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Varejo

- Publicada em 23 de Dezembro de 2016 às 17:26

Vendas de fogos de artifício apresentam recuo em Porto Alegre

Volume de produtos comercializados diminuiu 20% em 2015 em relação ao ano anterior

Volume de produtos comercializados diminuiu 20% em 2015 em relação ao ano anterior


FREDY VIEIRA/JC
Contando com um volume de vendas menor entre 30% e 40% em relação a 2015, o varejo especializado em fogos de artifício segue com expectativa baixa de comercialização do produto para as festas de fim de ano na Capital, e ainda corre o risco de ter as operações do município fechando as portas em 2017. Retraído desde 2015, o setor - que se divide em área de shows pirotécnicos e vendas de balcão - deverá passar por uma migração, caso o prefeito José Fortunati sancione o Projeto de Lei Municipal nº 054/13 que proíbe a comercialização, a utilização e o manuseio de fogos de artifício em Porto Alegre. A proposta (PLL 054/13), aprovada em novembro na Câmara de Vereadores, cancela todas as licenças concedidas a essas empresas e prevê o fim da concessão de alvará de localização e funcionamento e de autorização para o funcionamento de atividade econômica para estabelecimentos que comercializam ou fabricam fogos de artifício.
Contando com um volume de vendas menor entre 30% e 40% em relação a 2015, o varejo especializado em fogos de artifício segue com expectativa baixa de comercialização do produto para as festas de fim de ano na Capital, e ainda corre o risco de ter as operações do município fechando as portas em 2017. Retraído desde 2015, o setor - que se divide em área de shows pirotécnicos e vendas de balcão - deverá passar por uma migração, caso o prefeito José Fortunati sancione o Projeto de Lei Municipal nº 054/13 que proíbe a comercialização, a utilização e o manuseio de fogos de artifício em Porto Alegre. A proposta (PLL 054/13), aprovada em novembro na Câmara de Vereadores, cancela todas as licenças concedidas a essas empresas e prevê o fim da concessão de alvará de localização e funcionamento e de autorização para o funcionamento de atividade econômica para estabelecimentos que comercializam ou fabricam fogos de artifício.
"Se a lei for sancionada, teremos que fechar a unidade de Porto Alegre e abrir em outra cidade da Região Metropolitana", comenta o gerente da matriz (em Gravataí) da empresa Fogos Gaúcho, Cristian Zanzi. "Estamos vivendo uma incógnita, agora na dependência da decisão do prefeito. Mas nossa expectativa é que ele vete este projeto de lei e que o mesmo siga para o plenário da Câmara", afirma o diretor da Associação Gaúcha de Fogos de Artifício (Agafa) e proprietário do Bazar Bahia, Sergio Diehl. "Caso contrário, teremos que fechar as lojas", completa. Para piorar, a expectativa é de que não ocorra crescimento em vendas dos produtos nos próximos dias, completa Diehl. "Se comercializarmos o mesmo volume de 2015 - que foi menor em 20% se comparado a 2014 - iremos ficar muito satisfeitos", opina o lojista.
Conforme o dirigente da Agafa, em vista de muitas cidades gaúchas (a exemplo de Porto Alegre) estarem cancelando o evento de Réveillon, a área de shows pirotécnicos realizados para órgãos públicos está em queda e o volume de venda deste ano "certamente" será inferior ao ano passado. "Neste mês, só tivemos uma melhora nas vendas de balcão face à vitória do Grêmio (Copa do Brasil), e isso deu um upgrade no final do ano. Mas foi esporádico", destaca Diehl. A esperança do setor é que as vendas ocorram em função de que o Réveillon acontece no sábado, sem possibilidade da maioria das pessoas fazerem feriadão. "Isso é um alento, porque pode ser que a saída de itens cresça durante esta semana." Diehl aponta a situação do funcionalismo público estadual, que vem recebendo salários parcelados há 10 meses consecutivos, que tem afetado muito o desempenho do varejo de fotos de artifício. "As empresas também reduziram pela metade os investimentos em eventos com shows deste segmento."
Na contramão, a loja Fogos Gaúcho tem tido um "bom movimento" desde o início deste mês, garante o gerente da matriz. "Achávamos que com a crise as vendas iriam ser fracas. Mas já atingimos nossa meta do ano", afirma Zanzi, calculando um crescimento em torno de 30% em relação a dezembro de 2015. "Durante o ano todo, entram de dois a três clientes por dia, mas nas últimas semanas o fluxo está em torno de 100 pessoas por dia", garante.

Funcionários precisam de treinamento para orientar consumidores na hora da compra

Autora do PLL 054/13, a vereadora Lourdes Sprenger (PMDB) justifica que a iniciativa da proposta é garantir os direitos e o bem-estar de pessoas hospitalizadas e animais silvestres e domésticos, que - devido aos estrondos que os fogos de artifício provocam - costumam sofrer durante as festas de fim de ano ou comemorações pós-jogos. "Além de ser muito prejudicial para os animais, que ficam alucinados com os fogos, também é enorme a lista de acidentes, de pessoas que ficam mutiladas devido ao mau uso destes artifícios." Lourdes lembra que existem outras alternativas para os produtos, como shows de luzes e laser, que "não geram danos nem são ensurdecedores." A vereadora aponta que devido, aos acidentes, os hospitais gastam em torno de US$ 5 mil para cada pessoa atingida por um dos equipamentos. "Muitos países já se modernizaram neste sentido. O ideal é que o mercado local siga o exemplo."
O gerente da matriz da empresa Fogos Gaúcho, Cristian Zanzi, garante que a equipe contratada para vender no fim de ano é treinada para orientar como manusear os produtos. "Esta é uma prática da empresa, sabemos envolve um pouco de risco", admite. Somando mais de 200 itens na loja, Zanzi afirma que também costuma prestar assessoria no caso de algum vendedor demostrar dúvidas em relação à utilização dos produtos. Segundo dados da Agafa, em todo o Estado existem mais de 2 mil pontos de venda de fogos de artifício, sendo que menos de 10 são credenciados. "Não vai adiantar proibir em Porto Alegre, pois a venda irá continuar de forma ilegal", avalia o diretor da entidade, Sergio Diehl.
Caso seja sancionada a lei, o ideal é que a fiscalização comece ainda em 2017, observa o chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), Gilberto Borsato da Rocha. "O processo envolverá o descredenciamento e troca de alvará concedido das empresas", detalha. Segundo Rocha, a Smic já atua nas ruas, mas em caso de lojas em geral a fiscalização ocorre quando há denúncia.