Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 08 de Dezembro de 2016 às 17:39

Abinee projeta queda de 11% no faturamento no ano

Nível de emprego foi impactado, com o fechamento de 14 mil vagas

Nível de emprego foi impactado, com o fechamento de 14 mil vagas


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A indústria eletroeletrônica vai encerrar este ano com retração real (descontada a inflação) no faturamento de 11% na comparação com 2015, para R$ 131,2 bilhões. A projeção foi feita nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Para a produção industrial, a entidade projeta queda de 10% na comparação com 2015, e os investimentos devem minguar 25%, caindo para R$ 3,2 bilhões. O setor foi impactado pela baixa no consumo da população e pela retração de compras da indústria.
A indústria eletroeletrônica vai encerrar este ano com retração real (descontada a inflação) no faturamento de 11% na comparação com 2015, para R$ 131,2 bilhões. A projeção foi feita nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Para a produção industrial, a entidade projeta queda de 10% na comparação com 2015, e os investimentos devem minguar 25%, caindo para R$ 3,2 bilhões. O setor foi impactado pela baixa no consumo da população e pela retração de compras da indústria.
"Como se vê, foi um ano de muita dificuldade. Nunca tinha visto uma queda nos investimentos tão grande", declarou Humberto Barbato, presidente da Abinee, acrescentando que "a recuperação do mercado pós-impeachement, como esperávamos, não ocorreu".
Para justificar os dados ruins, ele pontuou que, pelo lado de bens de consumo, a queda na renda da população, a alta no desemprego e o elevado endividamento são os fatores que inibiram a iniciativa de compra das pessoas físicas. Já pelo lado dos bens de capital, o problema foi a difícil situação enfrentada pelas indústrias, que trabalham com grande capacidade ociosa e não estão investindo na compra de equipamentos.
Barbato disse também que o processo de recuperação judicial da Oi e da espanhola Abengoa (do setor elétrico) "trazem preocupações gravíssimas ao setor".
Entre os oito subsegmentos que compõe a cadeia de eletroeletrônicos, sete terão retração. Informática é o que mais sofreu e deve encerrar 2016 com faturamento 23% menor que o obtido no ano passado. Já os equipamentos industriais e os de automação industrial, que representam os investimentos do setor produtivo, fecharão o ano com retração de 8% e 5%, respectivamente. Apenas o subsegmento de geração, transmissão e distribuição de energia terá tímida alta, de 3%.
As exportações também se retraíram e não foram capazes de reverter o cenário nacional, disse Barbato. As vendas para outros países fecharão o ano com recuo de 5%, caindo para
US$ 5,5 bilhões.
O nível de emprego da indústria eletroeletrônica foi diretamente impactado. Ao longo de 2016, foram cortadas 14 mil vagas, fechando o ano com 234 mil empregados ocupados. A título de comparação, em 2013, ano de bom desempenho do segmento, 308,6 mil pessoas trabalhavam na cadeia.
A indústria eletroeletrônica projeta para 2017 crescimento de 1% em termos nominais do setor em relação a 2016. Esta projeção, segundo a entidade, é compatível com a nova estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017.
As exportações e as importações devem permanecer estáveis no próximo ano, assim como o emprego. Ainda de acordo com a entidade, os investimentos da indústria eletroeletrônica devem voltar a apresentar ligeiro crescimento de 2% no ano que vem, atingindo R$ 2,5 bilhões. Barbato diz que o setor deve investir por causa da sua necessidade de renovar pelo menos o suficiente para continuar sobrevivendo.

IDI-RS recua e alcança novo recorde negativo, diz Fiergs

Pela segunda vez consecutiva, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) registra queda, retomando a tendência negativa após breve estabilidade nos quatro meses anteriores. Em outubro, o IDI-RS caiu 1% em relação a setembro, renovando pela terceira vez no ano o recorde negativo da série iniciada em janeiro de 2003.
Com exceção do emprego, que subiu 0,2%, todos os indicadores caíram ante o mês anterior, com ajuste sazonal. O faturamento real apresentou redução expressiva (-3,7%), assim como as compras industriais (-1,5%). Já as horas trabalhadas (-0,7%), a massa salarial real (-0,5%) e a utilização da capacidade instalada (-0,2 p.p.) tiveram quedas menos intensas. "A recessão no setor industrial segue forte. Influenciada, especialmente, pelos baixos níveis de investimentos e consumo e pelo pouco dinamismo das exportações", diz o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
Apesar do resultado ruim, alerta Müller, a nova queda da atividade industrial em outubro não elimina a expectativa de alguma reação nos próximos meses. Quando o IDI-RS é analisado em relação ao mesmo mês de 2015, o saldo também é decepcionante. O índice mostrou a 32ª contração consecutiva, de 7,3%, que alcança -6,7% em termos acumulados ante o período de janeiro a outubro de 2015. Todos os indicadores exibem quedas no ano: o faturamento real (-11,7%), as compras industriais (-7,5%), as horas trabalhadas (-5,9%) e a UCI (-0,4 p.p.), o emprego (-7,8%) e a massa salarial real (-9%).
De janeiro a outubro de 2016, o recuo da atividade atingiu 16 dos 17 segmentos industriais abrangidos pela pesquisa. Os destaques negativos foram as indústrias de máquinas e equipamentos (-11,9%), veículos automotores (-11,6%), produtos de metal (-10,5%), móveis (-14,4%), tabaco (-10,8%) e alimentos (-3,1%).