O presidente da Braskem, Fernando Musa, disse que a petroquímica está pronta para continuar no atual processo de internacionalização, durante painel em evento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), em São Paulo, sobre a globalização da indústria química. "A Braskem tem hoje 8 mil integrantes, sendo mais de 1.500 fora do Brasil, e clientes em mais de 70 países", relatou.
No painel, Musa abordou também os obstáculos que a empresa e outras indústrias enfrentam em âmbito interno. "Parte do desafio que a Braskem enfrenta é de competitividade e produtividade no Brasil", afirmou.
A empresa, especificamente, é bastante afetada por questões como custo de matéria-prima e de energia, infraestrutura logística e produtividade, disse. Mas o executivo também citou outras barreiras que prejudicam todas as empresas, tais como custo de capital, carga tributária, burocracia, incertezas regulatórias e do ambiente macroeconômico.
Uma das ações da Braskem para minimizar os gargalos enfrentados é a busca por diversificação de matéria-prima e de fornecedores. "Como exemplo, estamos viabilizando a utilização de etano advindo dos Estados Unidos para a central petroquímica na Bahia e também para complementar o fornecimento à central no Rio de Janeiro. O investimento é de cerca de US$ 100 milhões. Dado que o etano tem um preço muito competitivo nos EUA, acaba compensando o custo adicional de logística", explicou.
Musa também disse que é importante fortalecer a cadeia, por meio do desenvolvimento de parcerias. Com exemplo, ele citou um projeto da Basf na Bahia em conjunto com a petroquímica, que é fornecedora de propeno. "Isso traz, sem dúvida, grande contribuição para a competitividade do setor como um todo e favorece a Braskem", disse.
No que se refere ao custo de capital, Musa relatou que a presença forte da empresa fora do Brasil permitiu acesso ao mercado de capitais no exterior. "Isso fez com que conseguíssemos sair da armadilha Selic mais prêmio", disse.