Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cenáculo/Reflexão

- Publicada em 09 de Janeiro de 2017 às 18:53

Ferrovias deveriam ser encaradas como estratégicas

Afirmar que o transporte ferroviário é fundamental para um país de dimensões continentais como o Brasil pode soar como trivial, óbvio, redundante. Entretanto esse modal não é considerado prioridade, pelo menos na prática, a julgar pelo recuo do papel estratégico das ferrovias ao longo das décadas.
Afirmar que o transporte ferroviário é fundamental para um país de dimensões continentais como o Brasil pode soar como trivial, óbvio, redundante. Entretanto esse modal não é considerado prioridade, pelo menos na prática, a julgar pelo recuo do papel estratégico das ferrovias ao longo das décadas.
Em se falando de transporte de cargas, as poucas ferrovias existentes patinam. E seu funcionamento, volta e meia, é ameaçado por diversos entraves, desde econômicos até burocráticos.
Um novo revés - divulgado em reportagem publicada ontem pelo Jornal do Comércio - pode comprometer, a partir de fevereiro, o transporte ferroviário entre Brasil, Argentina e Uruguai. A empresa que faz a administração de dois portos secos (terminal alfandegado) em Uruguaiana e Santana do Livramento desistiu da concessão.
A preocupação é que a devolução dos portos secos em 31 de janeiro interrompa o tráfego ferroviário, afetando o Corredor do Mercosul para o Uruguai, que leva matéria-prima para fábricas e indústrias argentinas.
Ou seja, ao invés de uma ampla expansão da rede ferroviária, há dificuldades para manter a estrutura existente. Falta planejamento e investimento. O retorno ao País seria imediato, pois o transporte de contêineres de cargas em trens traz inúmeros benefícios.
O primeiro é reduzir o gasto logístico para o escoamento da produção, o que diminuiria, por consequência, o chamado Custo Brasil, dando mais competitividade às empresas.
Também seriam retirados muitos caminhões das estradas, reduzindo gastos com manutenção das rodovias e minimizando a poluição atmosférica. Além disso, seriam evitados acidentes e mortes no trânsito.
Evidentemente, os benefícios das ferrovias não são restritos ao transporte de cargas. Uma boa rede trens de transporte de passageiros daria um grande impulso ao País. Mas a nossa malha total soma apenas 1.062 quilômetros.
Se pegarmos apenas linhas de metrô, seriam 309 quilômetros, menos do que o trem subterrâneo existente apenas na cidade de Londres, na Inglaterra.
Na Europa, os trens de passageiros são decisivos para o transporte no continente. Cidades e países estão ligados constantemente por linhas com horários precisos nos minutos, tanto para partir quanto para chegar. É um modal tão ou mais valorizado até que o transporte aéreo.
Nos últimos anos, houve um movimento para que fossem ampliados os poucos metrôs existentes no Brasil e para que outras metrópoles ganhassem esse equipamento, capaz de mudar totalmente a mobilidade urbana em uma grande cidade. Contudo as dificuldades financeiras colocaram a maior parte desses projetos na gaveta.
O Brasil tem um déficit estimado em 850 quilômetros de metrô e trens de passageiros. Falta mais ainda para uma rede de transporte de cargas.
Já passou a hora de colocar em prática um plano nacional para construir e reativar ferrovias. Trata-se de um ponto fundamental para melhorar o fluxo de pessoas pelo País e aprimorar o transporte de cargas.
É uma alternativa indispensável. Quanto mais for adiada, maior será o prejuízo de todos. Quanto antes for posta em prática, melhor para as pessoas, para as empresas e para o Brasil.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO