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Geral

- Publicada em 11 de Novembro de 2016 às 14:02

Ação de BM contra bloqueios de ruas deixa dois feridos em Porto Alegre

BM utilizou bombas de gás lacrimogêneo em ação contra manifestantes

BM utilizou bombas de gás lacrimogêneo em ação contra manifestantes


MARCELO G. RIBEIRO/JC
O saldo da manhã desta sexta-feira (11) de protestos contra a PEC dos gastos do governo federal em todo o País foi de dois feridos durante ações da Brigada Militar (BM) para desobstruir ruas e avenidas na zona central de Porto Alegre. Os pontos mais tensos foram registrados no entorno do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde centenas de manifestantes entre estudantes, servidores e professores federais e estaduais fizeram bloqueios de vias, impedindo o trânsito e provocando engarrafamentos. 
O saldo da manhã desta sexta-feira (11) de protestos contra a PEC dos gastos do governo federal em todo o País foi de dois feridos durante ações da Brigada Militar (BM) para desobstruir ruas e avenidas na zona central de Porto Alegre. Os pontos mais tensos foram registrados no entorno do campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde centenas de manifestantes entre estudantes, servidores e professores federais e estaduais fizeram bloqueios de vias, impedindo o trânsito e provocando engarrafamentos. 
Diversos bloqueios do trânsito também foram registrados desde bem cedo na Capital, como a avenida Ipiranga, no cruzamento com a avenida Silva Só, próximo à Pucrs e na avenida Bento Gonçalves, no campus do Vale da Ufrgs. O Batalhão de Operações Especiais (BOE) da BM agiu também na Ipiranga, tanto na Silva Só como na Pucrs para liberar o tráfego. Na madrugada, houve tentativa de impedir a saída de ônibus das empresas Carris e Nortran.
Os protestos envolvem, além de estudantes de universidades, que fazem ocupações de unidades, e escolas do Ensino Médio, outras categorias, como rodoviários, servidores federais. Professores do ensino privado também fazem paralisações. Algumas escolas não tiveram aulas na Capital e em cidades do interior como Rio Grande, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Uruguaiana e Lajeado.

Tensão e quase confronto entre manifestantes e BM  

Balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio, lançadas para debelar quatro bloqueios feitos por manifestantes no entorno do campus central da Ufrgs, acabaram gerando ferimentos em duas pessoas. No começo da manhã, o cinegrafista da Band TV Jorge Garcia Alves Júnior foi atingido por prováveis estilhaços de uma bomba, que machucaram a região do rosto, abaixo do olho direito. Segundo colegas da TV, Jorge Júnior, como é conhecido, passa bem. O capitão do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Fernando Meirelles, que comandou a ação no entorno da Ufrgs, disse que tinha recebido informação de que algo teria ocorrido com um cinegrafista, mas admitiu não ter detalhes. 
A outra vítima foi a servidora da Ufrgs Érica Nunes da Silva, que foi alvejada por uma bala de borracha, que provocou ferimento na coxa esquerda. Ela também teve arranhões no braço esquerdo e próximo à testa. "A BM lançou bombas de gás na nossa direção, e fui atingida com estilhaços no braço e rosto e a bala na perna", descreveu, mostrando a área lesada com sangue e inchaço. O incidente ocorreu na quarta ação da manhã, quando a BM conseguiu liberar a pista.
"Ofertamos uma faixa para protestar, eles não aceitaram, então não ficam em nenhuma. Vamos permanecer enquanto eles estiverem incomodando o resto da cidade", alegou Meirelles. Pelo menos 70 homens da BM, incluindo o BOE, atuaram na região. "A ação foi moderada e necessária para desobstruir a via", afirmou o capitão. Sobre a definição de ação moderada, Meirelles descreveu como "dispersão com uso de materiais de menor potencial ofensivo, como bombas para obter resultados sem lesões ou com mínimo de lesões".
Cada vez que a BM conseguia liberar uma via, os grupos se transferiam a outro ponto no entorno da universidade e voltavam a bloquear, em atos contra a PEC. Esse fluxo ocorreu ao menos três vezes. "Estamos contando os minutos até a repressão, chegar. Estamos fazendo protesto onde é possível", disse a professora estadual Neiva Lazzarotto. A cada troca de local e expectativa de nova investida da BM, os estudantes gritavam palavras de ordem: "recua, polícia, recua, é o poder popular que está na rua" ou "tortura, assassinato, não acabou 64".
O confronto na rua Luiz Englert, próximo ao Salão de Atos da Ufrgs, foi o mais tenso, com o uso de bombas de gás e a resposta de alguns manifestantes, que lançaram pedras e pedaços de galho de árvore. Uma das bombas caiu em meio a um grupo que corria para dentro do campus. Muitos estudantes ostentavam olhos lacrimejantes devido ao efeito do gás. No último bloqueio, motoristas que estavam no brete do protesto aceleraram os carros e saíram. Um único agente da EPTC que tentava coordenar o fluxo quase foi atropelado.
Professores do ensino privado fazem protestos
O Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS) avaliou, no fim da manhã, que a adesão da categoria foi mais forte em pontos do Interior. Na Capital, houve reuniões na sede do sindicato e escolas pararam completamente, como Colégio Anchieta, Monteiro Lobato, Projeto, João XXII, Santo Inácio e Bom Conselho. A Pucrs tem ocupação de alunos da Comunicação Social e há expectativa de que professores parem para participar do ato do fim da tarde em porto Alegre. Os alunos da Famecos e do prédio 5, da Humanidades (com cursos de História, Ciências Sociais, Filosofia, entre outros) fizeram bloqueio da a venida Ipiranga, em frente ao pórtico da Pucrs.   
A cidade de Rio Grande teve paralisação de toda rede estadual e municipal e de 17 instituições privadas. Em Uruguaiana, as quatro escolas privadas pararam. Universidades pararam em Pelotas (UCPel), em Santa Cruz do Sul (Unisc), e Passo Fundo (UPF), onde ato na Praça Tochetto e caminhada com centenas de participantes de diversas categorias. "Há mais de 20 anos não via mobilização forte como essa", disse o diretor do Sinpro-RS, Marcos Fuhr, indicando que mais atos devem ser feitos nos próximo dias em função da tramitação das emendas limitando gastos e Medida Provisória (MP) de reforma do Ensino Médio.
Os protestos ocorrem contra a Proposta de Emenda Complementar (PEC) 55, que congela por 20 anos os investimentos em serviços públicos, contra a reforma da previdência, contra o Projeto de Lei do Senado 30, que regulamenta os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles recorrentes e contra o Projeto de Lei 181/2015, que modifica a Lei nº 5.172 para dispor sobre exceção de créditos da dívida ativa consolidada a instituições financeiras.
Às 18h de hoje está marcado o 2° Grande Ato Contra a PEC 241/55, que será realizado na Esquina Democrática, na avenida Borges de Medeiros, no Centro da Capital, devendo reunir manifestantes de diversos pontos da cidade.
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