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JC Contabilidade

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2017 às 15:06

Fusões e aquisições podem ser uma oportunidade em 2017?


LIPPERT ADVOGADOS/DIVULGAÇÃO/JC
George Lippert Neto, sócio-diretor da Lippert Advogados e mestre em Direito Econômico e Financeiro pela USP, responde.
George Lippert Neto, sócio-diretor da Lippert Advogados e mestre em Direito Econômico e Financeiro pela USP, responde.
O ano passado foi marcado por grandes acontecimentos. Vimos a maior estatal do País abrir mão de diversos ativos, mergulhada em uma dívida de US$ 100 bilhões. A compra de grandes bancos dividiu espaço nas páginas de negócios. Crescer em tempos de crise econômica e instabilidade política é um desafio para as empresas. Por necessidade de caixa ou até mesmo para acessar novos mercados, as fusões e aquisições são uma oportunidade de crescimento.
O cenário político e econômico do País afetou o número de fusões e aquisições no primeiro semestre houve queda de 29% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, de acordo com dados da PwC. No entanto, com as novas medidas adotadas pelo governo, os negócios, aos poucos, foram se ajustando. Informações da plataforma Transactional Track Record mostram que, de janeiro a outubro, o mercado brasileiro teve 833 transações dessa ordem. Isso demonstra um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2015. Só entre setembro e outubro, os meses mais movimentados, foram 201.
Um dos principais destaques em 2016, foi a aquisição da Estácio pela rival Kroton, criando uma gigante do setor de educação universitária. A operação foi fechada em R$ 5,5 bilhões. No setor bancário, também houve movimentação. O banco Bradesco concluiu a compra do HSBC Brasil, com um pagamento de R$ 16 bilhões. E o Itaú Unibanco superou o Santander na disputa final pelos ativos de varejo do Citibank no Brasil, e comprou a operação da instituição financeira norte-americana no País por R$ 710 milhões. No apagar das luzes deste ano, a mineradora Vale anunciou a venda de ativos de fertilizantes para a Mosaic por aproximadamente US$ 2,5 bilhões.
Quem mereceu destaque no turbulento ano de 2016 foi o setor de Tecnologia da Informação. Um estudo divulgado pela KPMG no Brasil mostra que, no terceiro trimestre de 2016, se intensificaram operações de fusões e aquisições neste setor, totalizando 25 transações. É compreensivo que esses segmentos de tecnologia e informação sejam os líderes no ranking de F&A, já que o setor permanece aquecido, com startups que desenvolvem produtos novos, contribuindo para a modernização de instituições privadas e públicas.
A atividade global de fusões e aquisições movimentou US$ 224 bilhões em janeiro de 2017, o maior volume para o mês desde 2000, segundo dados compilados pela Bloomberg. Pela primeira vez desde 2008, a Europa ultrapassou a América do Norte na lista de alvos, com companhias como a farmacêutica suíça Actelion e a fabricante italiana de óculos Luxottica Group aceitando propostas de compra.
Optar por F&A não é uma solução simples para problemas internos e ameaças mercadológicas. As empresas envolvidas precisam capturar as sinergias, integrando os valores das duas marcas e planejando cada passo para continuar crescendo.
Os gestores são importantes na condução e construção das sinergias, devendo ter habilidades como saber negociar em diversas situações intrínsecas em um processo de F&A, ter conhecimento de múltiplos setores, visualizar as diversidades culturais e gerir as expectativas dos colaboradores, que geralmente pensam que serão demitidos. O objetivo da fusão ou aquisição precisa estar muito claro para os recursos humanos, mostrando que as mudanças visam tornar a empresa mais competitiva para continuar a crescer e garantir o emprego de todos.
Os empresários brasileiros estão compreendendo que, vista por vários ângulos, uma fusão ou aquisição pode ser algo positivo. Ou seja, é um processo de adaptação da cultura dos negócios no País e uma forma de vencer as crises. Trata-se de prática comum em nações desenvolvidas, como nos Estados Unidos e, quem sabe, torne-se opção cada vez mais viável para a estratégia de negócios dos empresários no Brasil.
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