Depois de o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ter defendido a saída imediata do partido da base do governo José Ivo Sartori (PMDB) - por conta do pacote de 38 medidas apresentado nesta segunda-feira pelo Executivo que, entre outras coisas, prevê privatizações, extinção de fundações além da retirada de direitos dos servidores -, os pedetistas gaúchos devem se reunir no dia 5 de dezembro para tomar uma decisão.
De acordo com o presidente estadual da sigla, deputado federal Pompeo de Mattos, o pacote de medidas de austeridade não é o único fator que vai ser analisado no momento de decidir pelo rompimento ou não com o Palácio Piratini.
Também vai ser considerada a intenção dos pedetistas de lançar candidato próprio ao governo do Estado em 2018, "embora isso ainda não esteja decidido". O nome mais cotado é o do prefeito de Canoas, Jairo Jorge, que deixou o PT e vai ingressar no PDT.
"Claro que o pacote pesa, mas não é a única questão. De qualquer forma, vamos fazer o debate com a bancada e o próprio Lupi, no começo de dezembro", informou Pompeo. Ele ponderou ainda que "o fato de estarmos no governo não quer dizer que vamos dizer sim a tudo; e, se estivermos fora, não quer dizer que vamos dizer não a tudo".
O líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Loureiro, foi cauteloso e disse que ainda é precipitado afirmar qualquer coisa sobre a permanência ou saída da base aliada de Sartori. Entretanto, reconheceu que o pacote pode contribuir para um eventual afastamento dos pedetistas.
"Vamos reunir a bancada para analisar criteriosamente o pacote. Mas é claro que, se tivermos mais divergências que convergências em relação aos projetos do governo, isso vai nos deixar em uma posição desconfortável", analisou Loureiro.
A eventual saída do PDT do governo pode dificultar ainda mais a aprovação de algumas propostas do pacote de austeridade, visto que a bancada pedetista conta com sete parlamentares.
O líder do governo no Legislativo, Gabriel Souza (PMDB), reconhece a dificuldade. Entretanto, crê que "uma coisa é o projeto de poder dos partidos, outra "é a situação de calamidade financeira do Estado".
"Por isso, acredito que eles (do PDT) vão compreender a importância das medidas do governo para superar a crise", projetou Souza.