Total de energia distribuída pela EDP cai 5% no 3º trimestre

A EDP Energias do Brasil divulgou os dados referentes ao mercado de energia da companhia no terceiro trimestre de 2016. Nas suas distribuidoras, EDP Bandeirante e EDP Escelsa, houve uma queda de 5% no volume de energia, para 5,878 milhões de MWh. O número de clientes das distribuidoras saiu de 3,217 milhões para 3,299 milhões, crescimento de 2,5% em 12 meses.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa explica que o recuo no trimestre é reflexo da desaceleração da economia e da migração de clientes do mercado cativo para o mercado livre.

No acumulado do ano, a energia vendida a clientes finais apresentou redução de 3,4%, refletindo a queda do consumo das principais classes, mais acentuada no primeiro trimestre do ano, influenciadas pela desaceleração da economia e pelos aumentos tarifários de energia elétrica ocorridos ao longo de 2015, além do impacto da redução mais acentuada da classe industrial no terceiro trimestre, reflexo das migrações do mercado cativo para o mercado livre.

Na Bandeirante, houve um crescimento de 1,2% do volume de energia distribuída no terceiro trimestre, e queda de 1,1% no acumulado de nove meses. Na Escelsa, o total distribuído entre julho e setembro caiu 13,1%, e em nove meses, recuou 10,8%.

No consumo por segmento de clientes, destaque para o crescimento de 2,1% na classe Residencial, e para a queda de 6,3% na classe Industrial no terceiro trimestre. Segundo a companhia, esse crescimento no consumo de residências é resultante do aumento do número de dias de faturamento e da permanência da bandeira tarifária na tarifa "verde" em todo o trimestre. Já a queda no consumo industrial foi resultado migrações do mercado cativo para o mercado livre e da desaceleração da economia.

No mercado livre, houve uma queda de 4,4%. Segundo a EDP, esse recuo foi causado paralisação da produção de um grande cliente da área de concessão da EDP Escelsa.

No mercado de geração, o volume de energia vendida pela EDP alcançou 3.219 GWh no terceiro trimestre, o que representa redução 2,2% na comparação com o mesmo período de 2015. Desconsiderando o volume da UTE Pecém I e considerando somente a energia vendida das hídricas do grupo pelo critério de consolidação, o volume de energia apresentou redução de 3,8% (1.862 Gwh).

A diferença de volume de energia vendida entre os períodos deve-se à venda da Pantanal Energética desde 29 de janeiro de 2016; ao encerramento dos contratos de Enerpeixe e Energest no início de 2016 e à estratégia da companhia em manter parte dessa energia descontratada para hedge, e menor número de operações de compra e venda de curto prazo em 2016.

Considerando o volume de disponibilidade da UTE Pecém I, em ambos os períodos, de acordo com a participação da EDP, de 50% da UHE Jari (227 GWh) e de 50% da UHE Cachoeira Caldeirão (124 GWh), o volume do grupo alcançou 3.571 GWh no terceiro trimestre, aumento de 1,5% em relação aos 3.517 GWh de igual intervalo de 2015.

Segundo a empresa, a entrada em operação da UG01 e da UG02 no segundo trimestre e da UG03 da UHE Cachoeira Caldeirão, que ocorreu em 5 de agosto, contribuiu para o aumento de energia vendida. No acumulado do ano, o volume alcançou 10.576 GWh, 6,5% acima dos 9.929 GWh de igual etapa de 2015.

O Fator de Ajuste da Garantia Física (GSF, na sigla em inglês) médio no trimestre ficou em 83,2%, representando uma exposição de 315 GWh, excluindo o impacto das UHEs Jari e Cachoeira Caldeirão, ao PLD médio de R$ 115,4/MWh (Submercado SE/CO). No acumulado do ano, o GSF médio ficou em 86,8%, representando uma exposição de 776 GWh, excluindo o impacto das UHEs Jari e Cachoeira Caldeirão, ao PLD médio de R$ 70,7/MWh (Submercado SE/CO).

O volume de energia comercializada totalizou 3.313 GWh no terceiro trimestre, 19% acima dos 2.785 GWh comercializados no período comparado, decorrente da volatilidade do PLD ao longo do trimestre propiciando maior liquidez no mercado e pelo aumento no número de clientes. No acumulado do ano, o total de energia comercializada foi de 8.964 GWh, 12,1% superior aos nove meses de 2015.