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Consumo

- Publicada em 08 de Fevereiro de 2017 às 22:12

Nacional encerra as atividades no Iguatemi

Associação supermercadista acredita que crise gaúcha e custos da operação podem ter motivado decisão

Associação supermercadista acredita que crise gaúcha e custos da operação podem ter motivado decisão


MARCO QUINTANA/JC
Com um cartaz simples, escrito à mão, o Walmart avisou ontem que estava encerrando suas atividades no shopping Iguatemi. O aviso afixado na porta de entrada do shopping foi o fim nostálgico de uma loja de autosserviço que já foi conceito no Rio Grande do Sul (como na tentativa de implantar um supermercado 24 horas na Capital) e marca com mais força o desmonte das operações de médio porte da multinacional no Brasil.
Com um cartaz simples, escrito à mão, o Walmart avisou ontem que estava encerrando suas atividades no shopping Iguatemi. O aviso afixado na porta de entrada do shopping foi o fim nostálgico de uma loja de autosserviço que já foi conceito no Rio Grande do Sul (como na tentativa de implantar um supermercado 24 horas na Capital) e marca com mais força o desmonte das operações de médio porte da multinacional no Brasil.
Em pouco mais de um ano, cerca de 15 lojas com a bandeira Nacional já deixaram de ser operadas no Rio Grande do Sul. Cinco desses pontos foram assumidos pela rede Asun e um deles pelo Center Shop. O mesmo, porém, não deve ocorrer com a unidade do Iguatemi.
Apesar de confirmar interesse no espaço deixado pela concorrente no mais antigo shopping da Capital, a rede Asun não deverá desembarcar no local. Em comunicado divulgado ontem, a administração do centro de compras informou que o espaço deverá ser readequado para abrigar novas atividades.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Logo, o fechamento da loja tem outros componentes além da estratégia da multinacional de focar em grandes hipermercados e lojas. "Manter um supermercado aberto em um shopping center, hoje, é praticamente inviável. Os custos de manutenção de um espaço em um shopping são muito elevados e os centros de compras precisam se adaptar a uma nova realidade. Na minha opinião, não existe viabilidade econômica para nenhuma rede manter uma loja no local", opina Longo. 
O outro ponto que pode ter pesado na decisão do Walmart, avalia Longo, é a crise no Rio Grande do Sul. Apesar de o número de operações ter se mantido estável nos últimos anos no Estado (cerca de 4 mil pontos de autosserviço) o faturamento e o tíquete médio de gastos por consumidor não tem sequer acompanhado a inflação. "As vendas do setor deve ter encerrado em torno de R$ 30 bilhões. Um crescimento nominal de cerca de 4% em relação a 2016. Ou seja, abaixo da inflação", explica o supermercadista.
Em comunicado à imprensa, o Walmart referenda a questão econômica como um dos fatores para o fim da unidade no Iguatemi, afirmando que a companhia "revisa constantemente seu portfólio de lojas, podendo fechar unidades que não apresentem desempenho satisfatório". A crise gaúcha também é colocada por Ortiz, da rede Asun, como o atual empecilho para prever novos investimentos no Estado e mesmo para consolidar os antigos. "Compramos cinco pontos da rede Nacional no último ano. São lugares, em geral, maravilhosamente bem localizados, mas ainda não é possível dizer que o há uma consolidação do investimento devido as dificuldades econômicas pelas quais passa o Estado. Dentro do que planejamos há um ano, 60% do trajeto foi percorrido, mas neste ano vamos segurar os investimentos."
Em janeiro de 2016 a norte-americana Walmart confirmou o fechamento de 60 lojas no Brasil. Atualmente, a multinacional conta com 102 lojas no Rio Grande do Sul, com as marcas Big, Nacional, TodoDia, Maxxi e Sam's Club.
Na nota oficial encaminhada à imprensa, o Walmart informou que foi oferecido aos funcionários transferência para outras lojas e que quem não aceitou receberá treinamento para recolocação profissional. A multinacional também ressalta que está investindo cerca de R$ 1 bilhão na transformação dos hipermercados da rede no País ao longo dos próximos três anos e que irá abrirá no Estado duas novas lojas do Hiper TodoDia ainda em 2017. A empresa ainda não divulga as cidades que devem receber os investimentos.

Inadimplência do consumidor registra alta de 3,9% em janeiro

A inadimplência do consumidor subiu 3,9% em janeiro contra dezembro, com ajuste sazonal, segundo os dados da Boa Vista SCPC. Na comparação com o mesmo mês de 2016, contudo, houve retração (4,7%), assim como no acumulado em 12 meses (1,9%).
Por regiões, a maior elevação na margem ocorreu no Centro-Oeste, com alta de 16,4%. Em sequência, apareceu o Norte (13%) e o Nordeste (9,1%). Sul e Sudeste apresentaram a mesma variação positiva, de 0,4%. A Boa Vista cita, em relatório, que espera um cenário de estabilidade na inadimplência neste ano. "Com a perspectiva de pouco crescimento da economia e da renda, juros menores e inflação controlada, espera-se uma retomada sustentável da demanda de crédito, expandindo a renda disponível das famílias", explica em relatório.
O indicador de inadimplência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas informados à Boa Vista pelas empresas credoras. Em São Paulo, passou-se a usar como referência o número de cartas de notificação enviadas aos consumidores em vez dos números de débitos ativos na base do SCPC em virtude da Lei Estadual nº 15.659/2015.

Percentual de pessoas com dívidas em atraso cai a 46%

Caiu para 46% o percentual de brasileiros que atrasaram ou deixaram de pagar alguma conta em 2016, contra 53% registrados o ano anterior, aponta pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os compromissos que apresentaram maior quantidade de atrasos foram as contas de cartão de crédito (19%), luz (17%) e internet (13%) - que avançou quatro ponto percentual ante 2015.
Do grupo que atrasou ou deixou de honrar pagamentos nos últimos 12 meses, 65% teve incluído ou ainda está listado em algum serviço de proteção ao crédito. Em 2015, o número chegou a 68%. Entre as classes C, D e E, o percentual sobe para 69%. Do total negativado em 2016, apenas 15% conseguiu regularizar a situação, enquanto 50% segue com nome sujo. No último relatório de inadimplência do SPC Brasil e CNDL, divulgado no fim de 2016, 58,3 milhões (39%) de brasileiros adultos estavam em listas de inadimplência.
A pesquisa verificou mudança de hábitos entre 89% dos brasileiros que tiveram o nome sujo ao menos uma vez nos últimos 12 meses: 34% passaram a refletir mais antes de comprar; 30% implementaram controle de gastos; 27% passaram a comprar apenas à vista; 24% deixaram de emprestar o nome a terceiros; 23% evitaram utilizar o cartão de crédito e 11% chegaram a cancelar cartões.
A maioria dos entrevistados (77%) ouvidos pela pesquisa apresentou uma compreensão equivocada sobre o que significa estar endividado. Para 45%, estar endividado corresponde a ter dívidas em atraso. Já para 31%, a pessoa está endividada quando tem o nome em entidades de proteção ao crédito. Apenas um grupo e 21% compreende que parcelas a vencer ou empréstimos realizados torna a pessoa endividada.
A portabilidade ou possibilidade de transferir a dívida para uma instituição que ofereça melhores condições de pagamento, só foi utilizada por 10% dos entrevistados. "Apesar de pouco utilizada e conhecida, a portabilidade de crédito é uma opção válida e de grande ajuda para amenizar o pagamento da dívida de quem já se complicou com as finanças", afirmou o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.