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Agronegócios

- Publicada em 13 de Fevereiro de 2017 às 17:53

Agropecuária gaúcha exporta mais em janeiro

Principais compradores dos produtos do Estado foram China, União Europeia, Coreia do Sul e Rússia

Principais compradores dos produtos do Estado foram China, União Europeia, Coreia do Sul e Rússia


IVAN BUENO/ APPA/
As exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 677,3 milhões em janeiro de 2017. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram elevações em valor (39,1%) e volume (42,0%), e queda nos preços médios (2,0%). Os dados foram divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
As exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 677,3 milhões em janeiro de 2017. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram elevações em valor (39,1%) e volume (42,0%), e queda nos preços médios (2,0%). Os dados foram divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Tradicionalmente, janeiro é um mês de menor movimentação comercial para o agronegócio gaúcho. Segundo o economista da FEE Sérgio Leusin Júnior, "isso ocorre pela menor disponibilidade de produtos agrícolas para a exportação e porque a demanda externa está mais voltada para a safra norte-americana". Contudo, comparativamente aos anos anteriores, o volume embarcado em 2017 pode ser considerado elevado, especialmente no complexo soja, que exportou 164% a mais do que em janeiro de 2016.
Em termos de valor, houve aumento nas exportações do complexo soja (mais US$ 150,7 milhões; 179,3%), nas carnes (mais US$ 43,1 milhões; 35,8%) e nos cereais, farinhas e preparações (mais US$ 10,1 milhões; 21,7%). Por outro lado, as maiores quedas no valor exportado ocorreram nos setores de fumo e seus produtos (menos US$ 10,6 milhões; -18,0%) e produtos florestais (menos US$ 7,0 milhões; -7,5%).
Os principais destinos das exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul em janeiro foram China (29,1%), União Europeia (15,6%), Coreia do Sul (7,5%) e Rússia (4,0%), que, juntos, concentraram 56,3% dos embarques.

Valor bruto da produção agropecuária deve crescer 2,9% em 2017 e atingir R$ 545,9 bilhões

Projeção leva em consideração a expectativa de safra recorde

Projeção leva em consideração a expectativa de safra recorde


EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária em 2017 deve atingir R$ 545,9 bilhões, 2,9% acima do registrado em 2016, que foi de R$ 530 bilhões. Segundo o Ministério da Agricultura, a projeção leva em conta a expectativa de uma safra recorde de 219,1 milhões de toneladas e de aumento da produtividade.
"O aumento previsto para a produção de milho, soja, arroz, algodão e feijão é a principal fonte desse crescimento da renda da agricultura em 2017", disse, em nota, o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola, José Garcia Gasques. As lavouras representam 66,8% do VBP, e a pecuária, 33,2%. Em relação a 2016, as lavouras tiveram crescimento real no valor de 5,6%, e a pecuária, decréscimo de 2,2%.
Entre os produtos que devem ter maior crescimento de VBP estão algodão herbáceo, com aumento real de 14,9%; amendoim, 25,9%; banana, 16,5%; feijão, 38%; milho, 33%; fumo, 22,2%; soja, 5,7%; e uva, 30,3%. Na pecuária, o desempenho deve ser puxado por carne suína, leite e ovos. Ainda conforme o Ministério da Agricultura, entre os produtos com desempenho negativo estão a batata-inglesa, com redução de 28,7% no valor da produção; cebola (-53,1%); laranja (-8,9%); café (-9,6%); pimenta-do-reino (-12,9%); tomate (-35,5%) e trigo (-37,9%).
"Especialmente cebola, tomate e trigo têm decréscimo no valor da produção atribuído à queda de preços. Na pecuária, a maior queda de valor vem ocorrendo na carne de frango (-9,9%) e na carne bovina (-2,3%)."

Expectativa é de otimismo para o mercado da pecuária de corte neste ano

O consumo de carne bovina deve registrar aumento em 2017, apesar do recuo na demanda interna sentido em 2016 com a perda do poder de compra do brasileiro. A economia do País, no ano passado, sofreu uma forte retração, com queda de mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), desemprego recorde e restrição ao crédito.
No entanto, a previsão de melhora da economia brasileira, com aumento do PIB, juros mais baixos e inflação controlada, deve permitir um aumento de consumo.
O presidente da Conexão Delta G, Eduardo Eichenberg, lembra que as exportações de carne também foram afetadas negativamente em 2016 devido à valorização do real frente ao dólar e problemas políticos e econômicos em importantes países importadores do produto brasileiro, como Venezuela, Rússia e Egito. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), as exportações cresceram quase 1% em volume, porém tiveram queda de mais de 7% em faturamento. Eichenberg ressalta que todos estes fatores contribuíram para que, em 2016, o preço do boi gordo caísse em relação a 2015. "Não obstante, ainda ocorreram fortes aumentos em certos insumos, especialmente nos grãos e rações", observa.
Eichenberg afirma, porém, que, mesmo com todo esse cenário negativo, a pecuária se mostrou forte em 2016, e, no tocante à genética, o que se viu foi uma grande demanda por reprodutores ao longo de todo o ano, especialmente das raças sintéticas, como o Braford. "Na temporada da primavera gaúcha, diversos leilões de associados da Conexão Delta G aumentaram a oferta de animais e, ainda assim, conseguiram, se não elevar, ao menos manter as médias de 2015", salienta.
Para 2017, segundo o dirigente, há também uma grande expectativa de crescimento no mercado de carne premium, de maior valor agregado e destinada a um público menos susceptível a crises, e que passa, invariavelmente, pelas raças britânicas e suas cruzas criadas em solo gaúcho.
Na opinião de Eichenberg, também poderá haver acréscimos nas exportações de carne, tanto em volume como em receita, com um dólar mais valorizado frente ao real em função dos recentes aumentos da taxa de juros norte-americana e um cenário econômico mundial mais favorável. Acredita que mercados importantes como Hong Kong, China e União Europeia devem seguir com forte demanda de carne brasileira.
Eichenberg lembra que há também o recente aumento, mesmo que pequeno, do preço do petróleo, principal fonte de divisas de importantes mercados da carne brasileira, como Rússia e países do Oriente Médio. "Além disso, é esperada uma nova queda nas exportações da Austrália, que ainda sofre com efeitos negativos de condições climáticas adversas, o que poderá beneficiar as exportações brasileiras', observa.
O presidente da Conexão Delta G ainda comenta que o próprio final de 2016 já se mostrou mais positivo. Em dezembro, as exportações aumentaram, segundo a Abiec, 15% em volume e 9% em receita em relação a novembro de 2016.