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Sistema Financeiro

- Publicada em 26 de Outubro de 2016 às 20:23

Spread bancário é o maior desde 2011, diz BC

Categorias como cartões de crédito e cheque especial tiveram alta

Categorias como cartões de crédito e cheque especial tiveram alta


MARCO QUINTANA/JC
O spread bancário em setembro atingiu sua maior taxa desde 2011. O número indica a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que eles cobram para emprestá-lo a consumidores e empresas. Em setembro, essa diferença foi de 41,2 pontos percentuais, um crescimento de 0,6 ponto em relação a agosto e de 13,7 pontos quando comparado ao mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) ontem.
O spread bancário em setembro atingiu sua maior taxa desde 2011. O número indica a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que eles cobram para emprestá-lo a consumidores e empresas. Em setembro, essa diferença foi de 41,2 pontos percentuais, um crescimento de 0,6 ponto em relação a agosto e de 13,7 pontos quando comparado ao mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) ontem.
A taxa média de captação dos bancos no mês passado foi de 12,3%, quase a mesma de agosto, quando ficou em 12,2%. Mas a taxa cobrada por eles para emprestar a consumidores e empresas subiu de 52,9% para 53,4% ao ano. Os dados se referem a recursos livres (que não incluem financiamento imobiliário e empréstimos do Bndes).
Esse aumento na taxa cobrada pelas instituições financeiras foi puxado pelos juros aos consumidores - no caso das empresas, houve queda. Para os clientes pessoa física, o aumento foi de 1,6 ponto percentual em relação a agosto e 12,8 pontos em relação a setembro de 2015.
Já o spread dos empréstimos concedido a empresas teve uma queda em relação a agosto de 0,6 ponto percentual. Em relação a setembro de 2015, houve uma alta de 3 pontos percentuais. "Os juros cobrados do consumidor aumentaram por causa de categorias como cheque especial e cartão de crédito, onde as taxas cresceram", afirmou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.
Quem optou por usar cartão de crédito no mês passado pagou, em média, 121,1% de juros por ano, 3,9 pontos percentuais a mais do que em agosto. No caso do cartão rotativo, o número foi muito maior, de 480,3% ao ano, maior taxa desde 2011, quando o BC deu início a essa série. No caso do cheque especial, a taxa ficou em 324,9% ao ano, também a maior da série história do BC.
A taxa de juros geral cobrada dos consumidores nos empréstimos com recursos livres (que não incluem crédito imobiliário) foi de 73,3% ao ano, um crescimento de 1,5 ponto percentual em relação a agosto e de 7,2 ponto percentual em 12 meses. Já a taxa média para pessoas jurídicas foi de 29,8%, queda de 0,8% no mês e aumento de 0,5 ponto percentual em 12 meses.
As novas concessões de crédito a consumidores continuam em queda, mostram os dados do BC. Os novos empréstimos com recursos livres totalizaram R$ 139,7 bilhões, redução de 6,2% em relação a agosto e de 2,7% em 12 meses.
"A greve dos bancos prejudicou as concessões, sem dúvida", afirmou Maciel. "Mas não haveria mudança na tendência do mercado de crédito, que é de baixa."
No caso das empresas, os novos empréstimos com recursos livres em setembro somaram R$ 107,4 bilhões, alta de 5,2% em comparação com agosto e queda de 10% em 12 meses.
Com esse aumento para pessoas jurídicas, os novos empréstimos em geral subiram em setembro, segundo divulgou o BC. A média diária de empréstimos totalizou R$ 13,1 bilhões no mês passado, um aumento de 7,2% na comparação com agosto e um recuo de 8,1% nos últimos 12 meses.
O estoque de crédito (total de dinheiro emprestado na economia) recuou 0,2% em setembro em comparação com agosto, totalizando R$ 3,1 trilhões no mês passado. Na comparação com os últimos 12 meses, houve uma redução de 1,7%. A redução aconteceu por causa da retração na carteira de crédito de empresas, que recuou 0,4% em relação a agosto, fechando setembro em R$ 1,5 trilhão. No caso da carteira de consumidores, houve estabilidade, com um saldo de R$ 1,5 trilhão no mês passado.
 

Endividamento das famílias brasileiras sofreu queda para 43,1% em agosto

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 43,3% em julho para 43,1% em agosto, conforme dados divulgados, pelo Banco Central (BC). A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporada na nota de crédito pelo BC em agosto de 2015.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou uma baixa em agosto, ficando em 24,4% da renda anual. Em julho, estava em 24,6%.
O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) permaneceu estável em agosto (22,2%).

Crise dos estados e greve bancária derrubam consignado

A soma da crise financeira dos estados e municípios e da greve bancária fez o crédito consignado em folha de pagamento despencar 24,4% em setembro na comparação com agosto, para
R$ 8,6 bilhões, segundo divulgou o Banco Central. É o pior desempenho desse segmento de financiamento desde dezembro de 2012, quando os novos empréstimos totalizaram R$ 8,5 bilhões.
A principal categoria de tomadores de crédito consignado, a dos servidores públicos, teve queda de 22,6% em setembro ante agosto, para R$ 4,9 bilhões, pior resultado desde dezembro de 2015, quando R$ 4,8 bilhões foram emprestados com desconto em folha.
No caso dos beneficiários do INSS, a redução dos novos empréstimos desse segmento foi ainda maior, de 28,9%, para R$ 3 bilhões, menor montante desde dezembro do ano passado. Para os trabalhadores do setor privado, a contração foi de 15,6% na mesma comparação, para R$ 706 milhões (pior resultado desde fevereiro deste ano). "Teve greve bancária, e os estados e municípios estão enfrentando problemas fiscais", explicou João Augusto Salles, analista da consultoria Lopes Filho. "Como os governos não estão pagando, como forma de pressão, os bancos não estão rolando a dívida do servidor público", completou.
Ao comentar os números, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, afirmou que a redução foi influenciada pela paralisação dos bancários, com o fechamento de agências. Lembrou, entretanto, que o consignado vem crescendo bem acima da média do crédito total.