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Repórter Brasília

- Publicada em 13 de Outubro de 2016 às 17:45

Leite derramado

O Brasil é o sexto maior consumidor de leite do mundo, e o produto, tão comum na culinária, é protagonista num cabo de guerra que envolve produtores brasileiros, o governo do Brasil e o Uruguai. Produtores de leite do Brasil reclamam que estão à mercê do mercado internacional, já que o Brasil importa leite em pó do Uruguai. Com isso, 850 mil famílias que dependem do alimento estariam sob risco de passar fome. A discussão sobre o problema já se arrasta há 14 anos na Câmara. Em 2002, o ex-deputado Agnaldo Muniz (PPS-RO) apresentou projeto de lei proibindo a importação de leite.
O Brasil é o sexto maior consumidor de leite do mundo, e o produto, tão comum na culinária, é protagonista num cabo de guerra que envolve produtores brasileiros, o governo do Brasil e o Uruguai. Produtores de leite do Brasil reclamam que estão à mercê do mercado internacional, já que o Brasil importa leite em pó do Uruguai. Com isso, 850 mil famílias que dependem do alimento estariam sob risco de passar fome. A discussão sobre o problema já se arrasta há 14 anos na Câmara. Em 2002, o ex-deputado Agnaldo Muniz (PPS-RO) apresentou projeto de lei proibindo a importação de leite.
Preços baixos
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, apontou que o Estado responde por 13% da produção nacional de leite e que 300 mil pessoas estão ligadas diretamente à produção do insumo. Ele defende a diminuição das importações vindas do Uruguai, pelo menos temporariamente, pois os produtores brasileiros não têm como concorrer com os preços baixos do vizinho.
Terra de leite e mel
O presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Jorge Rodrigues, pintou uma situação apocalíptica. Os preços estão defasados e, desde de maio de 2016, a situação ficou mais preocupante pelo aumento do volume importado do Uruguai. Principalmente de leite em pó, que só pode ser importado para ser reidratado na região atendida pela Sudene, por força de normativas do Ministério da Agricultura. "Não estamos com falta de leite no Brasil, por que importar? Estamos prejudicando nossa produção com importação desnecessária", disse.
Preço mínimo
O primeiro tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Nestor Bonfanti, e o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo (PP), também compararam a situação do leite com o Livro das Revelações. "As oscilações de preços prejudicam os produtores e desestabilizam o mercado", disse Polo. Segundo ele e Bonfati, a resposta é o estabelecimento de uma política de preço mínimo para o leite brasileiro.
Tentar acordo
Num raro consenso entre empresários, trabalhadores e governo do Estado, o governo federal ficou com o papel de advogado do diabo. O diplomata Otávio Brandelli, do Ministério das Relações Exteriores, explicou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) não permite que sejam estabelecidas restrições quantitativas no comércio internacional. "Oficialmente, as cotas de limitação de quantidade de comércio são proibidas mundialmente. Nenhum país quer ver suas exportações limitadas", disse. A saída é tentar um acordo entre os produtores brasileiros e uruguaios, como já foi feito entre Brasil e Argentina.
 
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