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Empresas & Negócios

- Publicada em 05 de Abril de 2017 às 11:44

Brio investe para cumprir metas e superar a crise


CHRISTIANO CARDOSO/DIVULGAÇÃO/JC
Carolina Hickmann
Em um ano atípico para o Sport Club Internacional, o ex-diretor executivo da Brio, Paulo Pinheiro, assumiu a posição de CEO da empresa responsável pela gestão das áreas VIPs do estádio Beira-Rio. Para o gestor, que está no cargo desde fevereiro, o principal desafio será a valorização dos produtos da empresa. A Brio é responsável por 5 mil cadeiras VIPs, 66 camarotes, 55 skyboxes, área de exploração comercial, prédio garagem e naming rights (direito sobre a propriedade de nomes). No momento em que um dos dois sócios da empresa, a Andrade Gutierrez (AG), está sendo investigada na Operação Lava Jato, o que o torcedor mais quer saber é o que acontecerá no futuro. Sobre a questão, Pinheiro desconversa, "Não respondo pela Andrade Gutierrez, respondo pela Brio", diz, ao ser questionado sobre uma eventual saída da AG da empresa. A mesma resposta vale para o questionamentos sobre o outro sócio, o Banco BTG Pactual.
Em um ano atípico para o Sport Club Internacional, o ex-diretor executivo da Brio, Paulo Pinheiro, assumiu a posição de CEO da empresa responsável pela gestão das áreas VIPs do estádio Beira-Rio. Para o gestor, que está no cargo desde fevereiro, o principal desafio será a valorização dos produtos da empresa. A Brio é responsável por 5 mil cadeiras VIPs, 66 camarotes, 55 skyboxes, área de exploração comercial, prédio garagem e naming rights (direito sobre a propriedade de nomes). No momento em que um dos dois sócios da empresa, a Andrade Gutierrez (AG), está sendo investigada na Operação Lava Jato, o que o torcedor mais quer saber é o que acontecerá no futuro. Sobre a questão, Pinheiro desconversa, "Não respondo pela Andrade Gutierrez, respondo pela Brio", diz, ao ser questionado sobre uma eventual saída da AG da empresa. A mesma resposta vale para o questionamentos sobre o outro sócio, o Banco BTG Pactual.
JC Empresas & Negócios - A Brio foi criada em um contexto de Copa do Mundo. Passado esse período, qual sua sustentação?
Paulo Pinheiro - Temos um outro produto, que é um complexo multiuso, com estádio, edifício garagem e operação de varejo dentro e fora do estádio. É uma empresa que tem a vida útil de 20 anos a partir do dia que nasceu. Como em qualquer negócio, foi feito uma análise e um plano de negócios, existe um investimento inicial e, em 20 anos, esses recursos têm que retornar para os acionistas na forma de lucro.
Empresas & Negócios - Como está a venda dos espaços que a Brio gere, como cadeiras, skyboxs e camarotes?
Pinheiro - Trabalhamos com venda de contrato de longo prazo, e spot, que é por jogo. O nosso modelo de negócios é mais focado em contratos, mas as duas modalidades são importantes. A taxa de ocupação das cadeiras é de 20% com contratos, mais 10%, em média, ocupadas por venda spot por jogo. Dos 66 camarotes, temos ocupação de 55%. Já nos skybox, esse percentual está em 10%.
Empresas & Negócios - Esses números eram o esperado?
Pinheiro - É um projeto de 20 anos. Temos uma curva de crescimento estimada ao longo de cada ano. Independentemente da paixão pelo futebol e pelo Internacional, somos um negócio com metas. Estamos no terceiro ano de operação, a nossa história se iniciou, de fato, apenas após a Copa de 2014. A taxa de ocupação do Street Mall (lojas na parte externa do estádio) é de 35% das 44 vagas. Temos também bares na parte interna, com 85% de ocupação. São negócios de varejo da Brio. Dentro do nosso orçamento, atingimos as metas para 2016. Se queríamos mais lojas no Beira-Rio? Claro que sim, mas daí temos que falar de varejo, porque não é só o Beira-Rio. A decisão de um empresário do comércio, hoje, é se vai ter uma loja no shopping ou na rua. Esse mercado varejista, como os shoppings centers, está com problemas de vacância. Não só os shoppings, mas o setor do comércio está em dificuldade, e estamos inseridos nisso. A decisão de fazer negócios em um estádio é o varejo olhando para as oportunidades e vendo onde vai colocar a sua loja. Estamos em um momento recessivo para este tipo de mercado.
Empresas & Negócios - E o mercado de entretenimento?
Pinheiro - Nosso papel na área de shows é a locação do estádio, ou seja, é muito mais uma questão de demanda do que de busca. Aí entra a avaliação das produtoras, de qual é o melhor local, com maior facilidade de acesso e conforto para o público. Este ano será atípico pelo Rock In Rio. Bandas que não estavam olhando para o mercado brasileiro vão aproveitar para fazer turnês. Este mercado está aquecido por isso. Pelo o que estamos enxergando, iremos dobrar o número de shows em 2017 em relação ao ano passado.
Empresas & Negócios - A Arena do Grêmio, nesse sentido, concorre com o Beira-Rio?
Pinheiro - Quando se quer fazer um show para 50 mil pessoas em Porto Alegre há dois lugares: o Beira-Rio e a Arena do Grêmio. As produtoras certamente olham para os dois estádios e fazem as suas avaliações.
Empresas & Negócios - Qual é o diferencial competitivo do Beira-Rio?
Pinheiro - Não por eu ser colorado, mas eu estou falando de negócios: o Beira-Rio é melhor localizado, tem fácil acesso para chegada e saída e mais conforto de estacionamento. E oferece o pôr do sol mais bonito do Brasil (risos). Cada negócio tem o seu diferencial, se a mesma pergunta for feita para os dirigentes da Arena, eles também irão apontar características que consideram vantajosas.
Empresas & Negócios - O estacionamento apresenta o resultado desejado? A lotação das vagas é permanente ou ocorre apenas nos dias de jogo e shows?
Pinheiro - Em jogos e shows sempre há lotação, mas ele abre todos os dias. Hoje, o complexo Beira-Rio tem 3 mil vagas de garagem que são administradas pela Brio. Há outras 2,5 mil vagas que são responsabilidade do Internacional e mais 800 vagas no Parque Gigante. O que fazemos para incrementar a utilização do nosso edifício garagem é transformá-lo na maior área coberta para feiras e eventos da Capital. No andar térreo, são 15 mil m² para realização de feiras. É um mercado que estamos explorando com investimentos para estruturar a área.
Empresas & Negócios - Quais são esses investimentos?
Pinheiro - Acontece aos poucos. Neste ano, pretendemos ampliar o número de banheiros de forma a dar mais conforto ao público. Já fizemos o cercamento do andar térreo e um sistema de proteção a invasão de água da chuva no entorno do prédio para minimizar o problema de inundação.
Empresas & Negócios - E quanto aos naming rights?
Pinheiro - Esse é o sonho de todo o clube. É um produto de patrocínio que todos gostariam de ter. No Brasil, temos apenas dois estádios com esse diferencial, ao contrário dos mercados norte-americano e europeu, praticamente todos os estádios têm o nome comprado por patrocinadores. Isso é uma questão de mercado. Alguém tem que olhar para o produto Beira-Rio e enxergar que o investimento em naming rights em um clube como este vale a pena como investimento de marca. É uma busca incessante. Temos patrocinadores grandes, mas o naming, que é o maior investimento em patrocínio, ainda não conquistamos.
Empresas & Negócios - O fato de o Internacional estar disputando a série B do campeonato Brasileiro dificulta?
Pinheiro - Sim, mas novamente vamos falar de negócios. Quando uma empresa está em dificuldades, busca alternativas. O Inter, na série A ou B, na Libertadores ou não, precisa se rentabilizar da mesma forma.
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