Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Eleições 2016

- Publicada em 30 de Outubro de 2016 às 14:48

Marchezan reclama de ataques pessoais após votar

Marchezan foi recebido com aplausos por eleitores e votou com o filho e uma sobrinha

Marchezan foi recebido com aplausos por eleitores e votou com o filho e uma sobrinha


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Apesar de antecipar que irá manter um diálogo um aberto após as eleições, independentemente se seja eleito ou não prefeito de Porto Alegre, o candidato Nelson Marchezan Júnior (PSDB) lamenta as críticas dirigidas, durante a campanha, a sua pessoa e não a propostas políticas. O tucano aponta esse tipo de prática, aliada às notícias negativas nos panoramas municipal, estadual e federal, a insatisfação popular com a política.
Apesar de antecipar que irá manter um diálogo um aberto após as eleições, independentemente se seja eleito ou não prefeito de Porto Alegre, o candidato Nelson Marchezan Júnior (PSDB) lamenta as críticas dirigidas, durante a campanha, a sua pessoa e não a propostas políticas. O tucano aponta esse tipo de prática, aliada às notícias negativas nos panoramas municipal, estadual e federal, a insatisfação popular com a política.
Marchezan começou a manhã do domingo (30) de eleição dando entrevistas às emissoras de rádio da Capital. Vestindo camisa e tênis cinzas e uma calça jeans, o candidato votou próximo ao meio-dia, na Escola Duque de Caxias, na Rua General Caldwell, 1175. Foi recebido com aplausos por quem o estava esperando no colégio (curiosos, eleitores e correligionários) e com palavras como “eu acredito” e “prefeito”.
Esse tipo de “voto de confiança” é enaltecido por Marchezan, que afirma que percebeu um volume gigantesco de pessoas que querem a mudança, algo que não seja governo ou uma alternativa já testada. Para o tucano, o público está mais pragmático.
Segundo Marchezan, a questão de ideologia, com classificações como esquerda e direita, não é mais determinante, mas sim usada como estratégia de marketing e, ilustrando, lembra que apoia os governos de José Ivo Sartori e de Michel Temer. Além disso, ressalta que tanto as candidaturas de Fábio Ostermann (PSL) como de Luciana Genro (PSOL), projetos que são vistos como antagônicos, defenderam a diminuição da máquina pública.
Sobre a redução de secretarias no seu eventual governo, Marchezan diz que a ideia é avaliar quantas pastas e cargos em comissão são realmente necessários para fazer os cortes. No entanto, não há ainda um número estipulado quanto ao enxugamento. O político destaca que são 37 estruturas com status de secretarias em Porto Alegre. “Se fosse feita uma reunião de 20 minutos com cada secretaria, sem o prefeito ir ao banheiro, levaria 12 horas”, critica.
Indagado sobre qual era a perspectiva quanto ao comportamento dos eleitores de Luciana Genro e Raul Pont (PT) nessa fase final das eleições, Marchezan argumenta que 75% dos votos válidos no primeiro turno demonstraram que a tendência é de mudança. “E, nessa campanha, quem está representando a mudança, nesse segundo turno, somos nós”, sustenta. Marchezan adianta que, após o resultado da eleição, caso vença, manterá conversas com todos que tiveram representatividade nas urnas e observará quais partidos e vereadores desejam apoiar o projeto da sua candidatura, não excluindo o PMBD. Caso Sebastião Melo (PMDB) seja o prefeito, Marchezan afirma que irá apoiar o governo do peemedebista, mas não necessariamente compor esse governo. Apesar desse posicionamento, uma das queixas de Marchezan foi quanto ao uso, pelo oponente, de edições de vídeos do tucano, que perverteram seu discurso.
Marchezan também falou sobre a ligação com o Movimento Brasil Livre (MBL), confirmando que o grupo o apoia, assim como o PTB, ONGs e outras instituições. O candidato recorda que o MBL esteve com ele durante o impeachment de Dilma Rousseff e a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB). Outra questão apresentada a Marchezan é se poderia haver aumento de impostos em seu governo. O político respondeu que esse tópico não havia sido pensado ainda, entretanto uma estratégia para aumentar a arrecadação será regularizar áreas irregulares e cobrar recursos atrasados. Sobre os aplicativos de transporte, como o Uber, Marchezan afirma que o papel da prefeitura é desburocratizar e o da EPTC não é caçar quem está trabalhando.
O candidato a vice-prefeito Gustavo Paim (PP), que acompanhou o voto do tucano, também frisa a necessidade de cuidados quanto à segurança pública, recordando que ele próprio já foi rendido por assaltantes em um supermercado. O político comenta que é preciso olhar o cenário em longo prazo, pensando em pontos como inclusão social e educação. Porém, não se pode descuidar do curto prazo e, nesse sentido, Paim defende medidas como o uso da tecnologia de monitoramento.

Candidatos trocam rápido cumprimento e mantêm acusações

Marchezan foi recebido com aplausos por eleitores e correligionários e depois foi à seção

Marchezan foi recebido com aplausos por eleitores e correligionários e depois foi à seção


JC
Depois da acirrada disputa eleitoral e de troca de farpas, um momento que chamou a atenção ontem foi o encontro de Nelson Marchezan Júnior e Sebastião Melo. O primeiro acabara de dar uma entrevista na Rádio Pampa, enquanto o outro aguardava a sua vez. Ao se cruzarem, a única saudação foi um gélido e ligeiro “bom dia”.
A frieza deve-se, principalmente, às acusações feitas previamente por ambos. Sobre críticas que a sua campanha foi a que teve as maiores contribuições, Marchezan Jr. retrucou que também foi a que mais declarou. “É importante fazer as análises das receitas e das despesas e a comparação, não somente com os candidatos de Porto Alegre, para ver se é coerente o que se apresenta na prestação de contas do primeiro turno e do segundo”, sugere.
Melo, por sua vez, citou o tucano como candidato dos poderosos e disparou: “quem inventou um atentado para tirar proveito eleitoral, pode inventar qualquer coisa”, fazendo referência à propagação da informação que os vidros do comitê de Marchezan teriam sido quebrados por tiros. O coordenador da campanha do tucano, Kevin Krieger, considera essa uma declaração infeliz e frisa que a Brigada Militar e a Polícia Civil, na mesma noite do suposto atentado, indicaram que havia sido tiros.
Também foi motivo de polêmica a morte do coordenador do programa de governo de Sebastião Melo, Plínio Zalewski. Marchezan considera que a morte de Zalewski deveria marcar um momento para amenizar os ânimos e Melo fez o contrário. “A campanha teve muitos fatos tristes no segundo turno e alguns foram utilizados do ponto de vista eleitoreiro, nós não fizemos isso”, diz o tucano.
Contudo, ontem, ao ser entrevistado, o candidato fez menção à estranheza a respeito do incêndio na sede do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). Na ocasião, foi levantada a possibilidade do incêndio ter sido criminoso e motivado para inutilizar documentos que serviriam para investigar possíveis fraudes nos contratos de limpeza de bueiros firmados pelo DEP.
A candidata a vice-prefeita na chapa de Sebastião Melo, Juliana Brizola (PDT), considera as críticas feitas na campanha como normais e reforça que em um segundo turno, em Porto Alegre, ocorre uma “grenalização”. Já o ex-candidato à prefeitura de Porto Alegre Maurício Dziedricki (PTB), que apoiou Marchezan no segundo turno, afirma que é preciso renovar conceitos e princípios. Questionado sobre como serão as negociações de cargos para nomes indicados pelo PTB em um eventual governo de Marchezan, Dziedricki enfatizou que essa não era a prioridade e que nada havia sido discutido, até o momento. “Cara, vocês se preocupam tanto com cargos e o nosso principal problema são os desafios de Porto Alegre, então estou convicto que a sociedade e a política tradicional vão ter que aprender a lidar com essa nova geração de políticos. Nós não estamos pelo cargo, estamos pelo desafio”, comenta.
Sobre uma possível participação do PTB em um governo de Sebastião Melo, Dziedricki acredita que é preciso ter coerência e essa não seria a posição do partido. Para reforçar, o ex-candidato acrescenta o descontentamento com o governo Sartori. “Apesar das pressões que o governo do Estado faz para o PTB entrar em seu governo, nós rejeitamos, porque achamos que não é, não será e não terminará como um bom governo”, aponta.