uso do dinheiro público e ilustrando o tal Leviatã anêmico, discorreu sobre um ponto que ele considera nevrálgico no Brasil: a educação.
"O governo federal insiste em patrocinar a educação de filhos de pais ricos, bancando universidade gratuita para quem não precisa, e deixa de lado o Ensino Médio para toda uma geração que precisa", avalia o economista. E lembrou o que isso tem como consequência no Brasil. "Esse descaso mata na fonte uma empresa, uma startup que poderia estar nascendo. E como se tivéssemos gerações de Shakespeares analfabetos. O que significa? A falta do estimulo correto, como a educação, faz com que um possível Shakespeare nunca venha a escrever e nem mesmo ler", ponderou Gianetti, lamentando o fato de o Brasil matar seus talentos na fonte.
Uma das origens desse "homicídio", para Gianetti, está no sistema de previdência e no pagamento de juros pelo governo brasileiro. "Para onde vai o elevado volume arrecado pelo Brasil? Boa parte para a previdência. Temos uma população predominantemente jovem, mas gastamos com previdência o equivalente aos países maduros como o Japão. Cerca de 12% do PIB vai para a Previdência, outros 8% para o pagamento de juros. Não sobra muita coisa para o que deveria, como educação e saúde", calcula o economista.
Para arrematar o caos tributário do Brasil, lembrou que, apesar de arredar impressionantes 45% da riqueza para sustentar a máquina pública, o governo brasileiro ainda massacra o País gastando 10% acima do que arrecada. Mas, apesar de tudo, se disse otimista. "Há um ano, me perguntava se eu via luz do final do túnel. Minha resposta era que eu não via nem o túnel. Agora, com alguns ajustes e se aprovarmos as reformas da previdência e política, por exemplo, já começo a ver o túnel e um fim", amenizou Gianetti.
 
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