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Agricultores recusam reforma em audiência pública durante a Expodireto
Mais de 500 pessoas assistiram ao debate no lado de fora do complexo por meio de um telão
Patrícia Comunello/ESPECIAL/JC
A audiência superlotada de agricultores mostrou a oposição do setor à proposta de reforma da Previdência Social, apresentada pelo governo Temer e que tramita na Câmara dos Deputados. "Foi a maior plenária pública da Comissão de Agricultura realizada na Expodireto", fez questão de frisar a senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP), que comandou a cena. "É a primeira vez que vejo as pessoas ficarem até o final, sem arredar o pé", elogiou a senadora.
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A audiência superlotada de agricultores mostrou a oposição do setor à proposta de reforma da Previdência Social, apresentada pelo governo Temer e que tramita na Câmara dos Deputados. "Foi a maior plenária pública da Comissão de Agricultura realizada na Expodireto", fez questão de frisar a senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP), que comandou a cena. "É a primeira vez que vejo as pessoas ficarem até o final, sem arredar o pé", elogiou a senadora.
As críticas à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287 foram consenso. Nas manifestações, ficou claro que a intenção é alterar as disposições, buscando tratamento diferenciado para quem está no campo. O auditório tinha capacidade para 300 pessoas, e mais de 500 assistiram no lado de fora do complexo por meio de um telão.
Com cartaz alertando que a mudança vai piorar a vida das pessoas, diz que, quando puder se aposentar, não vai poder aproveitar. "Trabalho desde os 12 anos. O serviço da agricultura é pesado, levanto cedo, as vacas não esperam", justifica a agricultora Marinei Gniech, com 35 anos. Dirigentes de entidades, parlamentares e especialistas em Previdência manifestaram-se contra a reforma no seu formato original, embora tenham divergido em relação a dois pontos: extinção da PEC ou implementação das mudanças estruturais com emendas.
Segundo a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Lucia Wilhelm Berwang, pelo atual sistema, em que o produtor desconta 2,1% do valor da comercialização da produção, a arrecadação no Brasil é de 7,1 bilhões. Pela proposta do governo, o agricultor passará a pagar um índice entre 5% e 11%. No primeiro caso, seriam necessários 5 milhões de contribuintes para chegar a manter a atual arrecadação. No segundo, 11 milhões.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Carlos Joel da Silva, a PEC 287 precisa "ser sepultada", pois a Previdência tem superávit todos os anos, ao contrário da campanha do governo, que, na sua visão, faz terrorismo na mídia. "Os trabalhadores rurais representam 12% das contribuições. E financeiramente recebem 8% de todo o bolo. Quem quebra a Previdência não é quem ganha um salário-mínimo, mas quem recebe até R$ 200 mil", destacou Silva.
O presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Mânica, avaliou que a audiência pública demonstrou que o evento se consolidou como um palco de defesa dos agricultores. Ana Amélia se disse satisfeita com a repercussão e que encaminhará as ideias e propostas quando a PEC chegar ao Senado.