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Opinião

- Publicada em 06 de Março de 2017 às 17:44

A dor e a delícia de ser mulher

Nós, mulheres, temos a estranha mania de suportar as dores do mundo. Como a representação de Maria em Magnificat? Talvez. E não são poucas as que sentimos. Dor menstrual; da primeira, menarca; da ausência, menopausa. A dor da falta de uma mensagem, de um telefonema, de uma explicação... O ferimento do desrespeito. A dor da injustiça de saber que um colega de departamento pode receber o dobro do seu salário com o mesmo tempo de serviço e currículo inferior (isso aconteceu comigo). A dor de um fim de relacionamento, da troca, da incompreensão, dos rótulos. Talvez por essas coisas da natureza, nós, mulheres, tenhamos a inteligência intuitiva bem desenvolvida para perceber mais as dores, mas também a nitidez dos detalhes. E, ao longo de nossa vida, ficaremos suscetíveis a inúmeros episódios no quais o fato de sermos mulheres nos poderá levar a ser vítimas ou carregar o estigma de uma culpa inexistente pela representação simbólica da responsabilidade pela expulsão da humanidade do paraíso. O escritor irlandês Oscar Wilde sentenciou, no século XIX: "Permitam às mulheres as mesmas condições e elas conquistarão o mundo". Outro Oscar, meu pai, agora o velho Rodrigues, me ensinou a vencer tudo com um simples sorriso, reverter dores, mágoas. Da mãe, meu primeiro exemplo de mulher, aprendi a ter a garra diária de quem não precisa matar o leão, mas, inevitavelmente, ser um e ter de ser um. Temos a impressionante capacidade de reverter as dores e transformá-las em sobrevida, mesmo que não saibamos disso. Até a pior dor de hoje será, um dia, experiência.
Nós, mulheres, temos a estranha mania de suportar as dores do mundo. Como a representação de Maria em Magnificat? Talvez. E não são poucas as que sentimos. Dor menstrual; da primeira, menarca; da ausência, menopausa. A dor da falta de uma mensagem, de um telefonema, de uma explicação... O ferimento do desrespeito. A dor da injustiça de saber que um colega de departamento pode receber o dobro do seu salário com o mesmo tempo de serviço e currículo inferior (isso aconteceu comigo). A dor de um fim de relacionamento, da troca, da incompreensão, dos rótulos. Talvez por essas coisas da natureza, nós, mulheres, tenhamos a inteligência intuitiva bem desenvolvida para perceber mais as dores, mas também a nitidez dos detalhes. E, ao longo de nossa vida, ficaremos suscetíveis a inúmeros episódios no quais o fato de sermos mulheres nos poderá levar a ser vítimas ou carregar o estigma de uma culpa inexistente pela representação simbólica da responsabilidade pela expulsão da humanidade do paraíso. O escritor irlandês Oscar Wilde sentenciou, no século XIX: "Permitam às mulheres as mesmas condições e elas conquistarão o mundo". Outro Oscar, meu pai, agora o velho Rodrigues, me ensinou a vencer tudo com um simples sorriso, reverter dores, mágoas. Da mãe, meu primeiro exemplo de mulher, aprendi a ter a garra diária de quem não precisa matar o leão, mas, inevitavelmente, ser um e ter de ser um. Temos a impressionante capacidade de reverter as dores e transformá-las em sobrevida, mesmo que não saibamos disso. Até a pior dor de hoje será, um dia, experiência.
Mesmo que estejamos, por dentro, como gelos despedaçados, temos força para erguer a cabeça. Somos mulheres, temos essa capacidade e a de percebermos, nos detalhes, a essência, como a simples intenção de uma alegria furtiva, que pode, por fim, resgatar a maior de todas: nossa dignidade.
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