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Economia

- Publicada em 16 de Janeiro de 2017 às 21:58

Aplicativos abusam dos pedidos de permissões

Sistema do Sintáxi, por exemplo, pede acesso ao banco de imagens

Sistema do Sintáxi, por exemplo, pede acesso ao banco de imagens


Claiton Dornelles/JC
Patricia Knebel
Milhares de aplicativos diferentes são baixados todos os dias pelos usuários em seus dispositivos móveis. Games, redes sociais, ferramentas de produtividade e plataformas para pedidos de comida ou transporte se tornaram uma forma de facilitar a vida das pessoas ou, simplesmente, entretê-las.
Milhares de aplicativos diferentes são baixados todos os dias pelos usuários em seus dispositivos móveis. Games, redes sociais, ferramentas de produtividade e plataformas para pedidos de comida ou transporte se tornaram uma forma de facilitar a vida das pessoas ou, simplesmente, entretê-las.
Mas uma questão deveria estar recebendo mais atenção dos usuários: a segurança. Os desenvolvedores estão abusando cada vez mais das permissões solicitadas. Para um aplicativo de mobilidade cumprir com a sua função básica, faz todo sentido pedir acesso à localização do usuário. Mas qual o motivo de exigir também permissão para ver as imagens pessoais? Ou o que explica que um app de calculadora precise que o internauta esteja conectado quando estiver fazendo contas?
Para acirrar a competição com empresas como Uber e Cabify, o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) lançou, na semana passada, um aplicativo e está dando desconto de 50% no valor das corridas até o dia 28 de fevereiro. Muitos correram para baixar o app, mas se preocuparam com o fato de o sistema pedir acesso, entre outras coisas, ao banco de imagens.
Rafael Fanganito, um dos desenvolvedores do app, explica que entre as permissões está a dos contatos, sistema de localização e chamada telefônica e SMS - essas duas últimas para permitir que o usuário possa ligar para o taxista de dentro da plataforma. No caso das imagens, ele comenta que não sabia que essa funcionalidade estava visível para o passageiro, pois foi criada para o taxista poder enviar documentações pelo app. "Ainda assim, isso não nos dá acesso, por exemplo, à galeria de fotos do usuário final. E nem teria razão mesmo", garante.
O analista sênior de segurança da Kaspersky Lab, Fábio Assolini, explica que a principal explicação por trás das exigências feitas por muitos aplicativos está o fato de que as informações pessoais dos usuários valem ouro.
A pesquisa "O perfil dos aplicativos no Brasil", encomendada pelo PayPal à BigData Corp., mostra que 86,64% dos apps baixados no Brasil são gratuitos. Na lista dos aplicativos com mais de 10 milhões de downloads, nenhum é pago. Para compensar isso, os desenvolvedores buscam dados pessoais que possam se converter em receitas no futuro.
Assim, ao solicitar a um usuário que está fazendo o download de uma calculadora a sua localização, o app conseguirá descobrir a sua nacionalidade e, dessa forma, vincular publicidade no idioma correto, sendo mais certeiro. "Para não pagar pelo aplicativo, as pessoas preferem entregar a sua própria privacidade. E isso pode levar a riscos muito maiores", alerta, destacando que dados coletados de e-mails, fotos ou senhas poderão ser vendidos ou perdidos, o que acarretará prejuízos.
Assolini comenta que, infelizmente para os usuários, não há muito a ser feito. O aconselhável é evitar instalar o aplicativo quando as permissões solicitadas não fizerem sentido e quando colocarem em xeque, desnecessariamente, a segurança.
Quem utiliza o sistema operacional iOS, da Apple, tem um pouco mais de liberdade. Isso porque as permissões não são feitas no momento do download e, sim, quando a pessoa começar a usar o serviço. Dessa forma, aumentam as chances de ela negar algumas das solicitações e, ainda assim, conseguir se beneficiar do app. Já no caso do Android, isso é feito no momento da instalação e, se o internauta disser não para algumas das exigências, nem conseguirá finalizar o download.
O especialista relata uma experiência pessoal que viveu. Ao instalar o app do seu banco, estranhou que uma das solicitações era a de visualização do banco de imagens do celular. "Depois eu descobri que uma das funcionalidades do software, a de fazer depósito com cheque, tornava necessário tirar uma foto para enviar ao sistema. Porém, em casos em que essas demandas não se explicam, é preciso ter cuidado redobrado", comenta.
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