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Geral

- Publicada em 24 de Outubro de 2016 às 18:29

Entidades discutem situação de imigrantes no Rio Grande do Sul

Reunião foi conduzida pelo procurador Luiz Alessandro Machado

Reunião foi conduzida pelo procurador Luiz Alessandro Machado


Marco Quintana/JC
Igor Natusch
A seccional gaúcha do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) promoveu ontem uma audiência para discutir problemas que atingem haitianos e senegaleses no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul. Participaram da reunião entidades do Judiciário, sindicatos e órgãos que atuam para combater a situação muitas vezes precária dos imigrantes no Estado. 
A seccional gaúcha do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) promoveu ontem uma audiência para discutir problemas que atingem haitianos e senegaleses no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul. Participaram da reunião entidades do Judiciário, sindicatos e órgãos que atuam para combater a situação muitas vezes precária dos imigrantes no Estado. 
Entre 2010 e 2014, 14 mil imigrantes oriundos dos dois países pediram asilo no Estado. A maior parte deles exerce atividades em frigoríficos, coleta de lixo e na construção civil. O trabalho informal também absorve muitas dessas pessoas, em especial como camelôs.
De acordo com diferentes órgãos, os imigrantes sofrem com salários baixos e excesso de horas extras, além de assédio moral, acidentes de trabalho, racismo e até agressões físicas. A barreira da língua também cria problemas, inclusive formais, já que poucos contratos são traduzidos antes da assinatura dos empregados.
Laura Sartoretto, advogada do Grupo de Assessoria a Imigrantes e Refugiados (Gaire) da Ufrgs, afirma que os haitianos têm medo de denunciar abusos, tanto por perder o emprego quanto por eventuais irregularidades em sua documentação. Muitas vezes, há dificuldade em revalidar no Brasil o diploma obtido em outros países, o que faz com que muitos sejam levados a trabalhar em atividades que não combinam com sua formação.
Representando a comunidade haitiana em Porto Alegre, Alix Georges mencionou o abalo psicológico resultante dessa série de vulnerabilidades. Também lamentou a grande quantidade de desempregados, dispensados pelas empresas após os três meses legais de experiência - um modo de supostamente driblar os encargos resultantes de uma efetivação. "Para o haitiano, o Brasil é um amor não resolvido", disse Alix. "O haitiano gosta do Brasil, o brasileiro gosta dos haitianos, mas ainda não achamos o ponto certo."
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