Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Participação

- Publicada em 07 de Novembro de 2016 às 22:58

'Prefeitura não fará todas as obras do OP'

Prefeito eleito citou dificuldades financeiras do município para justificar sua posição

Prefeito eleito citou dificuldades financeiras do município para justificar sua posição


Eduardo Beleske/DIVULGAÇÃO/JC
O prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), admitiu ontem à noite, na abertura da série de assembleias do Orçamento Participativo (OP) deste ano, na Casa do Gaúcho, que a prefeitura não terá capacidade de executar algumas obras definidas pela população.
O prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), admitiu ontem à noite, na abertura da série de assembleias do Orçamento Participativo (OP) deste ano, na Casa do Gaúcho, que a prefeitura não terá capacidade de executar algumas obras definidas pela população.
"É angustiante ver o volume de demandas não atendidas", afirmou Marchezan, dizendo que compartilha do sentimento da população e do atual prefeito, José Fortunati (PDT), de frustração por obras e serviços que não são atendidos.
Para o atual ciclo do OP, estão reservados R$ 360 milhões, sendo R$ 50 milhões em novas demandas. Os recursos são do financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF), obtido pela prefeitura para as obras de revitalização da orla do Guaíba e que também serão direcionados para as demandas escolhidas nas assembleias.
Pedindo ajuda da comunidade para pensar como tratar da questão, Marchezan sugere que se olhe "para o futuro" e, em relação a demandas não atendidas no passado, "estabelecer um marco do que vai ser feito o que não vai ser feito".
O prefeito eleito ainda vai buscar detalhes da situação financeira do município durante a transição, mas adiantou que a crise econômica deve dificultar a realização das obras do OP.
"Eu não sei como podemos fazer isso, mas nossas consciências ficariam mais tranquilas se nós olhássemos de uma forma transparente e objetiva para entender, até onde eu aprendi nesse período, que tecnicamente algumas (demandas) não são viáveis. E outras não são viáveis financeiramente", completou.
Em resposta ao prefeito eleito e encerrando a plenária, Fortunati atribuiu a dificuldade no atendimento das demandas à crise financeira nacional, que segundo ele repercute no Estado e no município. "Temos plena consciência das dificuldades que o País atravessa. Não seria correto se o gestor público viesse dialogar com os participantes do OP escondendo a verdade." Usando como exemplo a área da saúde, o atual prefeito informou que neste ano o governo federal deixou de repassar para a prefeitura de Porto Alegre R$ 65 milhões, que seriam destinados para atender quem não mora na Capital.
"A retomada da economia vai demorar para acontecer. O Orçamento Participativo precisa ter consciência de que as demandas existem, mas naturalmente o atendimento dessas demandas não se dará na velocidade desejada, não por culpa do prefeito, atual ou futuro, mas pela situação que nós estamos vivendo", completou Fortunati.
A discussão das prioridades de investimento com o orçamento do município de Porto Alegre para o ano de 2018 começou ontem com a temática Educação, Esporte e Lazer. Ao todo 272 pessoas se cadastraram para votar nas prioridades para estas áreas.
Ainda na abertura dos trabalhos, Fortunati destacou que a manutenção do Orçamento Participativo pela futura gestão foi um tema secundário na campanha eleitoral deste ano, não por não ser importante, mas porque hoje todos assumem "que o OP é um grande instrumento de participação da população na gestão da cidade".

Líderes comunitários cobram compromisso do tucano

Na abertura da discussão do Orçamento Participativo (OP) de Porto Alegre, com a primeira assembleia temática realizada ontem na Casa do Gaúcho, as falas da comunidade foram destinadas ao prefeito eleito Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
Laura Machado, conselheira do OP, cobrou a manutenção do atual formato, que permite integração entre a comunidade e o poder público através das assembleias e no trabalho realizado durante o ano. Ela diz esperar que o futuro governo compreenda "a importância do processo e o quanto tem nos dado protagonismo".
A conselheira fez ainda uma provocação a Macrehzan que, segunda ela, não participa nem conhece as comunidades de Porto Alegre. Ainda assim, se colocou à disposição do prefeito: "a democracia participativa é maior que qualquer governo. Vamos caminhar lado a lado".
A também conselheira Nulimar Almeita usou a palavra para cobrar de Marchezan que mude o discurso adotado na campanha, de que irá abrir vagas para crianças de zero a três anos na educação infantil. "Nós precisamos construir esses espaços", pediu.