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Empresas & Negócios

- Publicada em 18 de Abril de 2017 às 17:48

Novo perfil de consumo impulsiona negócios da Cabify

Daniel Velazco-Bedoya

Daniel Velazco-Bedoya


CABIFY/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Daniel Velazco-Bedoya
Daniel Velazco-Bedoya
Motivado por estabelecer modelos de negócios em ambientes supercompetitivos, Daniel Velazco-Bedoya não poderia ter escolhido desafio maior quando abraçou a missão de coordenar a operação de lançamento da Cabify no Brasil. A empresa espanhola de mobilidade, que acaba de anunciar um investimento de US$ 200 milhões no País a partir do segundo semestre, vem conquistando usuários exigentes pela qualidade dos seus serviços - muitos deles até então devotados ao seu maior concorrente, o Uber.
Diretor-geral da empresa no Brasil, Velazco-Bedoya sabe o tamanho da sua responsabilidade. "Modelos como o da Cabify geram impacto real no mercado. Estamos bem atentos às oportunidades de negócios que temos pela frente", comenta. Ele tem 27 anos e é formado em Engenharia Agronômica. Iniciou a sua carreira no agronegócio, mas logo foi direcionando a sua energia e talento para soluções tecnológicas que auxiliassem a vida das pessoas. Foi cofundador do site Caronas.co e vendeu a plataforma para o Grupo Rocket Internet. Mais tarde, ocupou o cargo de country manager da Tripda do Brasil, de onde saiu direto para a Cabify. Presente em São Paulo (SP), Santos (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR), a empresa prepara a chegada em Brasília (DF) e, ainda neste semestre, no Nordeste do Brasil. A meta é expandir sem perder a qualidade, uma tarefa árdua em um segmento cada vez mais competitivo.
Empresas & Negócios - De que forma a crise no mercado brasileiro acelera os negócios de empresas como a Cabify?
Daniel Velazco-Bedoya - Quando um país entra em crise, a tendência é que todos passem a fazer uma reflexão sobre como otimizar as despesas que tinham até então para poderem gastar menos. O nosso modelo de negócios contribui com isso, pois aumenta a economia das pessoas que usam esse serviço. Além disso, muitos motoristas parceiros tiveram as suas vidas afetadas pela crise e encontraram em nosso negócio soluções para eles na vida pessoal, como o incremento da renda familiar. Recentemente, com o reaquecimento da economia, a situação melhorou, mas as pessoas já haviam mudado hábitos de consumo, como ao usar com mais frequência meios de transporte como a Cabify. Muitas deixaram de ter carros e sentem mais confiança em investir em serviços como o nosso. É como se fosse um combo. Eu ensino as pessoas a gastar menos e, quando a economia melhora, elas passam a consumir mais meus serviços porque é mais barato, mais conveniente, mais prático e seguro.
Empresas & Negócios - A cultura do sharing economy já é madura o suficiente a ponto de impactar os resultados de players como a Cabify no Brasil?
Velazco-Bedoya - Essa mudança de cultura, de pensamento de como gastar capital, já favorece a Cabify e os nossos motoristas parceiros. A sharing economy é estimulada pela crise e em alguns mercados surge como uma alternativa para se gastar menos. Hoje em dia, as pessoas compram um carro e ele fica a maior parte do tempo parado, no estacionamento do trabalho ou de casa. O que sharing economy proporcionou é uma opção para quem tem ativos físicos parados e quer passar a pagar por serviços, pois isso é mais barato que imobilizar capital. Esse é um movimento que está acontecendo no Brasil, em níveis diferentes de acordo com a região. Nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, essa mudança é muito forte. Em outras ainda não, mas é legal ver que o acesso à informação, aos smartphones e à internet está em todas as classes sociais e todas as regiões. O nosso segmento tem uma combinação de fatores que o deixa muito atrativo para os empreendedores e investidores. A mobilidade é a grande dificuldade em todos os centros urbanos hoje em dia, e os nossos serviços geram economia e renda. Isso vai fazer o sharing economy se destacar cada vez mais nos próximos anos.
Empresas & Negócios - Quais são os diferenciais de se operar na Europa e na América Latina com esse modelo de negócios?
Velazco-Bedoya - Iniciamos em 2011, na Espanha, e o nosso modelo de trabalho foi focar em qualidade e segurança. Chegamos no Brasil depois de cinco anos com empresa robusta em tecnologia e conhecimento de como operar no mercado latino-americano. É complexo. São diferentes hábitos de consumo, problemáticas, questões governamentais, regimes fiscais e cultura. A Cabify hoje tem conhecimento de como operar aqui e trouxe confiança de investidores nesse modelo de trabalho, que começou a se destacar. A expansão de concorrentes como o Uber também fez nosso modelo de trabalho se destacar mais. O investimento anunciado reflete confiança não só na Cabify de investidor, mas também no nosso mercado. Temos que colocar mais capital, porque sabemos nossos diferenciais e tem muita oportunidade aqui.
Empresas & Negócios - Quando o Uber chegou ao mercado do País, logo encantou os brasileiros. Hoje, a realidade é bem diferente. A Cabify não tem medo de também não conseguir equacionar bem a expansão com a qualidade do serviço?
Velazco-Bedoya - O nosso principal foco sempre foi o da qualidade. Sempre cuidamos de todos os processos, desde a seleção dos motoristas parceiros até a avaliação do que as pessoas estão achando do serviço. Esse é um diferencial intangível, diferente do preço, que você consegue tocar, mas é fundamental. Todos esses anos, criamos cultura de qualidade, de processos internos e investimento diferenciado. As nossas iniciativas de escalar o negócio são precedidas de muita discussão interna sobre como fazer isso sem perder a qualidade ao crescer. Os sinais de falhas precisam ser avaliados com métricas e dados. Não sobrevivemos no nosso mercado se não tivermos inteligência. O erro não é percebido do dia para a noite. Vai sendo criado até que uma hora ele representa a realidade de toda uma operação, e aí é muito complicado. A forma de bloquear isso é com inteligência de dados.
Empresas & Negócios - Como saber o momento de parar de crescer temporariamente para não perder a qualidade do serviço?
Velazco-Bedoya - Quem diz isso é a demanda e a oferta, mas hoje é muito difícil saber, porque estamos em um mercado que ainda está sendo criado. O nosso crescimento não envolve só tirar clientes de outras empresas. Todos estão criando mercado junto, não tem fronteira clara de onde pode chegar.
Empresas & Negócios - Preocupa manter a operação enquanto uma legislação para esses aplicativos ainda está sendo criada?
Velazco-Bedoya - Preocupa, claro, porque qualquer movimento regulatório que não faça sentido pode prejudicar a nossa operação. É uma realidade diferente da qual estávamos acostumados. A Espanha já tinha uma regulamentação, onde é preciso adquirir licenças para operar, e as empresas foram criadas em cima disso. Aqui é outro modelo, mas estamos de olhos abertos para mitigar qualquer situação.
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