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Urbanismo

- Publicada em 21 de Dezembro de 2016 às 22:16

Prefeitura recebe bases para revitalizar 4º Distrito

Benamy Turkienicz apresentou estudo da Ufrgs sobre revitalização

Benamy Turkienicz apresentou estudo da Ufrgs sobre revitalização


JC
A prefeitura de Porto Alegre recebeu ontem uma proposta que pode dar as diretrizes para a revitalização do 4º Distrito da Capital. Apresentado pelo Núcleo de Tecnologia Urbana da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NTU-Ufrgs), o chamado Masterplan do 4º Distrito propõe um novo regime urbanístico para a região de 594 hectares, que envolve os bairros Floresta, Navegantes, Farrapos, São Geraldo e Humaitá. Ao fim do processo, a ideia é que a área atraia investidores e se transforme em um polo de inovação e produção de conhecimento, além de um exemplo em termos de desenvolvimento social e urbano.
A prefeitura de Porto Alegre recebeu ontem uma proposta que pode dar as diretrizes para a revitalização do 4º Distrito da Capital. Apresentado pelo Núcleo de Tecnologia Urbana da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NTU-Ufrgs), o chamado Masterplan do 4º Distrito propõe um novo regime urbanístico para a região de 594 hectares, que envolve os bairros Floresta, Navegantes, Farrapos, São Geraldo e Humaitá. Ao fim do processo, a ideia é que a área atraia investidores e se transforme em um polo de inovação e produção de conhecimento, além de um exemplo em termos de desenvolvimento social e urbano.
"Nosso governo se encerra em 10 dias, mas esse é um legado que fica. O futuro da cidade passa por essa revitalização", disse o prefeito José Fortunati, durante a cerimônia de apresentação.
Como pontos a favor da iniciativa, ele enumerou a proximidade do Centro da Capital e a facilidade de acesso para quem mora na Região Metropolitana. Além disso, o terreno é plano, o que facilita empreendimentos imobiliários.
Para avançar, o processo deve adotar estratégias de âmbito regional e municipal. Para aproximar o 4º Distrito da Região Metropolitana, é sugerida a valorização de núcleos de saúde, tecnologia da informação, economia criativa e Ensino Superior. Já as iniciativas da esfera municipal devem focar em moradia e serviços, além da ampliação de opções em cultura e lazer, como forma de tornar a área mais convidativa.
De acordo com o estudo da universidade, há uma média de 60 habitantes por hectare na região, enquanto o Plano Diretor da Capital dá margem para até 300 moradores por hectare. "É um grande desperdício de estruturas de água, luz e esgoto que já estão projetadas para aquela região, e que poderiam ser aproveitadas de forma muito mais adequada", diz Benamy Turkienicz, coordenador do NTU-Ufrgs.
Uma das questões levadas em conta na elaboração do plano envolve o aumento na quantidade de parques e equipamentos públicos, fundamentais para tornar a área mais atraente para novos moradores. No momento, o 4º Distrito tem apenas 1,4 hectare de área verde - o objetivo é, em 30 anos, multiplicar em oito vezes essa área, chegando a 24,9 hectares. Outras iniciativas preveem a construção de um terminal hidroviário, além de soluções paisagísticas que diminuam o acúmulo de água das chuvas, uma das principais queixas dos atuais moradores.

Parceria com universidades pode gerar centros de inovação

A estratégia proposta envolve uma atenção especial nas chamadas quadras rápidas. Essas áreas, geralmente de caráter mais industrial, têm pequeno número de proprietários e, portanto, são de negociação mais fácil em caso de desapropriação. Nelas, o projeto localiza um potencial de construção de quase 7 mil metros quadrados, com a capacidade de agregar valor comercial de até R$ 7 bilhões.
Como forma de potencializar a região, seriam desenvolvidos clusters, nos quais atividades de natureza semelhante se desenvolveriam simultaneamente. Um desses núcleos, destinado à saúde, ficaria próximo às alças de acesso na Dona Teodora, que devem fazer ligação com a nova ponte do Guaíba. Ali, a proposta prevê um centro clínico e a construção de um hospital. Próximo à estação Farrapos do Trensurb, a ideia é construir um eixo cultural, incluindo um espaço chamado Praça das Artes, que abrigaria galerias de arte, brechós e oficinas. Na extensão da rua Santos Dumont, a Ufrgs propõe um enfoque na tecnologia de informação, enquanto a área no entorno da avenida São Pedro seria um polo de gastronomia, mobiliário e design.
Outro enfoque é na produção de conhecimento, com a possibilidade de centros de inovação e até do deslocamento de alguns campi para a região. "A Ufrgs tem interesse no 4º Distrito", garante Turkienicz, que prevê a mudança futura do núcleo de Informática da universidade para a área.
Por outro lado, todos os envolvidos garantem que as iniciativas não vão resultar em gentrificação do 4º Distrito. Uma das iniciativas descritas no plano envolve a construção de moradias sociais na Vila Santa Terezinha, onde poderiam ser exercidas atividades comerciais ligadas ao artesanato, por exemplo.
O prefeito José Fortunati diz que iniciativas do tipo podem até duplicar a população de baixa renda, incluindo essas pessoas na dinâmica econômica da região. "Todo o esforço da prefeitura é consolidar as moradias populares, de modo que essa população não tenha seus direitos atingidos, mas sim preservados e ampliados durante a revitalização", acentuou.