As empresas aéreas nacionais venderam, no primeiro semestre deste ano, 4,7 milhões de assentos aéreos a menos que no mesmo período de 2015, caindo de 26,5 milhões para 21,8 milhões. Ao mesmo tempo, o valor médio das passagens vendidas subiu 0,2% em relação ao igual semestre do ano passado.
As informações foram divulgadas nesta segunda-feira pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O preço médio de todos os bilhetes vendidos no semestre foi de R$ 322,44, pouco superior aos R$ 321,66 dos primeiros seis meses de 2015 (já considerada a inflação), quando as passagens atingiram seu menor nível desde 2002 para o semestre. Os preços pagos pelos passageiros não se mostraram melhores no semestre, mesmo com a queda de 18% nos assentos comercializados.
Os preços pagos das passagens ficaram mais concentrados na faixa entre R$ 300,00 e R$ 1 mil, em que foram vendidas 39,5% no 1º semestre deste ano contra 35,8% no período anterior. Já nas passagens até R$ 300,00, a quantidade caiu de 61% para 58,3% dos assentos. Na faixa específica de passagens até R$ 100,00, a quantidade de assentos vendidos caiu de 12,8% para 9,5%. Também caíram as passagens vendidas acima de R$ 1 mil (de 3,2% para 2,2%).
A medição da Anac difere da feita pelos institutos que apuram a inflação, que medem o valor que as empresas ofertam as passagens no mês (no caso da Anac, o valor considerado é o efetivamente vendido de cada bilhete, o que pega promoções). No acumulado de 12 meses, há deflação de 5,3% no item pelo IPCA de setembro de 2016.
Relatórios da Anac e da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) mostram que a crise da queda do número de passageiros tem sido enfrentada pelas empresas com o fechamento de linhas e redução de voos, reduzindo assim a oferta de assentos. A redução foi de 6% no acumulado do ano até agosto. Os aviões também estão fazendo maiores distâncias. A distância média por voo alcançou o maior percentual da medição desde 2002, chegando aos 1.118 quilômetros por viagem.