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Geral

- Publicada em 02 de Fevereiro de 2017 às 23:06

Procissão de Navegantes: quatro quilômetros e meio de agradecimentos

Imagem da santa foi levada por cerca de 150 mil fieis

Imagem da santa foi levada por cerca de 150 mil fieis


MARCO QUINTANA/JC
Suzy Scarton
O sol, que já estava escaldante desde as primeiras horas do dia, não desanimou os devotos de Nossa Senhora dos Navegantes, conhecida também na Umbanda como Iemanjá. A passos lentos e contínuos, cerca de 150 mil fiéis percorreram um trajeto de quatro quilômetros e meio em um período de duas horas e meia. Também foi realizada uma procissão fluvial em homenagem à santa.
O sol, que já estava escaldante desde as primeiras horas do dia, não desanimou os devotos de Nossa Senhora dos Navegantes, conhecida também na Umbanda como Iemanjá. A passos lentos e contínuos, cerca de 150 mil fiéis percorreram um trajeto de quatro quilômetros e meio em um período de duas horas e meia. Também foi realizada uma procissão fluvial em homenagem à santa.
As comemorações começaram por volta das 7h no Santuário Nossa Senhora do Rosário, na rua Vigário José Inácio, Centro de Porto Alegre, com missa celebrada pelo bispo auxiliar de Porto Alegre, Leomar Bruscolim. A caminhada começou logo depois, na mesma rua, passando pelas avenidas Mauá e da Legalidade, em direção à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, na avenida Sertório, na zona Norte. A festa só terminou no final da tarde, com outra missa, celebrada pelo padre cantor Reginaldo Manzotti.
Muitos dos fiéis estavam caracterizados: pés descalços, roupas brancas e azuis, velas compridas e flores coloridas, com o tom azulado sempre se sobressaindo. Devido ao calor, alguns carregavam sombrinhas e garrafas d'água. Ambos encontrados facilmente durante o trajeto, vendidos por ambulantes. No percurso, os versos da Ave-Maria eram repetidos por milhares de bocas, às vezes baixo, às vezes com vigor.
O intuito de boa parte dos fiéis era pagar promessas, agradecer por conquistas e fazer pedidos. É o caso de Noris da Rosa, de 60 anos, e do filho Giovani da Rosa, de 25. Ele fez a caminhada pela primeira vez e, junto com a mãe, pediu proteção, saúde e emprego. "Estamos comprando um carro, queremos que dê tudo certo quando andarmos na estrada", ponderou Noris.
As irmãs Norma, 62 anos, e Marília Carvalho, 64 anos, nem conseguem lembrar quando começaram a frequentar a procissão. "Desde que me entendo por gente", resumiu Norma. Marília contou que precisou morar fora durante alguns anos, na Bahia e no Rio de Janeiro, e, por isso, deixou de participar da comemoração. "Mesmo assim, esperava passar no noticiário e me ajoelhava em frente à televisão, rezando", contou. Nenhuma das duas sentiu falta do aporte financeiro municipal, cortado pela prefeitura neste ano. "Quando a prefeitura participa, só atrapalha. Trocam o percurso, essas coisas. Este ano foi lindo, bem tradicional", explicou Marília.
Para a dona de casa Ângela Maria Soares Mras, 45 anos, a peregrinação é uma tradição da família. Este ano, foi acompanhada das duas filhas, Bruna, 20, e Veridiana, 24, e dos netos, Gabriel e Renan, de dois e de quatro anos. "O nascimento deles foi difícil. Fiz promessa, pedi à Mãe, e ela atendeu nossas preces e concedeu as glórias. Agora, vamos trazê-los até que completem sete anos, vestidos de anjos", contou. Além da homenagem das roupas dos pequenos, as três também levavam barcos, representando as glórias concedidas pela santa. Ângela já participa da comemoração há 20 anos. "Há 22 anos, achei um quadro dela. Fiz pedidos e tudo que pedi nas horas de aperto, deu certo, consegui ganhar. Agora, agradeço", resumiu.
Mãe de outro anjinho, Rhuan Machado, de dois anos, Lisard Machado, de 30, também trará o filho até que ele complete sete anos. O menino nasceu com esquizencefalia, rara má-formação congênita que se caracteriza por fenda unilateral ou bilateral nos hemisférios cerebrais, podendo causar déficit mental, paralisia e crises convulsivas. "Os médicos disseram que ele não ia caminhar. Seguimos fazendo tratamento até hoje e ele caminha. Então, venho pedir que continue tudo certo, que ele se desenvolva bem e com saúde", explicou. 
Depois da caminhada, como também de costume, o arcebispo da Capital, dom Jaime Spengler, celebrou uma missa campal no pátio da Igreja de Nossa Senhora de Navegantes. Ele destacou a preocupante situação da violência na Capital, que "não poupa ninguém, não conhece limite e atinge, sobretudo, os jovens". Dom Jaime fez um apelo e pediu que os fiéis não percam a esperança. O prefeito Nelson Marchezan Júnior e o vice Gustavo Paim estiveram presentes e acompanharam a peregrinação. O prefeito pediu força para "superar momentos difíceis que enfrentaremos daqui para frente". Também compareceram o secretário estadual de Comunicação, Cleber Benvegnú, em nome do governo estadual; o deputado estadual Adão Villaverde (PT), representando a Assembleia Legislativa; e o presidente da Câmara Municipal, Cássio Trogildo.
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