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Infraestrutura

- Publicada em 14 de Novembro de 2016 às 18:20

Modernização de Candiota 3 custará R$ 200 milhões

Usina, que contou com parceria de chineses, iniciou operação comercial em 2011

Usina, que contou com parceria de chineses, iniciou operação comercial em 2011


DIVULGAÇÃO/JC
A usina Candiota 3, localizada no município de mesmo nome da Metade Sul gaúcha, passará por um processo de modernização que iniciará e terminará em 2017. O investimento na ação será da ordem de R$ 200 milhões, sendo uma parte com recursos provenientes da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e outra por meio de financiamento (a empresa não detalhou em quais instituições financeiras irá procurar apoio).
A usina Candiota 3, localizada no município de mesmo nome da Metade Sul gaúcha, passará por um processo de modernização que iniciará e terminará em 2017. O investimento na ação será da ordem de R$ 200 milhões, sendo uma parte com recursos provenientes da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e outra por meio de financiamento (a empresa não detalhou em quais instituições financeiras irá procurar apoio).
De acordo com a assessoria de imprensa da estatal federal controlada pela Eletrobras, trata-se de "uma revisão especial de manutenção que visa melhorar o desempenho operacional da unidade". A potência da usina (que tem uma capacidade instalada de 350 MW - um pouco menos do que 10% da demanda média de energia elétrica do Rio Grande do Sul) não será alterada após o final dos trabalhos. A atividade deverá gerar aproximadamente 350 empregos terceirizados.
A companhia adianta que, durante o procedimento, em alguns períodos serão necessárias interrupções da operação da termelétrica. Entretanto, o contrato de compra de carvão seguirá seu trâmite normal, sendo que a cota anual será totalmente utilizada. A CGTEE acrescenta que os acordos de fornecimento de energia serão honrados conforme as regras do mercado (a empresa não especificou de que forma faria isso, mas uma possibilidade seria a compra e o repasse da geração de outros complexos).
Para concretizar o planejamento, a estatal teve que solicitar a permissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No documento que consta o voto sobre a matéria, que teve como relator o diretor Tiago de Barros Correia, o órgão regulador informa que "a CGTEE admite ter havido problemas de projeto de engenharia e de qualidade de componentes integrantes de determinados sistemas e equipamentos, que acarretaram nestes primeiros anos de operação, índices de indisponibilidades (tempo que a estrutura fica fora de operação) muito superiores aos esperados para uma usina em sua fase inicial". A estatal relata ainda que o desempenho operacional de Candiota 3 acabou ocasionando ressarcimentos devidos à geração inferior aos despachos exigidos pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) Elétrico.
Entre as melhorias propostas pela companhia estão a implantação de um sistema de beneficiamento a seco do carvão, o desenvolvimento de estudo de engenharia pela empresa chinesa Citic (fornecedora das caldeiras) para instalação de caldeira e correspondente sistema de tratamento de gases de combustão e a aquisição de completo conjunto de peças de reserva. Segundo o pedido encaminhado à Aneel, a CGTEE indicou que as obras de modernização devem implicar oito meses de geração nula por parte da usina.

Condição de oferta de energia é propícia para interrupção do empreendimento

A redução do consumo de energia, devido principalmente à crise econômica, cria um ambiente menos arriscado para a paralisação da termelétrica Candiota 3. O presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, frisa que o momento é favorável, pois o País verifica sobra de geração em relação à demanda.
Questionado se o fato da necessidade de um aprimoramento tão cedo (a usina começou a operar em 2011) demonstra equívocos no projeto original da planta, o dirigente comenta que não possui dados suficientes para fazer tal afirmação. "Porém, houve problemas que precisam ser corrigidos", diz Zancan. Uma das dificuldades enfrentadas seriam as caldeiras utilizadas, que não estariam trabalhando adequadamente por causa da abrasividade do carvão gaúcho.
Outra pessoa que acompanha a situação da termelétrica, mas que prefere manter-se anônima, acredita que existiu um desleixo quando da implantação da unidade. O erro mais grave foi não ter sido feita uma melhor fiscalização quanto aos equipamentos utilizados na construção da usina. A fonte aponta também que a estrutura "inchada e de estatal" dificultou a adoção de uma gestão mais profissional.
Quando estava inaugurando Candiota 3, a CGTEE destacava que se tratava, na ocasião, da maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na região Sul, avaliada em R$ 1,3 bilhão. Além disso, ressaltava que a termelétrica era um dos projetos integrantes do acordo internacional firmado entre a China e o Brasil, cujo objetivo era o fortalecimento da cooperação na área de implementação de infraestrutura.
O Citic International Contracting, empresa integrante do conglomerado chinês Citic Group, foi a responsável pelo projeto da térmica, suprimento de equipamentos e componentes, construção integral da obra e entrega em condições de operação comercial. A maior parte do valor investido no empreendimento veio de financiamento tomado pela Eletrobras com os bancos China Development Bank (CDB) e BNP Paribas. Os contratos de financiamento para o desenvolvimento da usina foram assinados em 2007 e totalizaram US$ 430 milhões.