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Geral

- Publicada em 02 de Março de 2017 às 13:45

Preso fica em viatura da Força Nacional por falta de vaga em presídios gaúchos

Viatura da Força Nacional estava desde a terça-feira de Carnaval com preso em Porto Alegre

Viatura da Força Nacional estava desde a terça-feira de Carnaval com preso em Porto Alegre


CLAITON DORNELLES/JC
Uma viatura da Força de Segurança Nacional serve há dois dias de cela improvisada para preso por falta de vaga em presídios do Rio Grande do Sul. Desde a terça-feira (28) de Carnaval, um homem detido é mantido na camionete da Força, que está em Porto Alegre para auxiliar na segurança nas ruas.
Uma viatura da Força de Segurança Nacional serve há dois dias de cela improvisada para preso por falta de vaga em presídios do Rio Grande do Sul. Desde a terça-feira (28) de Carnaval, um homem detido é mantido na camionete da Força, que está em Porto Alegre para auxiliar na segurança nas ruas.
Os policiais militares do órgão ficam em pé ao lado da viatura, em frente ao Palácio da Polícia, onde tem plantão policial, na avenida Ipiranga, próximo ao Cento de Porto Alegre. O local tinha outras viaturas da Brigada Militar (BM) durante a manhã com presos sob 'custódia', segundo os policiais. Pelo menos duas viaturas da BM mantinham presos, um em cada uma. Diversos policiais estavam no local em vez de cumprir a rotina de policiamento ostensivo, informaram. "Fizemos a troca de guarda aqui", contou um dos soldados.
Enquanto aguardavam uma solução, os brigadianos se preocupavam com a indefinição sobre o tempo que ficariam no local. O preso da viatura da BM foi detido após tentativa de furto a um estabelecimento comercial. "Vamos esperar vaga em presídio. Mas não tem previsão", disse o soldado Giovani Alves, desde 2012 no posto, que diz ter buscado a profissão para "fazer a diferença". "Enquanto estou aqui não tem ninguém na minha área de atuação trabalhando."
Alves e os colegas deveriam estar em rondas no Centro da Capital. No fim da manhã, a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susep) autorizou colocar os detidos em um ônibus chamado de Trovão Azul, que vem servindo de cela provisória.
Dentro de uma das viaturas, o preso recebia água dos policiais e reclamava de estar com fome e das condições em que estava. Com as mãos algemadas, o homem, foragido da Justiça e que foi detido após tentar furtar um estabelecimento na madrugada, mal conseguia se esticar no banco de trás da viatura.
"Não tem vaga para o cara e me largam aqui. Me sinto um porco no chiqueiro. É totalmente desumano. A Justiça tem de ser feita, concordo, errei, tenho de pagar, mas dessa forma? Isso é correto?", desabafou o detido. "O governo rouba tudo e quem paga é o cara. Vai pro inferno! Até eles aí, os funcionários públicos (fala apontando aos PMs), não estão recebendo o dinheiro e tratam o cara dessa forma, em vez de apoiar." 
A bancária aposentada Guiomar Bresciani passava pelo local e desconhecia que um preso estava na viatura, estacionada na calçada e a três metros dela. "Credo, a que ponto a gente chega", reagiu Guiomar. "É um momento que estamos vivendo infelizmente, complicado em todos os níveis. É uma crise, moral e de valores", descreveu a bancária. Questionada sobre como se sentia ao ver o preso naquela condição, Guiomar confessou estar um pouco anestesiada. "Já nem sinto mais, não consigo julgar mais, pois é tanta impunidade e falta de palavra empenhada. Não sei te responder", resumiu a moradora de Porto Alegre. 
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