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Porto Alegre, quarta-feira, 01 de fevereiro de 2017. Atualizado �s 13h17.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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CINEMA

Not�cia da edi��o impressa de 01/02/2017. Alterada em 01/02 �s 14h17min

Com Natalie Portman, o longa Jackie estreia nesta quinta-feira no cinema

Indicada ao Oscar, Natalie Portman interpreta Jacqueline Kennedy no filme Jackie

Indicada ao Oscar, Natalie Portman interpreta Jacqueline Kennedy no filme Jackie


JACKIE PRODUCTIONS/DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
No começo da tarde de 22 de novembro de 1963, a vida da primeira-dama Jacqueline Kennedy virou do avesso. Ao seu lado, o então presidente americano John F. Kennedy foi alvejado duas vezes - e teve a morte declarada oficialmente minutos depois. Jackie, longa-metragem protagonizado por Natalie Portman, imagina os bastidores dos dias que sucederam a tragédia.
Com estreia nesta quinta-feira, o denso filme destaca a relação entre imagem, mito e memória a partir de uma personagem que entendia o poder da comunicação. O longa tem direção do chileno Pablo Larrain e rendeu à atriz sua terceira indicação ao Oscar - prêmio o qual ela venceu por Cisne negro (2011).
Natalie Portman mostra, mais uma vez, talento superior. E o papel é tão intenso quanto se pode imaginar. Além do choque de perder o marido de forma repentina, Jackie se vê obrigada a consolar os filhos, planejar a mudança - a fim de que o novo presidente, Lyndon Johnson, assuma a Casa Branca rapidamente -, e pensar no cortejo do falecido marido.
Tendência no cinema contemporâneo, o recorte de um período específico é fundamental para a abordagem que a personagem permite. A produção não pode - e se nega - a ser encarada como um resumo da vida de Jacqueline. Ao invés disso, o roteiro de Noah Oppenheim divide o drama em três segmentos: o pós-assassinato; uma entrevista exclusiva a um jornalista, também posterior ao crime; e uma tour pela Casa Branca televisionada, antes do fatídico evento.
Em comum, as três facetas do longa-metragem de Pablo Larrain versam sobre a construção a partir das aparências. Os Kennedy eram midiáticos - e, em certa cena, é dito que eles serão lembrados por serem bonitinhos. Com pouco mais de dois anos de mandato exercidos, o breve presidente lidou apenas com a chamada Crise dos Mísseis.
Já Jackie, conhecida pelo estilo e elegância, surge com uma visão realista e panorâmica, tanto no que se refere a sua pessoa quanto ao legado do marido. O filme todo gira em torno de Natalie Portman - por vezes quase literalmente, com a câmera na mão circulando a artista e denotando o culto às celebridades que despontava naquela década. A postura que a atriz adota para compor a protagonista mistura choque, apreensão e sagacidade. Jamais se vê uma derrotada em cena - e sim uma mulher corajosa e inteligente, mesmo afetada pelo trauma e mal tendo tempo para o luto.
Cineasta indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro com No (2012), Larraín teve outro título em cartaz nos cinemas de Porto Alegre recentemente, Neruda (2016). Entretanto, foi por causa de O clube (2015), sobre um lar de padres aposentados, que o diretor ganhou sua primeira chance no cinema norte-americano.
Produtor de Jackie, o cineasta Darren Aronofsky viu naquela obra a capacidade do sul-americano de interligar personagens e mesclar emoção e comentários políticos. Convidou, então, o chileno - que concordou em trabalhar no filme sob a condição de contar com Natalie Portman, a quem Aronofsky dirigira em Cisne negro.
Larraín pouco conhecia a respeito de Jacqueline Kennedy antes de assumir o projeto. Sob o olhar estrangeiro imune à espetacularização da época, o realizador e sua equipe criaram um clima soturno, com a saturação de filmagens em 16mm e música incidental. Ainda que a ficção seja forrada de especulações, a narrativa é tão consistente que fica difícil imaginar a atmosfera daqueles dias de outra maneira - sobretudo a encenação de eventos históricos, como o juramento de Lyndon Johnson.
No Oscar, o longa-metragem concorre apenas a três categorias - atriz, figurino e trilha sonora original - mas o baixo número indicações não desmerece de maneira alguma o trabalho. O elenco de apoio inclui atores como Peter Sarsgaard (excelente como Bobby Kennedy); Billy Crudup; Greta Gerwig; e o recém-falecido John Hurt, em uma de suas derradeiras interpretações.
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