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Política

- Publicada em 30 de Outubro de 2016 às 22:09

Apuração da eleição no Rio Grande do Sul foi feita em tempo recorde

Lívia Araújo
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), Liselena Schifino Ribeiro, comemorou a apuração mais rápida da história neste segundo turno das eleições. Antes das 19h já era possível saber matematicamente os prefeitos eleitos nas quatro cidades com 2º turno no Estado. "Tudo foi muito tranquilo", avaliou Liselena.
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), Liselena Schifino Ribeiro, comemorou a apuração mais rápida da história neste segundo turno das eleições. Antes das 19h já era possível saber matematicamente os prefeitos eleitos nas quatro cidades com 2º turno no Estado. "Tudo foi muito tranquilo", avaliou Liselena.
Em Canoas, o resultado saiu antes das 18h, em menos de uma hora. Às 20h, os resultados já estavam totalizados nos quatro municípios gaúchos com segundo turno, e os novos prefeitos, definidos. A velocidade da apuração ajudou a definir cedo os vencedores em 57 municípios brasileiros.
O feito não teria sido alcançado sem a votação eletrônica, que completa 20 anos no Brasil neste pleito. O uso da tecnologia substituiu o voto em papel a partir de 1996. Na época, apenas 1/3 dos municípios brasileiros adotou o sistema, que era restrito às capitais e aos municípios com mais de 200 mil eleitores.
Porto Alegre estava nesse grupo e elegeu, na época, o petista Raul Pont, no segundo turno, já com o uso do novo sistema. Além da Capital, apenas Caxias do Sul e Pelotas cumpriam os requisitos para receber as urnas eletrônicas.
De acordo com o assessor de planejamento do TRE-RS, Jorge Freire, que participou do grupo que estabeleceu os parâmetros para o uso da urna eletrônica ainda em 1995, as duas grandes incógnitas das eleições eram se os eleitores saberiam votar e se conseguiriam interagir com uma interface eletrônica na hora do voto. "Antes, o eleitor escrevia o nome do candidato, não o número. Foi uma mudança de paradigma na época, pois ele teria de aprender a guardar o número." Segundo Freire, não havia parâmetro anterior de uso de urnas eletrônicas, pois o Brasil foi o primeiro país do mundo a adotar esse tipo de votação.
A tentativa foi bem-sucedida. Com uma intensa campanha de divulgação sobre o novo sistema, o resultado foi a diminuição de votos nulos ocasionados por erro do eleitor, que também ficou impossibilitado de escrever outro nome na cédula: em 1959, o rinoceronte Cacareco (que morava no jardim zoológico do Rio de Janeiro) recebeu 100 mil votos na eleição para vereador em São Paulo, mostrando a indignação da população.
"Outro receio da Justiça Eleitoral era que, se os votos nulos ocasionados por erro fossem grandes, isso comprometeria a credibilidade do voto eletrônico", externou Freire. Apesar da adesão do eleitor, o primeiro turno de 1996 teve uma marca alta de urnas quebradas. Cerca de 7% dos equipamentos apresentaram defeito. "Esperávamos 1,5% no máximo, mas as máquinas estavam calibradas para travar diante de qualquer movimento brusco. Não percebemos que, pela falta de familiaridade, muitas pessoas pressionavam a urna com força, e isso travava o equipamento", disse. Para o segundo turno, houve um ajuste, e aí só 0,7% das urnas quebraram.
Freire também conta que o pioneirismo da votação eletrônica levou o Brasil a apresentar sua expertise em países como Argentina, Equador e República Dominicana. "Muitos criticam que o modelo brasileiro não é replicado em outros países, mas, além de não vendermos, o sistema eleitoral brasileiro é muito mais complexo que no exterior, onde existe o voto em lista. Passamos esse know how para esses países, que podem ter uma solução bem mais simples", conclui.
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