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JC Logística

- Publicada em 20 de Outubro de 2016 às 21:53

Crise econômica do Rio para o teleférico do Alemão

Em setembro, governo anunciou que o sistema pararia por seis meses

Em setembro, governo anunciou que o sistema pararia por seis meses


TOMAZ SILVA/Agência Brasil/JC
Cerca de 50 moradores do Complexo do Alemão e funcionários do Consórcio Rio Teleféricos fizeram uma manifestação em frente ao prédio onde mora o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, no Jardim Botânico. Com faixas e cartazes, eles pediam uma solução para o sistema de transporte que opera em várias favelas do Alemão e que está parado por causa da penúria do governo do estado.
Cerca de 50 moradores do Complexo do Alemão e funcionários do Consórcio Rio Teleféricos fizeram uma manifestação em frente ao prédio onde mora o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, no Jardim Botânico. Com faixas e cartazes, eles pediam uma solução para o sistema de transporte que opera em várias favelas do Alemão e que está parado por causa da penúria do governo do estado.
Depois do protesto, cinco pessoas foram recebidas pelo secretário estadual de Governo, Affonso Henriques Monnerat, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras. O governo prometeu encontrar uma saída para o problema. "Eles vão se reunir com os secretários de Fazenda e de Transportes para encontrar uma solução para o problema e regularizar a dívida com a empresa", disse Tatiana Gomes, funcionária do consórcio Rio Teleféricos, que administra o sistema.
Na estação de Bonsucesso, onde é feita a ligação com os trens da SuperVia, o acesso ao teleférico estava fechado na semana passada. Na oficina, que fica próxima ao embarque, estavam 150 gôndolas. Para o transporte diário dos cerca de 9 mil passageiros, eram usadas 76.
A Secretaria Estadual de Transportes informou que foi suspenso o contrato de R$ 2,7 milhões mensais com o Consórcio Rio Teleféricos. O estado não paga desde abril. Símbolo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da política de pacificação do estado, o teleférico do Complexo do Alemão sucumbiu à crise.
O primeiro sistema de transporte de massa por cabos, construído por R$ 210 milhões e inaugurado em 2011 pelo então governador Sérgio Cabral e pela então presidente Dilma Rousseff, está parado por tempo indeterminado. Em nota, a secretaria informou que, "devido ao agravamento da crise financeira, a prioridade absoluta do governo é o pagamento dos salários do funcionalismo".
A viagem no teleférico, composto por seis paradas que fazem a ligação das comunidades com a estação de trens de Bonsucesso, era gratuita para quem vive no complexo. Em setembro, a Secretaria Estadual de Transportes havia anunciado que o sistema ficaria seis meses parado para manutenção, por causa da "evolução atípica do desgaste" de um de seus cabos.
Em 2011, quando as gôndolas começaram a cortar o céu sobre o conjunto de favelas, o Rio era outro. Dilma e Cabral, que deixaram seus cargos com baixíssima popularidade, eram aliados e trocaram afagos durante a cerimônia de inauguração. Neste ano, o PMDB, partido do ex-governador, defendeu a saída dela da presidência da República.
Naquela época, também comemorava-se a chegada da paz e, consequentemente, de turistas ao complexo. Tropas federais ocupavam as favelas, que ganhariam, logo em seguida, oito Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Hoje, o Alemão sofre com tiroteios frequentes. A cada confronto, o teleférico precisava ser interrompido.
Para os moradores, a vida sem o sistema será de longas caminhadas pelas vielas. Alguns, no entanto, vão perder mais do que um meio de transporte: com a saída da empresa, cerca de 150 funcionários - a maioria, moradores do complexo - serão dispensados.
"A perda se dá, porque muita gente realmente precisa do teleférico. Ele não era nossa demanda principal. Investiram tanto dinheiro e nos deram essa possibilidade (de andar de teleférico), então por que tirar agora?", pergunta a dona de casa Camila Santos.
Já a fisioterapeuta Mônica Albuquerque, que atende voluntariamente, em Olaria, pacientes de baixa renda do Complexo do Alemão, lamenta que pessoas com dificuldades motoras tenham mais um obstáculo para ir às consultas. "É claro que facilitava para eles. Agora, mais uma vez, estão tendo que buscar uma solução."
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