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Opinião

- Publicada em 05 de Abril de 2017 às 22:45

Cadê o trem?

Com desesperança e insatisfação, vejo na imprensa local a mobilização de vários segmentos da sociedade, principalmente da zona Sul do Estado, clamando pela conclusão da duplicação da BR-116 entre Porto Alegre e Pelotas. Alegam que vidas são ceifadas diariamente. Esquecem, a maioria por desconhecer, mas alguns por interesses, que a ligação ferroviária entre Porto Alegre e Pelotas constou pela primeira vez no Plano Nacional de Viação em 1897.
Com desesperança e insatisfação, vejo na imprensa local a mobilização de vários segmentos da sociedade, principalmente da zona Sul do Estado, clamando pela conclusão da duplicação da BR-116 entre Porto Alegre e Pelotas. Alegam que vidas são ceifadas diariamente. Esquecem, a maioria por desconhecer, mas alguns por interesses, que a ligação ferroviária entre Porto Alegre e Pelotas constou pela primeira vez no Plano Nacional de Viação em 1897.
Se pesquisarmos matérias divulgadas no século passado a respeito dessa ligação ferroviária, veremos que os segmentos que defendem a pronta conclusão da duplicação da BR-116 alegavam, que antes de se construir a ferrovia, se deveria investir no transporte via Lagoa dos Patos, que é muito mais barato.
No entanto, como a ferrovia foi esquecida pelos sucessivos governos, não mais se falou em incrementar o transporte fluvial. Mas clamam pela duplicação da BR-116. Em 1997, no governo Brito, foi executado um estudo de viabilidade técnica e econômica dessa ferrovia. Naquela época, se concluiu que haveria um transporte de 3,4 milhões de toneladas/anuais.
Hoje, seguramente, teríamos o dobro disso. Esse volume de carga apurado em 1997 equivale à carga de 97.000 caminhões/ano, ou seja, cerca de 270 caminhões/dia. Se considerarmos que os caminhões vão até o porto e retornam, teremos então 540 caminhões/dia. Esse seria o número de caminhões que deixariam de circular na BR-116 entre Porto Alegre e Pelotas diariamente.
A área de influência dessa ferrovia alcança até a região Norte/Noroeste do Estado, logo aliviaria também o tráfego na BR-386. Além da economia de frete, combustível e menor poluição, quantas vidas seriam poupadas? Infelizmente, o País esqueceu os modais ferroviário e hidroviário, optando pelo rodoviarismo, mas é incompetente para gerenciá-lo! Nenhuma economia será pujante enquanto depender de caminhões para transportar suas riquezas. Pobre Brasil!
Engenheiro civil

Governo incentiva a indústria de defesa

Temer, ao lado de Jungmann, visitou a feira e manifestou apoio ao plano de conquista de mais mercados

Temer, ao lado de Jungmann, visitou a feira e manifestou apoio ao plano de conquista de mais mercados


/YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
O setor de defesa no Brasil deve ganhar incentivos governamentais para aumentar a competitividade e participação no mercado internacional, anunciou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na abertura da Feira Internacional de Defesa e Segurança LAAD, na semana passada. Segundo Jungmann, as ações vão incluir uma linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
Serão financiados países que comprem produtos da base industrial de defesa brasileira, instrumentos de seguro aos fabricantes nacionais e também um grupo na Câmara de Comércio Exterior (Camex) que tratará exclusivamente do setor.
"Precisamos dotar o setor de uma política específica, com instrumentos robustos, que confiram maior eficiência nas nossas relações comerciais", disse o ministro. Jungmann destacou que a indústria de defesa serviu de base para avanços tecnológicos na história, como o GPS, o micro-ondas e o teflon; e disse acreditar que o setor pode contribuir para que a economia cresça com mais força.
Ele explicou que incentivos são necessários, porque o mercado de defesa é assimétrico entre os países concorrentes e não conta com as mesmas regras que outros setores na Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministro afirmou também que as ações são conjuntas com a Camex, o Bndes e os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também disse que o setor é uma área importante, que se beneficia de mudanças estruturais que vêm ocorrendo na economia brasileira. O peso do setor no Produto Interno Bruto (PIB) supera os R$ 200 bilhões, e Meirelles destaca que, além de gerar empregos de renda maior que a média brasileira, a área beneficia a indústria como um todo. "A indústria da defesa é um importante polo gerador de tecnologia e de produtividade na economia."
Os ministros participaram da abertura da 11ª edição da feira, considerada o mais importante evento da área de defesa da América Latina. Em pavilhões do Riocentro, o evento contou com a exposição de 600 marcas das áreas de engenharia naval e aeronáutica, equipamentos pessoais e táticos, armamentos, sistemas e soluções. Cerca de 150 dessas empresas são brasileiras, representam um setor que corresponde a 3,7% do Produto Interno Bruto do País e gera 30 mil empregos diretos.
O presidente Michel Temer fez uma visita aos estandes. Além de empresas expositoras, 175 delegações de 83 países também aproveitam a feira para fechar negócios e promover projetos. No caso do Brasil, iniciativas como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sifron) contam com exposição em estandes.
Na abertura do evento, na terça-feira da semana passada, foi destacada a presença de ministros e vice-ministros da Defesa de países como Chile, Itália, Colômbia, Nigéria e Tunísia. Foram 37 mil visitantes e mais de 2 mil reuniões de negócios entre empresas e delegações.
 

Embraer promete entregar avião à FAB em 2018

Cargueiro KC-390 enfrenta turbulências na reta final de certificação

Cargueiro KC-390 enfrenta turbulências na reta final de certificação


/Embraer/Divulgação/JC
A Embraer Segurança e Defesa prevê entregar os dois primeiros cargueiros KC-390 à FAB (Força Aérea Brasileira) em 2018, sendo seguidos por três unidades em 2019. O avião é a principal aposta da empresa na área militar e enfrenta turbulências na reta final da certificação devido ao contingenciamento de verbas pelo governo federal.
A certificação inicial, dada pela Agência Nacional de Aviação Civil, deverá ser concedida até o fim do ano. Com ela, os aviões já poderão ser entregues para a FAB, que fará a certificação militar final. A previsão é de que esse processo esteja encerrado até o fim de 2018, quando o avião poderá ser exportado.
O programa atende a um pedido da FAB, que encomendou 28 aviões e investirá, até a entrega, cerca de R$ 5 bilhões. Ele sofreu um sobressalto em 2015, quando apenas 10% do orçamento foi executado, devido ao ajuste fiscal, mas recuperou-se em 2016, com o dobro da previsão inicial, para R$ 816 milhões.
Neste ano, estima-se, no mercado, que são necessários aproximadamente R$ 200 milhões para finalizar o projeto para entregar os aviões a partir de 2018. Segundo o ministro Raul Jungmann (Defesa), ainda não é possível dizer se o KC-390 será ou não poupado da tesoura. "As Forças estão revisando os projetos", disse. Até aqui, apenas o projeto de construção do caça Gripen pela sueca Saab em conjunto com a Embraer estará imune aos cortes.
O presidente da Embraer Defesa, Jackson Schneider, mantém a previsão de entrega independentemente da verba, mas o medo é o efeito no mercado externo. Há pelo menos 10 países interessados no KC-390, e nessa área os negócios são feitos a passos muito lentos.