Ecometano quer construir planta de biometano

A companhia Ecometano não desistiu de produzir biometano (biogás purificado, proveniente de resíduos orgânicos) no Rio Grande do Sul. No entanto, descartou Carlos Barbosa e Fazenda Vilanova, cidades anteriomente anunciadas para sediar o projeto. Agora, a companhia pretende concentrar o investimento em apenas uma cidade, em Estrela.

Apesar de no site da empresa ainda constarem as duas primeiras iniciativas, o gerente de negócios da Ecometano, Luiz Felipe H. T. Pereira, revela que a opção foi por instalar a unidade de biometano em Estrela, porque o terreno é mais adequado e o processo de licenciamento, mais fácil. O executivo adianta que as obras começarão assim que for obtida a licença ambiental de instalação e assegurados os recursos para o empreendimento.

O investimento estimado no complexo é de aproximadamente R$ 130 milhões e deverão ser gerados cerca de 40 postos de trabalho durante a implantação da estrutura. A planta deverá produzir 44 mil metros cúbicos ao dia de biometano, dos quais 35 mil metros cúbicos serão vendidos para a Sulgás e o restante, usado no próprio complexo.

A estatal, responsável pela distribuição do gás natural no Estado, planeja lançar, neste semestre, uma chamada pública para aquisição de biometano. A concessionária chegou a comunicar a meta de comprar até 200 mil metros cúbicos diários do insumo, entretanto esse número está sendo redefinido. Pereira enfatiza que o mercado nacional de biometano ainda está se iniciando, mas a tendência é de crescimento.

A Ecometano foi criada em 2010 com o objetivo de captar e tratar o biogás gerado a partir de fontes renováveis, tais como rejeitos sólidos urbanos, resíduos orgânicos e vinhaça (resultante da produção de etanol), para a produção e distribuição de biometano. Com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, a companhia pertence ao MDCPar, grupo brasileiro de participações e investimentos em infraestrutura. Seus acionistas são sócios privados (53%) e o FI-FGTS, fundo de investimento da Caixa Econômica Federal (47%).

O biometano pode ser aproveitado como combustível veicular ou injetado na rede de gasodutos e ter as mesmas destinações do gás natural fóssil, como a geração de energia térmica. Além de ser um importante insumo energético, a produção do biometano implica uma destinação adequada a resíduos orgânicos, que constituem, normalmente, um problema ambiental. No caso da unidade de Estrela, os materiais utilizados serão rejeitos de agroindústrias e do agronegócio em geral, como dejetos de suínos, da cadeia leiteira, entre outros.