Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 13 de Março de 2017 às 17:00

A chegada do 'Diário da Cadeia'

Chega às livrarias, na segunda-feira 27 de março, o livro "Diário da Cadeia", assinado pelo notório ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas escrito por um autor secreto, cujo nome não será divulgado pela Editora Record, em função de exigência contratual. Em São Paulo, conta-se que apenas o editor Carlos Andreazza e a proprietária da empresa, Sonia Jardim, sabem a identidade do verdadeiro escriba do texto final.
Chega às livrarias, na segunda-feira 27 de março, o livro "Diário da Cadeia", assinado pelo notório ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas escrito por um autor secreto, cujo nome não será divulgado pela Editora Record, em função de exigência contratual. Em São Paulo, conta-se que apenas o editor Carlos Andreazza e a proprietária da empresa, Sonia Jardim, sabem a identidade do verdadeiro escriba do texto final.
Quem viu páginas já impressas avalia que editora embaralha a realidade, começando pela estampa na capa de uma referência ao livro que Eduardo Cunha (o verdadeiro) prometeu (e ainda não cumpriu) escrever na cadeia, intitulado "Impeachment".
Em "Diário da Cadeia", Michel Temer (PMDB) é personagem importante. Eis uma das passagens: "O presidente em exercício (que só está lá porque eu iniciei o processo de impeachment) está tentando se proteger, porque eu convoquei ele como minha testemunha. É uma característica de Michel Temer: sempre que se vê ameaçado, ele divulga alguma coisa: um WhatsApp, uma carta, até poesia o sensível faz!".
A propósito de poesia, "Diário da Cadeia" traz - neste março de 2017 - uma homenagem a Michel Temer, em versos: "Delação quando nasce esparrama um montão/O Temer quando ouve-fala: 'Imagina, eu não'/Mas o país inteiro sabe que ele está metido tão.../Fundo que, se um dia acabe, prendem até a quinta geração".
O colunista do Espaço Vital percebeu uma métrica que remete ao poeta português Fernando Pessoa, que - em março de 1934 - recitou: "Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão/Menininha quando dorme põe a mão no coração/Sou pequenininha do tamanho de um botão/Carrego papai no bolso e mamãe no coração".

Trinta anos de Temer


ARQUIVO WIKIMEDIA/Divulgação/JC
Nesta quinta-feira, completam-se exatos 30 anos da chegada e estreia de Michel Temer em Brasília, então ocupando - como suplente - a vaga aberta com o pedido de licença do deputado Antônio Tidei de Lima (PMDB-SP), que assumira a Secretaria de Agricultura de São Paulo. Na Assembleia Nacional Constituinte de 1987, Michel integrou a Subcomissão do Poder Judiciário e do Ministério Público e a Comissão de Redação.
Entre os temas debatidos na Constituinte, posicionou-se contra a pena de morte, a estabilidade no emprego, a desapropriação de propriedade produtiva, a estatização do sistema financeiro, a jornada semanal de 40 horas, o voto aos 16 anos, a reforma agrária e o monopólio na distribuição do petróleo. Temer defendeu a legalização do aborto, o presidencialismo, a aposentadoria proporcional, o direito de greve e o mandato de cinco anos para José Sarney (PMDB). No livro "Quem foi quem na Constituinte", recebeu uma nota média de 2,25 (o máximo era 10).
Na Constituinte, Temer também desempenhou o papel de representante dos advogados e procuradores, então conseguindo a aprovação do artigo 133: "O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei".

Cheiro de peixe

O colunista Ancelmo Gois escreveu, no domingo, no jornal O Globo, que, nestes 30 anos, Temer "conviveu (e convive) com muito detrito político".
O jornalista lembrou um provérbio de Frei Paulo: "As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro".

Boas motoristas etc.

Constituindo mais da metade da população brasileira (51%), as mulheres envolvem-se muito menos em acidentes de trânsito. Segundo estatística da Seguradora Líder Dpvat, do total desembolsado a motoristas, passageiros ou pedestres, só 25% foi para o sexo feminino. O restante coube aos homens.
Elas representaram ainda só 18% das vítimas fatais. Detalhe: os dados são de 2015, os mais atualizados do setor. Os números de 2016 estão em tabulação.

Pausas para cafés

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) restabeleceu decisão que condenou a Toyota do Brasil Ltda. a contabilizar, como horas extras, duas pausas de 10 minutos concedidas, no meio do expediente, para o café. A decisão se baseou no entendimento consolidado na corte de que "as pausas não integram o intervalo intrajornada de uma hora e, como eram acrescidos à jornada, configuram tempo à disposição do empregador" (Súmula nº 118).
A ação foi ajuizada por um operador que afirmou que a montadora exigia que os empregados compensassem na duração da jornada os dois intervalos, um pela manhã e outro à tarde, para o café ou para ir ao banheiro. (RR nº 2034-49.2012.5.15.0077).

Romance forense: Amélia, a mulher de verdade


REPRODUÇÃO/JC
Depois de oito anos de um relacionamento íntimo interessante, médico e professora se desavieram financeiramente na hora da separação, e a questão foi a Juízo. O juiz julgou improcedente o pedido da mulher, declaratório de dissolução de união estável, cumulado com partilha de bens.
Para o magistrado, "tal união somente é reconhecida se o casal teve a intenção, quando estava junto, de constituir família". O julgado acolheu a tese contestatória de que "a existência de um relacionamento amoroso longo, contínuo e de conhecimento público não basta para provar a união estável".
O caso chegou ao Tribunal de Justiça (TJ). O relator confirmou a sentença, mas a revisora divergiu. "Essa mulher deveria ser chamada de Amélia, e não de Ângela, como está escrito em sua certidão de nascimento". Nessa linha, a desembargadora afirmou "a existência de provas inequívocas, inclusive testemunhais, da união estável, tanto que ela pediu licença-prêmio no magistério para cuidar do ex-companheiro durante o período em que ele esteve doente - comprovando dessa forma o envolvimento familiar. Ela não tinha a menor vaidade, ela era mulher de verdade".
O vogal confirmou a improcedência: "Ainda que ambos fossem livres e desimpedidos - ela solteira e ele divorciado - permaneceram administrando separadamente suas vidas, tanto que até mesmo as compras em supermercado eram pagas individualmente". E repetiu, da sentença, a afirmativa de que "o médico manteve outros achegos durante o período em que durou o relacionamento com a professora - com o que a relação não ultrapassou a seara do namoro, ora firme, ora escorregadio e descompromissado".
A desembargadora revisora quis consolar: "Pobre Amélia!" - disse.
Proclamado o resultado, o advogado do médico, satisfeito com a vitória judicial, tamborilou os dedos na pasta. E, parodiando, saiu cantando estrofes conhecidas da música de Mário Lago e Ataulfo Alves: "Nunca vi fazer tanta exigência / Nem fazer o que esta mulher faz / Ela não sabe o que é consciência / Nem vê que o médico é um pobre rapaz".
O advogado levou uma alfinetada do presidente: "Doutor, aqui não! Se cabível, faça a comemoração em seu escritório".