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Política

- Publicada em 10 de Dezembro de 2016 às 16:39

Dilma diz que seus opositores subestimaram crise e fala em 'golpe no golpe'

Dilma e Cristina participaram de seminário em São Paulo sobre a luta política na América Latina

Dilma e Cristina participaram de seminário em São Paulo sobre a luta política na América Latina


Miguel SCHINCARIOL/AFP/
Estadão Conteúdo
De passagem por São Paulo para participar de ato com a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (9), que os integrantes do governo de Michel Temer subestimaram as crises econômica e política e que, em razão desses dois fatores, o Brasil poderá ser vítima de "um golpe no golpe".
De passagem por São Paulo para participar de ato com a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (9), que os integrantes do governo de Michel Temer subestimaram as crises econômica e política e que, em razão desses dois fatores, o Brasil poderá ser vítima de "um golpe no golpe".
"Eles subestimaram a crise econômica, acreditaram no que estavam dizendo, e muitos sabiam que era mentira, de que a crise econômica era responsabilidade exclusivamente minha", disse a petista em discurso. "E também subestimaram os efeitos da crise política como fator de instabilidade, de aprofundamento de qualquer crise, e isso fica claro nos momentos em que a crise política se transforma em crise institucional", acrescentou.
Dilma defendeu ainda que o governo não conseguirá operar um milagre na economia por meio de corte de gastos. "Tem de aumentar receita, tributar fortunas e tributar dividendos. O Brasil e a Estônia são os únicos países do mundo que não tributam dividendos. Mas aí alguém pergunta: então por que não foi feito antes? Porque no Congresso não passa", afirmou Dilma, a uma plateia formada predominantemente por simpatizantes do PT.
A ex-presidente criticou o alto número de partidos no Brasil e disse que isso é reflexo do fundo partidário e do tempo de televisão nas campanhas eleitorais. "Ninguém vai discordar de mim de que é muito difícil ter 33 programas ideológicos políticos consistentes no Brasil", afirmou Dilma.
Em seguida, ela disse que a negociação de cargos e de benesses no meio político produz "o mais negro fisiologismo". Percebendo a gafe, imediatamente pediu desculpas e afirmou que se trata "do mais branco" fisiologismo. "Que me desculpem os homens brancos, mas são predominantemente homens brancos, ricos e velhos", disse.
A petista também atacou as medidas propostas pelo presidente Michel Temer e disse que o programa "A ponte para o futuro", apresentado pelo PMDB antes mesmo do processo de impeachment como sugestão para a recuperação da economia, é baseado na PEC do teto dos gastos, em uma reforma "ultraconservadora" da Previdência e na flexibilização das leis trabalhistas.
Além disso, a ex-presidente declarou que o objetivo fundamental "do golpe" foi impedir o processo de distribuição de renda iniciado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, citando como exemplo a política de valorização do salário mínimo e o programa Bolsa Família.
Afirmou ainda que os integrantes do governo de Michel Temer não querem apenas "estancar a sangria" da Operação Lava Jato, mas também usá-la para "destruir lideranças que podem enfrentá-los". Por último, Dilma disse que a única solução possível "é uma solução por baixo, pelo voto". "Por isso eu defendo eleição direta e uma reforma política", ressaltou.
O evento, que se chama "A luta política na América Latina hoje" e faz parte do seminário "Nossa América Nuestra", é aberto ao público e ocorre na Casa de Portugal, no bairro Liberdade. Dilma e Cristina compuseram a mesa de debate e, à frente delas, uma faixa é exibida com os dizeres: "STF! Anule o golpe já!". Entre os presentes o presidente do PT, Rui Falcão, o ex-ministro Miguel Rossetto e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
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