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- Publicada em 17 de Janeiro de 2017 às 17:48

Os aparelhos e as pessoas de amanhã

Janelas para o mundo (Sulina, 246 páginas, R$ 47,00), coletânea de ensaios organizada por Carlos Gerbase e Juliana Tonin, contém 13 textos apresentados no XIII Seminário Internacional de Comunicação. O evento foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Pucrs entre 17 e 19 de novembro de 2015. O livro tem, ainda, um ensaio inédito do professor Fábio Fernandes, da PUC-SP, que palestrou no evento, ao lado de Francisco Rüdiger, Gilles Lipovetsky, Paulo Levinson, Moisés Martins, Liz Evans, Phillipe Joron, Patrick Tacussel, Hélène Houdayer e Denis Fleurdoge.
Janelas para o mundo (Sulina, 246 páginas, R$ 47,00), coletânea de ensaios organizada por Carlos Gerbase e Juliana Tonin, contém 13 textos apresentados no XIII Seminário Internacional de Comunicação. O evento foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Pucrs entre 17 e 19 de novembro de 2015. O livro tem, ainda, um ensaio inédito do professor Fábio Fernandes, da PUC-SP, que palestrou no evento, ao lado de Francisco Rüdiger, Gilles Lipovetsky, Paulo Levinson, Moisés Martins, Liz Evans, Phillipe Joron, Patrick Tacussel, Hélène Houdayer e Denis Fleurdoge.
Convidados de França, Portugal, Estados Unidos e Inglaterra, inspirados no eixo temático "Janelas para o muno, telas do imaginário", pensaram o futuro da comunicação, não apenas em termos de novas tecnologias e de novas estratégias de circulação, mas também em torno do impacto que estas inovações causam na produção do imaginário.
O ensaio de Fábio Fernandes dialoga com a ficção científica, e a maioria dos textos, de Janaína Quintas Antunes, Jorge Campos, Mariângela M. Toaldo, Bibiana de Paula Friedrichs e outros está ancorada no presente. Todavia muitos dos conceitos apresentados - ciberespaço, etnografia móvel, cognição corporalizada e outros - parecem derivar de clássicos da literatura de antecipação.
As fronteiras entre o Jornalismo, a Publicidade, as Relações Públicas e o mundo do audiovisual diluíram-se. A convergência das mídias resultou num universo comunicacional muito mais complexo e difícil de interpretar, em que "conteúdos" - que podem ou não estar patrocinados, e que podem ou não encontrar espaço de circulação, dependendo do número de "curtidas" e "comentários" que provocam nos primeiros instantes em que se tornam públicos - trafegam sem obedecer às velhas regras de trânsito do século XXI. As consequências da diluição conceitual do campo da comunicação e da instantaneidade da recepção, medidas em minutos, estão presentes em vários ensaios deste livro.
Já passamos do "Admirável Mundo Novo" e do Grande Irmão de "1984", e as novas janelas do mundo não se limitam a mostrar o que está lá fora. Nosso ambiente planetário já superou boa parte da ficção científica, e nós, estonteados ainda com tantas e tão rápidas mudanças, seja qual for o futuro (com fim do mundo ou sem), precisamos compreendê-lo ou, ao menos, tentar compreendê-lo com urgência. Observando as pessoas e as telas de amanhã.

lançamentos

  • O grande livro dos heróis da Bíblia (Sociedade Bíblica do Brasil, 192 páginas, R$ 49,90), de Richard Thomas, com ilustrações de Siku e Jeff Anderson, conta sobre homens e mulheres bíblicos que se tornaram heróis, como Davi, Noé, Abraão, Moisés e, claro, Jesus, entre outros. Obra especial para jovens, mas não só para eles.
  • Ideias & Ideais (AGE Editora, 168 páginas) do escritor, palestrante, professor, empresário e articulista de jornais Luiz Fernando Reginato, com apresentação do jornalista Pedro Maciel, traz bem-elaborados e embasados textos sobre ética, governança, talentos, liderança e clientes, muitos veiculados na editoria de Opinião do Jornal do Comércio.
  • Era no tempo do rei - Atualidade das memórias de um sargento de milícias (Ateliê Editorial, 214 páginas), do professor Edu Teruki Otsuka, da Faculdade de Filosofia e Letras da USP, leitura renovadora do clássico romance, traz interpretação nova da simpatia malandra e investigação diferente das relações interpessoais brasileiras.

Quer emagrecer? Diga não às dietas!

Não se preocupe com o título acima. O colunista não enlouqueceu. Ao menos, não totalmente. Ele está se referindo a um livro: O peso das dietas (Editora Sensus, 320 páginas, R$ 39,90), da nutricionista e doutora em Endocrinologia francesa e brasileira naturalizada Sophie Deram. Ela também é pesquisadora e coordenadora do Instituto da Criança e do Ambulatório de Transtornos Alimentares (Ambulim) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Especialista em comportamento alimentar, estilo de vida saudável e perda de peso, Sophie é ativista contra dietas restritivas e inspira milhares de pessoas, no consultório e das mídias, a se relacionar de modo diferente com os alimentos, fazer as pazes com o corpo, ter prazer de comer e chegar ao peso saudável de modo feliz.
Todos sabemos que, depois de dietas restritivas, 90% ou 95% das pessoas voltam ao peso inicial ou até o ultrapassam. Nosso cérebro não entende a mudança repentina na alimentação. Partindo da nutrigenômica - a ciência que trata de como os alimentos conversam com nossos genes -, Sophie apresenta um método científico e revolucionário, em que a contagem de calorias e as restrições alimentares radicais ficam proibidas. Quer dizer: quer emagrecer? Não faça dieta. Ou, então, siga os sete segredos de Sophie, abaixo:
Faça as pazes com o seu corpo; cuide do seu cérebro, é ele que controla tudo; pense sustentável, sem pressa, gradativamente; viva o presente, respeite sua fome e saciedade; coma melhor, não menos! Faça as pazes com os alimentos; mexa-se! E durma mais! E cozinhe e celebre a comida.
Claro que a abordagem de Sophie pode e deve ser discutida, mas ela é inédita e feita de modo científico, após pesquisas sobre o tema nos últimos anos e sua obra, em cinco capítulos, está muito bem-estruturada e fundamentada. Defendendo alimentos de verdade, hábitos alimentares e culinários em família e preconizando que não é preciso cortar o glúten e se alimentar só de proteínas, a autora pretende auxiliar os leitores a buscar novos caminhos para emagrecer de modo sustentável dizendo não às dietas.
No fim do volume, Sophie apresenta mais de 50 receitas e dicas para o dia a dia, mostrando que, como foi dito em outro livro sobre dietas, de outro autor, é possível comer com prazer e que as pessoas não são gordas porque comem, mas comem porque são gordas. Quer dizer: porque comeram os alimentos não indicados, de modo errado.
Sophie fala de mudanças sociais, do poder do cérebro, dos tipos de fome, de transformações de vida, de gastronomia urbana rápida, de parar de acreditar em milagres, de nutrigenômica e de neurociência ligada à nutrição, entre outros temas importantes, e nos convida a pensar e comer diferente.

a propósito...

Há quase 22 anos assinando esta coluna de literatura, quase todo mês tomo contato com livros e ideias sobre dietas, um dos temas que dominam as conversas e interesses na atualidade. Quase sempre, as obras falam de corte de calorias, exercícios, alimentos e substâncias emagrecedoras. Alguns falam de posicionamentos psicológicos em relação a alimentos. Além de livros, os que tem sobrepeso e os obesos são bombardeados com novidades farmacológicas de vários tipos e mil ideias, cirurgias e tratamentos. No Brasil, 59% da população está com sobrepeso e 20%, com obesidade. Os dados são alarmantes. Eventuais polêmicas à parte, livros como O peso das dietas são importantes para todos.