As cinzas de Fidel Castro começaram a ser transportadas na manhã de ontem em uma peregrinação de 900 quilômetros até Santiago de Cuba, onde serão enterradas no domingo. A urna de madeira com os restos mortais do líder comunista foi retirada da sede do Ministério da Defesa, em Havana, por volta das 7h (10h no horário de Brasília) e exposta na traseira de um veículo militar.
Milhares de cubanos acompanhavam a peregrinação, que reproduzirá o trajeto inverso percorrido por Fidel e seus guerrilheiros na revolução que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, em 1959. "Nós amamos o comandante, e acredito ser nossa obrigação estar aqui para ver sua partida", afirmou Mercedes Antunez, que acompanhava o cortejo.
A jornada com as cinzas de Fidel, morto na sexta-feira, aos 90 anos, teve início após dois dias de homenagens póstumas na Praça da Revolução, em Havana, que atraíram milhares de cubanos. Na noite de terça-feira, um comício realizado no local contou com a participação de alguns chefes de Estado estrangeiros e diplomatas. O governo brasileiro foi representado pelo chanceler José Serra e pelo novo ministro da Cultura, Roberto Freire.
Também participaram da cerimônia líderes bolivarianos, como o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que troca farpas com Serra. Com o apoio do Brasil, a Venezuela, principal aliado internacional de Cuba, deve ser suspensa do Mercosul hoje.